By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o projeto conhecido como Escola Sem Partido,
deputado Marcos Rogério (DEM-RO), encerrou nesta terça-feira (11) os
trabalhos do colegiado sem que fosse votado o parecer do relator. Não
haverá mais reunião da comissão e o projeto será arquivado.
A proposta proíbe que professores manifestem posicionamentos políticos
ou ideológicos e que discutam questões de gênero em sala de aula.
O deputado Marcos Rogério encerrou os trabalhos da comissão depois de 12 sessões sem resultado e seguidas tentativas de votação do relatório do deputado Flavinho (PSC-SP).
“Quem está sepultando o projeto nesta legislatura não é a oposição.
Quem não está deliberando é quem tem maioria neste parlamento - que não
comparece", afirmou Marcos Rogério.
Ele fez ainda elogios à atuação dos partidos de oposição, que, segundo
ele, fez o "bom combate", que conseguiu atrasar o andamento da
tramitação com base no regimento da Câmara. "A oposição merece o
reconhecimento da comissão. Se pautou na obstrução e cumpriu aquilo que
lhe é garantia regimental", disse.
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Arquivado
Com o fim da legislatura, todos os projetos que não têm parecer
aprovado nas comissões vão automaticamente ao arquivo. O atual mandato
termina em 31 de janeiro, mas os parlamentares entram em recesso a
partir do dia 23 de dezembro e, portanto, encerrando os trabalhos
legislativos.
Pelo regimento da Câmara, o autor do projeto ou de qualquer outro que
tramita em conjunto pode apresentar requerimento para desarquivá-lo. Se
isso acontecer, a tramitação começará do zero, com a criação de uma nova
comissão.
A oposição comemorou o encerramento dos trabalhos. Com cartazes, manifestantes que acompanhavam a comissão entoaram cantorias.
Embora houvesse quórum suficiente registrado no painel eletrônico, o
plenário da comissão estava esvaziado, o que fez com que a reunião
demorasse quase três horas para ser aberta.
Os deputados favoráveis ao projeto – muitos deles ligados à bancada
religiosa – marcavam presença e deixavam o local, com exceção de apenas
três ou quatro. Apenas os parlamentares críticos ao projeto permaneceram
em peso na comissão o tempo todo.
Foi a 12ª reunião para votar o parecer que impõe regras aos professores
sobre o que pode ser ensinado em sala de aula. Desde julho, a comissão
tem convocado reunião para a discussão e votação do relatório do
deputado Flavinho (PSC-SP).
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Assim como nas reuniões anteriores, deputados críticos ao texto
apresentaram requerimentos regimentais que precisaram ser votados antes,
fazendo com que a tramitação da proposta não avance.
Controvérsia
No seu parecer, o relator diz que o professor "ao tratar de questões
políticas, socioculturais e econômicas", deverá apresentar aos alunos,
"de forma justa, as principais versões".
Críticos ao texto argumentam que o projeto não permitirá o pensamento
crítico em sala de aula. Defensores alegam que a proposta tem como
objetivo evitar a "doutrinação" nas escolas.
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