quarta-feira, 3 de julho de 2024

Professor do Paraná que perdeu R$ 700 após devolver PIX que recebeu por engano ganha mesmo valor de desconhecido: 'Não perca a fé'

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR Imagem: Divulgação 
O professor Luiz Cezar Lustosa Garbini, que perdeu R$ 700 depois de devolver um PIX que recebeu por engano, ganhou o mesmo valor de um desconhecido que se comoveu com a história dele. O dinheiro foi depositado na segunda-feira (1º).
Na última quinta-feira (27), o professor devolveu o PIX a um homem que fez a transferência por engano, só que, simultaneamente, o banco retirou o mesmo valor da conta dele para poder estornar quem errou a transação. Ou seja: o homem que inicialmente transferiu os R$ 700 por engano, no fim das contas, recebeu R$ 1.400, e Garbini perdeu R$ 700.
O professor, que tem 23 anos, levou o caso à Polícia Civil do Paraná (PC-PR), em Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba. Ele tentou conseguir o valor de volta com o banco, mas a instituição disse que não conseguirá fazer a devolução porque o autor da transferência por engano está sem valores na conta. 
O professor foi surpreendido com a transferência feita pelo empresário Lerry Granville, que não conhecia Garbini, mas ficou sabendo da história pelo g1 e se comoveu com a situação.
Junto com o PIX no valor de R$ 700, Granville deixou uma mensagem ao professor: 
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"Prof Luiz, não perca a fé, existem pessoas corretas. Este é um presente caso não receba de volta. Abraço", dizia o recado.
O empresário é de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e conta que, quando viu a história de Garbini, viu a oportunidade de fazer o bem.
"Ele fez o certo, foi honesto, mas alguém não foi. O mundo tá tão cheio de desafios, que sempre que posso aplico o que meu querido pai ensinou: 'Quanto menor a capacidade dos outros se defenderem, maior nossa responsabilidade de defendê-los'", afirma. 
Jovem achou que dinheiro era devolução
Garbini conta que, inicialmente, ficou confuso, porque não viu a mensagem enviada junto com o PIX. Inclusive, chegou a pensar que poderia ser o banco fazendo a devolução do dinheiro.
Horas depois, viu que a transferência tinha uma mensagem e conseguiu conversar com Granville, que disse para ele nunca perder a esperança. 
A confusão aconteceu após um homem mandar uma mensagem no WhatsApp de Garbini falando que tinha feito a transferência de R$ 700 por engano. Como o professor usa o próprio celular como chave PIX, o homem conseguiu contato com facilidade. 
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Depois da conversa, o professor checou a conta e identificou que, de fato, estava com R$ 700 a mais.
Ele disse que tentou fazer a devolução pelo aplicativo, no formato de estorno, mas não conseguiu. Por isso, decidiu fazer um PIX para o homem, formalizando a devolução.
Minutos depois, quando precisou acessar a conta bancária novamente, notou o prejuízo. 
Conforme Garbini, ele entrou em contato com o homem explicando a situação, mas disse que ele não quis devolver o valor, debochou da situação e o bloqueou no WhatsApp.
"Me senti desacreditado que o cara teve essa atitude logo após eu ter sido honesto com ele", lamentou. 
A Polícia Civil disse que o caso está sendo investigado. O professor deve ser ouvido nesta terça-feira (2).
O g1 tenta contato com o homem que se recusou a fazer a devolução do dinheiro. 
O que diz o banco do professor
Em um e-mail enviado na segunda-feira para Garbini, o Mercado Pago afirmou que analisou a situação, mas disse que não conseguirá devolver o dinheiro porque "a conta que recebeu o valor não tem mais valores disponíveis para fazer a devolução". 
O g1 questionou o Mercado Pago se o processo de estorno é procedimento padrão da instituição, que explicou que o autor do PIX entrou em contato e solicitou um MED Pix – mecanismo especial de devolução em caso de fraude, criado pelo Banco Central. 
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"Nestes casos, o Mercado Pago avalia o MED para definir se haverá devolução ou não, e em caso de devolução o recebedor do Pix terá os recursos bloqueados da conta", afirma a instituição.
Por meio de nota, o PicPay, instituição financeira na qual o homem que recebeu o valor tem conta, afirmou que o processo foi conduzido de acordo com as diretrizes da empresa e normas vigentes do mercado financeiro. 
"A empresa lamenta o ocorrido e segue à disposição para qualquer esclarecimento", afirmou.

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