By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A mãe do pequeno Eduardo Lopes, de 5 anos, Simone Lopes, procurou uma
delegacia em Rio Branco, no dia 29 de abril, para fazer um boletim de
ocorrência após o filho cair na escola e fraturar o cotovelo. Ela diz
que o acidente aconteceu porque o filho autista precisa dividir o
mediador com outro autista e estava sozinho no momento do ocorrido.
O secretário municipal de Educação de Rio Branco, Moisés Diniz,
informou que ouviu a direção da escola e o caso está sendo apurado. Ele
nega que a escola tenha sido negligente. Além disso, ele afirmou que a
prefeitura não tem condições de garantir a contratação de um único
mediador para cada criança autista.
Simone diz que o filho é autista e tem transtorno de déficit de atenção
com hiperatividade (TDAH) e cursa o 1º ano do ensino fundamental, na
Escola Benfica.
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Ele sofreu uma fratura no cotovelo após cair no corredor
da escola. Além disso, ela conta que esta é a segunda vez que o filho
cai na instituição.
"Ele tem autismo e TDAH, necessita de uma pessoa dentro da sala aula
que fique, exclusivamente, com ele porque essa não é a primeira vez que
ele cai na escola. É a segunda, a primeira, ele caiu dentro do banheiro,
que estava molhado", lembra.
Segundo a mãe, a fratura só foi percebida quando o pai foi buscar o
menino na escola e já levou direto ao Pronto-Socorro, onde foi feito o
raio-x e detectada a fratura. Ela ressalta que na hora do incidente, o
menino estava só, sem a presença do profissional, e ninguém da escola
teria prestado socorro.
"O mediador que a secretaria disponibilizou para a escola está sendo
utilizado para duas crianças especiais, então, ele [mediador] não dá
conta de olhar o meu filho e de olhar o outro. Se olha um, o outro fica
desamparado", reclama.
Além disso, a mãe diz que o caso deve ser encaminhado ao Ministério
Público. "Fiz o boletim de ocorrência e entreguei a documentação todinha
para o advogado para dar entrada no Ministério Público. O advogado vai
dar entrada com a ação", afirma Simone.
Falta de mediadores
Este não o único estudante que não tem um mediador exclusivo, já que mais de 20 crianças com autismo estariam sem mediadores
dentro das salas de aula em Rio Branco. Segundo a Associação Família
Azul do Acre (Afac), há alunos que não estão indo para a escola por
falta de profissionais especializados disponíveis.
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Há casos ainda em que os estudantes até comparecem às aulas, mas,
segundo as mães, os filhos não estão sendo incluídos nas atividades por
falta de profissionais. A denúncia relata também casos em que um
mediador atende até três crianças nas escolas.
Secretário diz que não foi negligência
O secretário Moisés Diniz explica que o ocorrido com a criança poderia
acontecer com outras durante o intervalo. "Não foi por falta de
mediador. Ele [mediador] estava próximo na hora. Portanto, não foi uma
falha escola", afirma.
Ainda segundo Diniz, a escola tem a gravação do momento do acidente e que o caso vai ser tratado com atenção.
"Nos reunimos com a escola, com a coordenação e, graças a Deus, estava
filmado a hora em que a criança caiu e está sendo enviado ao Ministério
Público do Acre (MP-AC). Vamos tratar a situação com muito carinho, mas
não foi uma negligência da escola", pontua.
Moisés Diniz fala ainda que Rio Branco é a capital com a maior
quantidade de mediadores na rede de ensino. Segundo ele, são 1.877
professores com 306 mediadores. O secretário diz que o município prevê a
contratação de mais 73 profissionais para reforçar o quadro de ensino
especial.
"Estamos sem condições de garantir a contratação um por um. Nós não
podemos deixar nossas crianças com deficiência sem mediador e sem o
cuidador, portanto, esse é o grande debate na sociedade acreana",
conclui o secretário.
Atendimento individualizado
O presidente da Afac, Abrahão Púpio, diz que há uma lei municipal que
garante que o atendimento às crianças com autismo seja individualizado
nas escolas.
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"Há uma lei do município que garante o direito a esse atendimento que
não só deve ser especializado, mas também individualizado. O ano letivo
começou no dia 11 de março e é um absurdo que até essa altura ainda
tenha criança sem mediadores", reclama.
Em entrevista anterior ao G1,
Púpio revelou que o número de crianças com autismo sem mediadores
ultrapassa 20. Para ele, o número de profissionais contratados pela
prefeitura é inferior à quantidade de alunos que precisam de apoio nas
salas de aula.
"A gente se comunica pelo WhatsApp, então, tem muito mais, porque têm
aqueles que não se comunicam por ali. Na audiência pública, afirmaram
que a prefeitura vai contratar mais 73 profissionais, entre mediadores,
cuidadores, e educadores de ensino especial, mas já sabemos que não vai
chegar nem perto da demanda", criticou.
Conforme o presidente, seria necessário contratar, além dos convocados,
mais 200 profissionais para atender a demanda em Rio Branco.
"Já foram contratados 430 de ensino especial, mas a prefeita autorizou
chamar, depois do nosso movimento, somente mais 73. Por uma estimativa a
grosso modo, a gente percebe que seriam necessários mais 200", avaliou.
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