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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PARANA PORTAL – Imagem: DivulgaçãoO Ministério das Relações Exteriores colocou sob sigilo de cinco anos relatórios da viagem feita em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia.
O documento produzido pela embaixada em Moscou recebeu o grau de sigilo reservado em 21 de fevereiro deste ano e só poderá ser divulgado a partir do mesmo dia de 2027. O governo também escondeu com uma tarja preta o campo "razões para classificação" no TCI (Termo de Classificação da Informação) assinado pelo Itamaraty.
A pasta cita como fundamento legal para o sigilo um trecho da Lei de Acesso à Informação
que permite a restrição em casos que podem "prejudicar ou pôr em risco a
condução de negociações ou as relações internacionais do país ou as que
tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e
organismos internacionais".
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O Itamaraty informou sobre o sigilo no último dia 12, em resposta ao
requerimento de informações apresentado pela bancada do PSOL na Câmara. O
órgão também não detalhou as razões de o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, ter integrado a viagem.
As
respostas se limitaram a dizer que "a designação da comitiva
presidencial é prerrogativa da Presidência da República" e informou que
não houve despesas do governo federal com o político carioca na Rússia.
Bolsonaro esteve com o presidente russo, Vladimir Putin, no dia 16 de
fevereiro, dias antes do início da Guerra da Ucrânia.
O governo federal tem recebido críticas por impor sigilo sobre informações sensíveis à gestão Bolsonaro.
Depois
da resposta do Itamaraty, a bancada do PSOL apresentou um pedido de
convocação do chanceler Carlos França "para prestar esclarecimentos"
sobre a restrição de acesso aos relatórios das viagens à Rússia e
Hungria.
O governo Bolsonaro chegou a colocar sob sigilo
informações sobre reuniões e visitas ao Palácio do Planalto realizadas
pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como pivôs do
escândalo do balcão de negócios do Ministério da Educação. Na última
quinta (14), o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) recuou e disse
que a dupla esteve 35 vezes no Planalto desde o começo do governo.
O
governo também restringiu dados sobre as visitas de Carlos Bolsonaro ao
Planalto. Desde o primeiro ano de seu mandato o presidente promete
abrir os gastos com o cartão corporativo, o que ainda não foi feito.
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Na
resposta aos deputados do PSOL, o Itamaraty também disse não ter
conhecimento sobre reuniões da comitiva brasileira na Rússia com
representantes de aplicativos de mensagem, como o Telegram.
A
pasta também apenas reproduziu o comunicado conjunto dos governos do
Brasil e da Rússia em respostas sobre temas abordados na conversa de
Bolsonaro e Putin.
Sobre alguns dos tópicos, como a relação com
apps ou direitos sexuais e reprodutivos, o governo afirmou que o tema
"não consta no comunicado".
O Itamaraty ainda anexou à resposta documento que mostra mudança em
acordo de 2018 de Brasil e Rússia sobre "proteção mútua de informações
classificadas" para "atualizar os níveis de equivalência de
classificação da informação". O papel foi assinado em Moscou pelo
ministro do GSI, Augusto Heleno.
Por fim, o ministério informou que gastou US$ 96,8 mil em passagens e diárias da comitiva de Bolsonaro, US$ 125,3 mil para aluguel de veículos, US$ 9.600 com intérpretes, US$ 12,6 mil com escritório de apoio e material de escritório e US$ 890 com cerimonial.
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