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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: DIARIO DOS CAMPOS – Imagem: DivulgaçãoO Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que a investigação e o processo penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva no âmbito da Operação Lava Jato violaram o direito de ser
julgado por um tribunal imparcial, o direito à privacidade e os direitos
políticos. As conclusões foram divulgadas nesta quinta-feira (28).
Formado por especialistas independentes que fiscalizam o
cumprimento do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e os
seus protocolos (tratado internacional assinado e ratificado pelo
Brasil), o comitê analisou denúncia apresentada pelo ex-presidente sobre
a forma como foi levado a julgamento na Lava Jato.
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“Embora
os Estados tenham o dever de investigar e processar os atos de
corrupção e manter a população informada, especialmente em relação a um
ex-chefe de Estado, tais ações devem ser conduzidas de forma justa e
respeitar as garantias do devido processo legal”, disse o membro do
comitê Arif Bulkan.
O ex-presidente foi investigado em
2016 em razão de denúncias de envolvimento em casos de corrupção
apurados pela Lava Jato. A investigação foi conduzida sob a supervisão
do então juiz federal Sergio Moro, que condenou Lula a nove anos de
prisão em julho de 2017. No ano seguinte, em janeiro, a pena foi
aumentada para 12 anos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Em
abril de 2018, ele começou a cumprir pena com recursos ainda pendentes.
O
Supremo Tribunal Federal anulou a condenação em 2021, decidindo que o
então juiz não tinha jurisdição para investigar e julgar esses casos.
“Embora o Supremo Tribunal Federal tenha anulado a condenação e prisão
de Lula em 2021, essas decisões não foram suficientemente oportunas e
efetivas para evitar ou reparar as violações”, comentou Bulkan.
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Em
nota, Moro disse que a sua atuação na aplicação da lei foi legítima e
que não houve qualquer tipo de perseguição política. Segundo ele, as
conclusões do comitê da ONU se basearam na decisão do STF que anulou as
condenações de Lula, posição que disse considerar “um grande erro
judiciário”. “Nem mesmo o Comitê nega a corrupção na Petrobras ou afirma
a inocência de Lula. Vale destacar que a condenação do ex-presidente
Lula foi referendada por três instâncias do Judiciário e passou pelo
crivo de nove magistrados”, disse Moro.
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