By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Na decisão da 11ª Vara Federal, a juíza Laura Bastos Carvalho ressalta
que a demora na conclusão do concurso poderá trazer prejuízos aos cofres
públicos. A magistrada também assinala, em outro trecho do despacho,
que alegações a princípio "irrelevantes" apresentadas pelo ministério
para suspender o certame dão indícios de que a discriminação apontada
pelo MPF "pode estar sendo praticada".
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Por esses e outros motivos, a juíza federal concedeu a liminar, citando
ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) já transferiu ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo
Sul (BRDE) mais de meio milhão de reais (R$ 525 mil) referentes a gestão
financeira do contrato.
O G1 tenta entrar em contato com o Ministério da Cidadania.
Ação civil pública
No início do mês, o MPF moveu ação civil pública contra o ministro da Cidadania, Osmar Terra,
apontando que o chefe da pasta havia suspendido o edital após crítica
do presidente Jair Bolsonaro a peças LGBT que foram selecionadas no
concurso.
O MPF apurou e concluiu que a Portaria 1.576, de 20 de agosto de 2019
foi motivada por discriminação contra projetos com temática relacionada a
lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis – LGBTT.
Os documentários alvo de crítica de Bolsonaro foram: "Sexo Reverso",
"Transversais", "Afronte" e "Religare Queer", criticados pelo presidente
da República, Jair Bolsonaro, em vídeo publicado nas redes sociais em
meados de agosto deste ano.
O inquérito civil do MPF também identificou que a suspensão do concurso
causou dano ao patrimônio público federal no valor de quase R$ 1,8
milhão (1.786.067,44) quantia referente aos gastos já efetuados com sua
realização.
A ação do MPF, que acusa Osmar Terra de improbidade administrativa,
pede que a portaria seja anulada e o concurso seja concluído.
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Também é
solicitado que o chefe da pasta seja condenado, com base na Lei de
Improbidade Administrativa a:
- Ressarcimento integral dos valores dispendidos com a realização do concurso – R$ 1,8 milhão;
- Perda da função pública exercida;
- Suspensão dos direitos políticos por oito anos;
- Pagamento de multa civil em valor equivalente a duas vezes o valor do dano causado;
- Proibição de contratar com o Poder Público Federal ou dele receber benefícios, incentivos fiscais ou creditícios, pelo prazo de cinco anos.
Em nota encaminhada ao G1,
o Ministério da Cidadania comunicou que "o edital suspenso não foi
discutido por este governo" e "por se tratar de recursos públicos – R$
70 milhões – que financiariam séries para serem exibidas em TVs
públicas, este governo resolveu suspender com a intenção de analisar os
critérios de sua formulação".
Segundo a pasta, "o próprio edital previa a possibilidade de suspensão ou anulação".
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