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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Agência BrasilO Ministério da Saúde informou hoje (8) que vai assegurar a oferta de
absorventes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na população que
está abaixo da linha da pobreza. O presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, assinou nesta quarta-feira um decreto que cria o
Programa de Proteção e Promoção da Dignidade Menstrual.
De acordo com o ministério, cerca de 8 milhões de pessoas serão
beneficiadas pela iniciativa que prevê investimento de R$ 418 milhões
por ano.
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A nova política segue os critérios do Programa Bolsa Família,
incluindo estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas,
pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade social extrema.
Também serão atendidas pessoas em situação de privação de liberdade e
que cumprem medidas socioeducativas. O ministério acrescenta que o
programa, voltado a todas as pessoas que menstruam, alcançará mulheres
cisgênero, homens trans, pessoas transmasculinas, pessoas não binárias e
intersexo.
De acordo com Ana Nery Lima, especialista em gênero e inclusão na ONG
Plan International Brasil, que promove os direitos das crianças e a
igualdade para meninas, é urgente pensar em ações e políticas públicas
que garantam que meninas, mulheres e pessoas que menstruam tenham acesso
a condições dignas de gerenciamento do seu ciclo menstrual.
“Por isso, medidas como a anunciada hoje são tão importantes
para garantir a distribuição de absorventes para os públicos que
convivem com a pobreza menstrual, para que consigam, minimamente,
conviver com dignidade”, disse.
“A dignidade menstrual também diz respeito à dignidade humana.
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Quando as pessoas acessam instalações e insumos seguros e eficazes para
administrar sua higiene menstrual, são capazes de administrar sua
menstruação com dignidade”, concluiu.
Ministério Público
Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF) reforçou um pedido
na Justiça para que a União apresentasse plano de distribuição de
absorventes a estudantes de baixa renda da rede pública, a mulheres em
situação de vulnerabilidade social extrema, a detentas e a jovens em
conflito com a lei internadas.
A distribuição é garantida pela Lei Federal 14.214 de 2021, mas o
governo anterior foi contra a política. O texto, aprovado pelo Senado em
setembro de 2021, foi sancionado pelo então presidente da República
Jair Bolsonaro que, no entanto, vetou a distribuição gratuita dos
absorventes.
O veto presidencial foi derrubado em março do ano seguinte pelo
Congresso Nacional. No mesmo mês, Bolsonaro decidiu regulamentar a
distribuição. Em novembro, o Ministério da Saúde lançou o Programa de
Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, com a promessa de atender a 4
milhões de mulheres.
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Em outubro, a organização não governamental (ONG) Criola havia
entrado com ação na Justiça Federal, pedindo que o governo federal
apresentasse, em 15 dias, os planos para distribuição dos absorventes.
“A ideia era desenvolver essa política o mais rápido possível, com a
urgência [de] que ela necessitava, visto que as pessoas que serão
beneficiadas desta política são pessoas em situação de vulnerabilidade”,
lembrou a coordenadora-geral da ONG Criola, Lúcia Xavier.
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