quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Estudante influenciada por Glória Maria tira 960 na redação do Enem, escolhe jornalismo e dá dicas para notão

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação
O que começou como uma brincadeira transformou para sempre a vida de Mirella Archangello, estudante de 18 anos que viralizou nas redes sociais em 2017 ao brincar de repórter com seus irmãos, denunciando problemas do bairro Avelino Alves Palma, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP), onde mora. 
O sucesso foi tanto, que a jornalista Glória Maria, que morreu em 2023, ídolo de Mirella, viajou até a cidade com uma equipe do Fantástico, da TV Globo, e surpreendeu a menina, que pôde entrevistá-la. 
Sete anos depois do encontro, a estudante, que ficou conhecida como “repórter mirim”, deve iniciar os estudos no ensino superior e, é claro, escolheu o jornalismo como profissão a ser seguida.  
Mirella tirou 960 na redação do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um notão que vai ajudá-la a participar do Programa Universidade para Todos (Prouni).
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“Eu fiquei muito feliz e muito grata. Foi realmente incrível ver o resultado de um esforço de três anos ali, árduo. Como estudante, a gente sempre se pergunta: 'Será que vai dar certo? Será que vou conseguir mesmo passar? Será que vou conseguir tirar uma nota muito boa?' A partir do momento em que vi a minha nota, percebi que o segredo foi me esforçar um pouquinho a cada dia. Agora, finalmente, consegui um resultado tão bom. Ainda não caiu a ficha”.
Mirella se diz animada e ansiosa para começar a graduação, que deve ser feita em Ribeirão Preto mesmo.
“Escolhi ficar por vários motivos. Minha família não tem condição de me deixar ir embora para fazer um curso em outra cidade. Eu não sou filha única, eu tenho ainda três irmãos e meus pais teriam que me ajudar de alguma forma, eu não iria conseguir o recurso público de modo imediato. Eu também tenho um apego muito emocional com a minha família. Não tenho um amadurecimento tão grande para conseguir conciliar tudo ao mesmo tempo, morar sozinha e estudar”, diz
Mão na massa
A estudante faz jornalismo amador desde os 11 anos, mas agora vai passar por todo o processo de profissionalização que uma faculdade oferece. Para Mirella, o sentimento de abraçar a nova etapa mistura medo e ansiedade. Apesar das dúvidas sobre gostar ou não do curso ou da vida universitária, ela se sente feliz.
“Eu, durante todos esses anos, só fiz a prática. Eu nunca tive a parte teórica, a parte de trás. Então é isso que está me causando mais ansiedade, de saber como é esse outro lado do jornalismo, como é estar em contato com professores”.
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Preparação para o vestibular
O resultado positivo no Enem veio depois de vários anos de preparação. Mirella cursou o Ensino Médio em uma escola particular após conseguir uma bolsa integral. Ela criou uma rotina de estudos, apostando principalmente no seu gosto pela leitura como instrumento de aprendizagem.
A estratégia foi trabalhar um pouco por dia, sem se sobrecarregar e sem tentar fazer tudo de uma vez. Diariamente, estudava, fazia exercícios de treino, resolvia provas antigas. A parte mental também foi importante, trabalhando a calma e o equilíbrio para não se desgastar.
“Tinha essa rotina já de vestibular que é o que é comum. No ensino médio da maioria das escolas também há uma preparação mental de saber que mesmo que não tenha um resultado tão bom, teria outros anos para continuar tentando. Por isso, mantive a calma e mantive momentos de lazer com a minha família”, diz.
Ela garante que o fato de ter se tornado conhecida não atrapalhou sua rotina. Também diz que está tranquila sobre as decisões para o futuro, mesmo que queira escolher caminhos diferentes mais adiante, como deixar o jornalismo para experimentar outras áreas. 
Após um ano de muita dedicação, persistência e trabalho duro, o resultado do Enem é apenas a primeira etapa de meses de apreensão. Assim como milhares de brasileiros, Mirella deverá realizar a inscrição para o Prouni de 24 a 28 de janeiro. O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 26 de fevereiro.
O momento da redação
Em 2024, a redação do Enem teve como tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, o que agradou bastante a estudante, que tem um projeto nas redes sociais de valorização de histórias e personagens negros brasileiros. Na teoria, o tema não seria um problema, já que a consciência racial é uma questão transmitida pelos pais e que ela trabalhou nos últimos anos.
“Eu achei uma temática superpertinente a ser cobrada, principalmente por se tratar de um tema que tinha que ser discutido em nível nacional. A herança africana traz vários outros eixos do racismo. Todo mundo está sabendo sobre isso e está consciente que existe. Então nada melhor do que uma prova que tem como público-alvo os jovens, que são os principais fomentadores dos debates das reivindicações. Eu fiquei muito feliz e satisfeita com a minha escrita”. 
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Ainda assim, nem tudo são flores. Mesmo tendo se preparado por meio de leituras de autores brasileiros e estrangeiros que tratam da temática, o maior inimigo de Mirella foi o nervosismo.
Na hora da prova, a dificuldade foi organizar todo o conteúdo e transmitir o conhecimento em palavras. As principais referências foram a obra “Olhos d’água”, de Conceição Evaristo, e o trabalho de Bell Hooks, autora americana que tem foco na educação antirracista.
Conselho para futuros vestibulandos
Mirella lamenta que atualmente, entre os jovens, cursar universidade esteja em desprestígio. A jovem nota que, nas redes sociais, o discurso contra o estudo tem sido forte, onde se atribui a ideia de que "não levará a lugar algum". Ela lembra que estudar não é somente sobre a profissão, mas é sobre transformar a si mesmo e a realidade.
“Isso é muito triste. Não desvalorizo outras escolhas ou caminhos, mas, ao mesmo tempo, precisamos ter a mente aberta e reconhecer que somente a educação é capaz de mudar o mundo e transformar as pessoas”, diz.
Ela diz que o segredo para se dar bem no vestibular é a paciência e a perseverança. Para a jovem, o estudo é um processo constante, onde é necessário compreender a melhor forma de fazer, que é individual de cada um.
“Haverá dias em que você conseguirá fazer um simulado inteiro do Enem, e haverá outros em que só conseguirá resolver 10 questões, e está tudo bem! Não é a quantidade que importa, mas, sim, a qualidade do estudo”. 

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