By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BAND – Imagem: Antonio Cruz (Agência Brasil)
Em uma das conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre os avanços da Operação Lava Jato, no dia 11 de março, o parlamentar tucano é citado como sendo "o cara mais vulnerável do mundo" nas gravações reveladas nesta quinta-feira, 26, pela TV Globo.
Sérgio Machado também cita vários outros políticos e critica nomes do DEM, como o deputado líder do partido na Câmara, Pauderney Avelino (AM) e o agora ministro da Educação do governo Temer, deputado Mendonça Filho (PE), chamados de corruptos na conversa.
Machado - O Aécio é vulnerabilíssimo. Vulnerabilíssimo. Há muito tempo! Como é que você tem cara de pau Renan, aquele cara Pauderney (Avelino, líder do DEM na Câmara) que agora virou herói. Um cara mais corrupto que aquele não existe, Pauderney Avelino.
Renan - Pauderney Avelino, Mendoncinha (Mendonça Filho)
Machado - Mendoncinha (Mendonça Filho), todo mundo pô? Que merda é essa querer ser agora dono da verdade? O Zé (Zé Agripino) é outro que pode ser parceiro, não é possível que ele vá fazer maluquice.
Renan - O Zé nós combinamos de botá-lo na roda. Eu disse ao Aécio e ao Serra. Que no próximo encontro que a gente tiver tem que botar o Zé Agripino e o Fernando Bezerra. Eu acho."
Renan chama Janot de 'mau caráter'
Em outra conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) os dois revelam suas impressões sobre o procurador-geral da República Rodrigo Janot, responsável por conduzir as investigações contra os políticos com foro privilegiado.
Machado - Agora esse Janot, Renan, é o maior mau-caráter da face da terra.
Renan - Mau caráter! Mau-caráter! E faz tudo que essa força-tarefa (Lava Jato) quer.
Machado - É, ele não manda. E ele é mau caráter. E ele quer sair como herói. E tem que se encontrar uma fórmula de dar um chega pra lá nessa negociação ampla pra poder segurar esse pessoal (Lava Jato). Eles estão se achando o dono do mundo.
Renan - Dono do mundo.
Renan indica advogado capaz de influenciar Teori (STF)
Em outro trecho da conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Renan indica ao ex-presidente da República José Sarney o advogado Eduardo Ferrão para tentar influenciar o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki a barrar a Operação Lava Jato.
Ferrão entraria como substituto do ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha na tarefa de tentar convencer Zavascki a por fim na Lava Jato e evitar que o juiz Sérgio Moro mandasse Machado para a cadeia.
Outro trecho da conversa gravada mostra que houve tentativa de se mudar a lei para prejudicar a Operação Lava Jato. Machado sugere: "outro caminho que tem que tem que ter. É a aprovação desse projeto de leniência na Câmara o mais rápido possível porque aí livra criminal, livra tudo." Sarney reponde: "Tem que lembrar o Renan disso. Para ele aprovar o negócio da leniência."
Os dois se referiam à Medida Provisória sobre acordo de leniência editada pelo Governo Dilma para facilitar as empresas envolvidas nas investigações da Lava Jato que admitirem culpa voltar a fazer negócios com o setor público. Só que depois do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público terem se posicionado contrários a MP foi substituída por um Projeto de Lei mais rígido.
Renan: Delcídio tem que fazer uma coisa humilde
O diálogo mostra ainda como Renan Calheiros empenhou-se pessoalmente no processo que culminou no dia 10 de maio com a cassação do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS).
Em conversa com um representante do ex-líder do governo, chamado de Wandemberg, Renan aconselha a divulgação de uma carta. Para o presidente do Senado, o texto devia mostrar humildade e que Delcídio já pagou pelo o que fez.
O senador cassado ficou preso por quase dois meses depois de ser flagrado, também em uma gravação, tentando atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. O ex-petista foi solto em 19 de fevereiro, dias depois do acordo com a Procuradoria-Geral da República.
Defesas
A defesa de Sérgio Machado afirmou que os autos são sigilosos e que, por isso, não pode se manifestar.
O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino, disse que nunca conversou com Sérgio Machado e que nunca indicou qualquer diretor para a Petrobras ou qualquer estatal. Ele disse também que não tem envolvimento com a Operação Lava Jato ou qualquer outra operação. Para ele, o caso foi uma citação lamentável, de uma pessoa desesperada.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que as gravações comprovam que ele não está incluído nas irregularidades investigadas e que sua atuação como líder oposicionista ao governo do PT incomodou. Mendonça Filho disse também que seu papel nunca foi de dono da verdade, mas de fiscalizar as irregularidades do governo.
O senador Fernando Bezerra, que é investigado na Lava Jato, disse que não vai comentar uma eventual conversa de terceiros cujo conteúdo desconhece. Já o senador José Agripino disse que nunca teve nenhuma conversa com Renan, nem com Sérgio Machado, em que o assunto Lava Jato fosse sequer mencionado.
O ministro Teori Zavascki também não vai comentar o conteúdo dos áudios.
O PSDB disse que não existe nas gravações qualquer acusação ao partido ou ao senador Aécio Neves. O partido disse que vai acionar Sérgio Machado na justiça pelas menções que considera irresponsáveis feitas ao partido e a seus líderes.
O PMDB disse que sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país e que doações de empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da justiça eleitoral nas eleições citadas. Segundo o partido, em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de irregularidade.
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