By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES – Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil
Um ano após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta
afirma que tinha uma expectativa diferente para 2021 quando estava à
frente do Ministério da Saúde. Segundo ele, em fevereiro do ano passado,
o país se preparava para enfrentar a tragédia que vinha pela frente. No
entanto, conforme o tempo foi passando, o governo federal,
especialmente na figura do presidente Jair Bolsonaro, foi colocando empecilhos no combate à pandemia.Um desses obstáculos, na avaliação do ex-ministro, está cobrando a conta agora: a falta de vacina.
“Esse erro foi cometido em agosto e setembro, quando fecharam as
negociações com a Pfizer, Moderna, Johnson. Não quiseram. (…) É um erro
muito primário.
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Como o governo fechou as portas com esses laboratórios
de primeira linha, está avançando para terreno perigoso, que é comprar
vacina que não tem fase 3”, alerta, em entrevista exclusiva ao Metrópoles.
Mandetta
segue: “O povo quer uma vacina e não tem. Então, o governo começa a
mudar regra, intervir na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), e aí você fica em um cenário que não sabe mais em quem
confiar. Tira a credibilidade do sistema e da própria agência. Estão na
xepa, estão procurando qualquer coisa, o que estiver disponível”.
Segundo ele, o Brasil seria uma grande vitrine para os laboratórios
porque tem rede para aplicar as doses em velocidade muito boa, maior que
Estados Unidos e França.
Humildade
Ao Metrópoles, o ex-ministro fez um panorama no ano de pandemia, criticou a interferência do presidente na gestão do Ministério da Saúde
e comentou sobre a estratégia de comunicação bolsonarista, que, na sua
avaliação, se assemelha à nazista, em que “uma mentira é repetida mil
vezes até virar verdade”.
Mandetta também considerou que faltou humildade ao general
Eduardo Pazuello ao aceitar o cargo de ministro.
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“Esse é um erro deles
[dos militares, poderiam] dizer: ‘isso não é a nossa praia, não vamos
aceitar’.”
Filiado ao DEM e constantemente na lista de cotados para concorrer à Presidência em 2022,
o médico deixou o governo em abril do ano passado após discordar do
presidente em relação à adoção de medidas de isolamento social.
Confira AQUI a entrevista completa.
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