By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: AEN – Imagem: José Fernando Ogura/AEN
O Governo do Estado ampliou em 35% o valor destinado para o programa
Luz Fraterna em 2021. O orçamento do benefício que garante subsídio na
tarifa de energia elétrica para famílias de baixa renda passará de R$
34,5 milhões para R$ 46,5 milhões.É o maior investimento da história no projeto social, gerido pela
Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho em parceria com
cinco companhias elétricas. A estimativa é que possa atender 170 mil
famílias mensalmente, um acréscimo de 7,6% em relação ao ano passado,
quando 158 mil famílias foram beneficiadas.
Suporte que faz toda a diferença na vida da dona de casa Leidi Bagio,
de 38 anos, moradora de Prudentópolis, no Centro-Sul do Paraná.
Recém-divorciada, ela conta que alugou uma casa na periferia da cidade
há três meses. Vive das economias passadas enquanto não encontra nova
ocupação com carteira assinada. E aí não ter de pagar a tarifa de
energia elétrica faz toda a diferença.
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“É um programa ótimo, uma ajuda que me permite comprar comida para o
meu filho, já que o mercado anda tão caro. A gente procura fazer de tudo
para não deixar faltar nada para ele”, diz ela, que divide o espaço de
pouco mais de 30 metros quadrados, ainda em fase de construção, com o
filho de cinco anos.
HISTÓRIA FAMILIAR
O enredo da dona de casa de
Prudentópolis é compartilhado por um sem número de famílias espalhadas
pelo Paraná. O Programa Luz Fraterna tem em suas fileiras muitas
mulheres separadas que chefiam famílias com crianças pequenas.
Vizinha de rua de Leidi, no loteamento Vila Municipal, Marli
Aparecida de Souza, de 42 anos, ganha a vida cuidando das crianças da
vizinhança. Clientela que diminuiu consideravelmente com o home office e
desemprego que vieram a reboque do coronavírus. “O dinheiro que não
gasto com a luz serve para o meu sustento. Sou sozinha com três filhos,
de 19, 15 e 4 anos, para cuidar”, conta.
Em União da Vitória, no Sul do Estado, o Luz Fraterna é o apoio das
cunhadas e donas de casa Daiane Ferreira Mathias dos Santos, 33 anos, e
Salete Terezinha Tremba, 51 anos. Uma influenciou a outra a correr atrás
do benefício. Dinheiro poupado que se transforma em um muro novo,
utensílio mais moderno para a cozinha ou mesmo como poupança para
períodos de vacas magras quando a venda de crochês fica fraca.
“É um gasto a menos que me ajuda a comprar produtos de higiene”,
ressalta Daiane, mãe de duas filhas, de 14 e 2 anos. “Se não fosse o
programa teria de pagar em torno de R$ 100 por mês de luz. Faria como?”,
completa Salete, também responsável por duas meninas, de 16 e 7 anos.
O acanhado bairro São Braz, em União da Vitória, é um polo do
programa. Uma caminhada pelas apertadas ruas do bairro basta para
florescer testemunhos de agradecimento ao projeto estadual.
Floraci Aparecida Bueno de Oliveira é diarista e muitas vezes conta
apenas com a aposentadoria da mãe para tocar a casa e cuidar dos dois
filhos. “É um alívio ver a fatura zerada”, diz.
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A duas casas dali, a dona de casa Mariangela Sabrina dos Santos
Alves, 30 anos, mora com o marido, duas crianças e um filhote de pitbull
pouco simpático a visitas inesperadas. Gastava em média R$ 100 de luz
antes de aderir ao programa, há uns cinco anos, estima. “Vale muito a
pena. É o leite para os meus filhos”, ressalta.
Aparecida Cândido Ramos, 45 anos, moradora da Vila Mauá, em Colombo, é
beneficiária há 4 anos do Luz Fraterna. Para ela essa ajuda do governo
faz toda a diferença. “É muito importante para gente que tem uma
condição abaixo do normal receber essa ajuda, principalmente na hora de
pagar outras contas”.
Já a moradora de Piraquara, Catarina de França, 59 anos, que recebe o
benefício há 8 anos, ressaltou a importância de ter uma economia na
conta de luz. “Essa economia na conta de luz representa muita coisa,
pois aqui já pagamos aluguel, então com essa ajuda aproveitamos para
comprar mais alimentos aqui para casa”.
O PROGRAMA
O Luz Fraterna isenta do pagamento da
fatura de energia elétrica as famílias beneficiadas pela Tarifa Social e
que tem consumo de energia mensal igual ou inferior a 120 kWh. O limite
de consumo mensal se eleva para 400 kWh para as famílias que possuem,
dentre seus moradores, pessoas que utilizam equipamentos elétricos de
sobrevida.
O programa está presente nos 399 municípios, com a Copel e outras
companhias que atuam no Estado. É feita a concessão automática às
famílias cadastradas na Tarifa Social e que atendem ao critério de
consumo.
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As companhias repassam mensalmente ao Estado a lista de famílias
beneficiadas, assim como os valores a serem ressarcidos.
COMO ADERIR
Podem participar do programa famílias
paranaenses com renda per capita de até meio salário mínimo, que estão
no Cadastro Único e inscritas na Tarifa Social Baixa Renda (programa do
governo federal).
Também são aceitas no Luz Fraterna famílias com portadores de doenças
que utilizem equipamentos elétricos de sobrevida, desde que a renda
total da família seja de até três salários mínimos.
Famílias indígenas e quilombolas inscritas no Cadastro Único e que
atendam aos requisitos também têm desconto de 100% até o limite de
consumo de 50 quilowatts/hora por mês.
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