By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O governo
vai encaminhar nesta terça-feira (6) ao Congresso Nacional uma Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) para reformar a Previdência Social, fixando uma
idade mínima de aposentadoria de 65 anos, informou o ministro da Casa Civil,
Eliseu Padilha.
A declaração foi dada
na abertura de uma reunião no Palácio do Planalto para detalhar a proposta aos
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL) e aos parlamentares. Também falaram o presidente Michel Temer e o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O objetivo do governo é
tentar manter a sustentabilidade das contas públicas, diante de um déficit
crescente do sistema previdenciário brasileiro – que resulta de regras atuais
mais benéficas do que no resto do mundo, de um envelhecimento da população
brasileira e de queda na taxa de natalidade no país.
Em estudo, o governo
informa que a média de idade da aposentadoria no Brasil, de 58 anos em 2015, está
entre menores do mundo. A média de idade da aposentadoria nos países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – grupo de
nações desenvolvidas – é de 64,2 anos para os homens (ano base 2012).
Segundo o ministro
Eliseu Padilha, sem a reforma, em 2024, todo o orçamento da União será
utilizado para pagar a folha de pagamentos e a aposentadoria.
"Nós não estamos
inovando. Eu cito, como curiosidade: o primeiro regime previdenciário
brasileiro tinha idade mínima de 65 anos, que é a idade que está sendo proposta
agora", afirmou Padilha durante a reunião.
Durante
o encontro, o presidente Michel Temer confirmou que o texto será enviado nesta
terça ao Congresso. "Chega de pequenas reformas. Ou enfrentamos de frente
[a necessidade de reformar a Previdência] ou iremos condenar os aposentados a
bater nas portas do Poder Público e nada receberem [no futuro]", declarou
o presidente.
Na avaliação do
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a reforma da Previdência "não é
questão de desejo, mas uma necessidade". "Mais do que a idade em que
a pessoa vai se aposentar, [importante] é a segurança de que vai receber [a
aposentadoria]", disse.
Ele explicou que,
atualmente, uma em cada 10 pessoas é idosa no Brasil e acrescentou que, em
2060, será um idoso para cada três pessoas. "É uma situação cada mais
difícil de pagar a conta dos aposentados. Todos os meses o regime geral paga
cerca de 29 milhões de benefícios, equivalentes a R$ 34 bilhões por mês",
afirmou Meirelles.
Direito
adquirido e regra de transição
"A proposta leva em conta direitos adquiridos, inatacáveis. Nada muda para quem recebe os benefícios ou que completaram os requisitos para se aposentar. Aqueles que já completaram as condições para o acesso [ao benefício previdenciário], não precisam se preocupar. Seus direitos não serão atingidos", disse o presidente Michel Temer.
"A proposta leva em conta direitos adquiridos, inatacáveis. Nada muda para quem recebe os benefícios ou que completaram os requisitos para se aposentar. Aqueles que já completaram as condições para o acesso [ao benefício previdenciário], não precisam se preocupar. Seus direitos não serão atingidos", disse o presidente Michel Temer.
Segundo ele, as novas
regras valerão integralmente para os mais jovens e haverá regras de transição
para garantir uma "transferência mais tranquila para a nova
situação".
De acordo com a proposta
do governo federal, as novas regras de aposentadoria valerão para homens com
até 50 anos. Quem já estiver acima dessa idade, será submetido a uma regra de
transição – que até o momento ainda não foi esclarecida pelo governo federal.
Regras
atuais
Pelo sistema atual, para os contribuintes do sistema urbano, o contribuinte precisa fazer uma pontuação mínima para conseguir se aposentar com 100% do benefício.
Pelo sistema atual, para os contribuintes do sistema urbano, o contribuinte precisa fazer uma pontuação mínima para conseguir se aposentar com 100% do benefício.
Essa pontuação é
calculada pela soma da idade da pessoa e o tempo de contribuição e tem que ser
de pelo menos 95 para homens e de 85 para mulheres. Esse cálculo é uma
alternativa ao fator previdenciário, aplicado caso o trabalhador queira se
aposentar antes, mas com um benefício menor.
No caso da
aposentadoria rural, a regra atual exige que, para requerer a aposentadoria, os
trabalhadores devem ter 60 anos (homens) e 55 (mulheres) e comprovar 15 anos de
trabalho no campo. Não é preciso ter contribuído para o INSS.
Para os servidores públicos,
há várias regras, mas a geral é por idade, sendo 60 anos para homens e 55 para
mulheres, com 35 anos de contribuição (masculino) e 30 anos (feminino). Essa
regra permanente vale para pessoas que ingressaram nas carreiras depois de
1998.
Quem ingressou antes de
1998 tem acesso a algumas regras de transição que permitem a essas pessoas se
aposentaram antes. Não há necessidade de ter 35 e 30 de contribuição, para
homens e mulheres, podendo ter apenas 65 e 60 anos de idade.
Para calcular o valor
do benefício, quem ingressou até 2003, pode vir a receber o valor do seu último
salário como benefício - dependendo das regras de transição - e quem ingressou
após vai receber a média dos salários.
Ainda no caso do
serviço público, o servidor que entrou a partir de fevereiro de 2013 tem o
benefício limitado ao teto do INSS. Para receber acima deste valor, tem de
contribuir para o Funpresp - um fundo de pensão dos servidores, pelo qual ele
pode aportar até 8,5% do salário com uma contrapartida equivalente patronal.
Já no caso das pensões
de militares, quem ingressou depois de agosto de 2001 não tem direito de gerar
pensão vitalícia para a filha. O militar que entrou até agosto de 2001 e optou
por contribuir com 1,5% além do valor nomal tem assegurado o direito da pensão
vitalícia para a filha.
Segundo números
oficiais, a aposentadoria rural paga, atualmente, cerca de 9,3 milhões de
benefícios, enquanto a aposentadoria urbana (sem contar servidores públicos e
militares) registra o pagamento de 18,75 milhões de benefícios. Há ainda as
pensões por morte, que somam 7,5 milhões.
Rombo
bilionário
A proposta de reforma da Previdência visa evitar um crescimento ainda maior, no futuro, do rombo da Previdência Social - cuja previsão é de R$ 230 bilhões para 2017, englobando trabalhadores do setor privado, público e as pensões de militares, o equivalente a 3,46% do PIB. Os números constam na proposta de orçamento do ano que vem.
A proposta de reforma da Previdência visa evitar um crescimento ainda maior, no futuro, do rombo da Previdência Social - cuja previsão é de R$ 230 bilhões para 2017, englobando trabalhadores do setor privado, público e as pensões de militares, o equivalente a 3,46% do PIB. Os números constam na proposta de orçamento do ano que vem.
O déficit do sistema
previdenciário é pago por toda sociedade, com recursos obtidos por meio da arrecadação
de impostos. Neste ano, o déficit dos sistemas de Previdência Social do país
deve ficar em cerca de R$ 200 bilhões (3,2% do PIB). Com isso, a previsão é de
um aumento de cerca de 16%, ou de R$ 30 bilhões, no rombo dos sistemas
previdenciários em 2017.
Somente para o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema público que atende aos
trabalhadores do setor privado, a previsão é um déficit de R$ 181,2 bilhões
(2,66% do PIB no próximo ano). Em 2016, a previsão é de um déficit de R$ 151,9
bilhões (cerca de 2,4% do PIB).
De todo o rombo
previdenciário, a maior parte refere-se à aposentadoria rural, no caso do INSS,
e aos servidores públicos e militares - que possuem regimes próprios. Em 2015,
o rombo da aposentadoria rural somou R$ 91 bilhões e, dos servidores públicos e
militares, totalizou R$ 72,5 bilhões. Se os estados forem incluídos nessa
conta, o tamanho do buraco fica maior ainda: R$ 133,4 bilhões no ano passado.
Segundo previsão do
governo, sem mudança das regras, a despesa do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) para pagar todos os benefícios, que hoje fica em 8% do Produto
Interno Bruto (PIB), pode passar, em 2060, ao equivalente a 17% do PIB - algo
como mais de R$ 600 bilhões a mais. Sem mudanças, a previsão do do secretário de
Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, é de que as contas
podem "degringolar" no futuro.
Para o ministro da
Fazenda, mais importante do que manter a idade mínima para se aposentar é
garantir que a aposentadoria será paga, ou seja, é garantir que o sistema
previdenciário será sustentável nos próximos anos. Falando sobre o sistema
atual de aposentadorias, o ministro disse ainda que “é injusto conceder
privilégios a pequenos grupos”, citando o serviço público.
Tramitação
da PEC
Por alterar a Constituição, as propostas de emenda têm uma tramitação mais longa no Congresso. Inicialmente, é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para verificar se não fere nenhum princípio constitucional.
Por alterar a Constituição, as propostas de emenda têm uma tramitação mais longa no Congresso. Inicialmente, é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para verificar se não fere nenhum princípio constitucional.
Caso a CCJ entenda que
a proposta é constitucional, é criada uma comissão especial para analisar a
PEC. O colegiado elabora e vota um parecer. Se aprovado, o texto é enviado para
análise do plenário da Casa.
No plenário da Câmara
dos Deputados, a PEC tem de ser aprovada, em dois turnos, por três quintos dos
deputados (308 votos). Ao final, tem de passar, ainda, pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e por dois turnos no plenário daquela
Casa – com aprovação, novamente, de três quintos dos senadores (49 votos).
Se o Senado aprovar o
texto como o recebeu da Câmara, a emenda é promulgada e passa a valer como lei.
No caso de alteração, o texto é enviado novamente para a Câmara, que analisa as
alterações feitas pelos senadores.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS.
OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.