terça-feira, 7 de maio de 2019

Ex-namorado mata jovem de 22 anos em São Mateus do Sul


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA Imagem: Edinei Cruz/Rádio Difusora do Xisto - Rádio Cultura Sul e Policia Civil

A 3ª Subdivisão Policial (SDP) de São Mateus do Sul concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (6) para relatar a prisão de Alisson Pereira da Silva, de 24 anos, autuado pelo crime de feminicídio contra a ex-namorada, Elza Ribeiro Micharski, de 22 anos.
A jovem foi morta com golpes de barra de ferro e, posteriormente, atropelada na Rua Eduardo Sprada, nas imediações da Praça do Olho, na Vila Pinheirinho, em São Mateus do Sul, na tarde de domingo (5). Algumas horas depois, os policiais militares Murilo e Martins prenderam o autor na localidade de Faxinal dos Ilhéus, para onde ele tinha fugido.
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Elza sofreu lesões no rosto e no crânio e também foi atingida no abdômen. Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e foi encaminhada ao Pronto Atendimento Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Além dos golpes com a barra de ferro, Alisson passou com o pneu de um Chevrolet Celta, com placas de Canoinhas (SC), sobre a cabeça da vítima. O veículo, posteriormente localizado e apreendido, apresentava vestígios de sangue na calota do pneu dianteiro direito.
O crime teria sido premeditado, conforme as declarações do delegado-chefe da 3ª SDP, André Vilela, e do delegado-adjunto da 3ª SDP e delegado-chefe da Delegacia de São João do Triunfo, Michel Leite Pereira da Silva.
Elza, que era funcionária de uma distribuidora, teria trabalhado no domingo (5) até as 16h e foi seguida por Alisson no caminho para casa. O autor não aceitava o fim do relacionamento, que se estendeu por sete anos. A vítima já havia registrado boletins de ocorrência contra o ex-companheiro e obteve medidas protetivas contra ele na justiça, com decisão judicial de afastamento do lar e de manter distância mínima.
Segundo Vilela, a barra de ferro usada para atingir Elza pesa entre dois e três quilos e foi forjada a partir de uma peça de caminhão soldada com outra peça de metal.
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“Ele estava com ciúmes e estava monitorando a ex-esposa. Ela estava acompanhada de alguém com quem ainda não se sabe se tinha algum relacionamento com ela, se era amigo ou colega. Ele [Alisson] a viu conversando com essa pessoa, parou o carro – já estava acompanhando-a [Elza], com a barra de ferro dentro do carro – em via pública, desceu com a barra de ferro e desferiu, inicialmente, um golpe na cabeça”, detalha.
“Um golpe apenas, com essa barra de ferro, por si só, já é uma coisa muito violenta. Mesmo assim, ele continuou e deu mais alguns golpes. Estamos verificando a quantidade exata através das testemunhas”, prossegue o delegado. Ainda de acordo com Vilela, Elza caiu desacordada, com a força do golpe, e Alisson passou por cima dela com o carro.
“Passou com o carro em cima da cabeça dela, parou, deu a ré, voltou e passou com o carro em cima do corpo dela novamente”, relata.
O veículo utilizado no crime foi localizado na manhã de segunda-feira (6), escondido na área rural de São Mateus do Sul. A barra de ferro, que estava no carro, também foi apreendida. Vilela frisa que a sincronia e parceria entre a Polícia Civil, Polícia Militar e a comunidade de São Mateus do Sul contribuiu, sobremaneira, para a rápida elucidação desse crime.
Na manhã de segunda-feira (6), foram encontrados alguns dentes da vítima no local do crime, o que confirma a violência dos golpes aplicados contra ela.
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 “Mostra a gravidade, a força da agressão, que culminou nesse fato lamentável”, diz.
Alisson foi autuado em flagrante por feminicídio, que é um agravante do crime de homicídio, quando a vítima é morta pelo menosprezo à sua condição de mulher.
Conforme Vilela, apesar de ter ingerido bebidas alcoólicas – segundo o depoimento, Alisson misturou vodka e cerveja – ele estava consciente de suas ações no momento do crime, mas alegou não saber, na hora, se a vítima tinha morrido ou não. “Depois, ele tomou conhecimento e não esboçou nenhuma reação de arrependimento, ou de contrariedade, ou de infelicidade pelo que aconteceu. Não sabemos, ao certo, se é efeito da bebida alcoólica ou se é da natureza própria do indivíduo”, acrescenta.
O delegado-adjunto Michel Leite Pereira da Silva, responsável pelas diligências que localizaram o automóvel e a barra de ferro usados no crime, em local de difícil acesso, observa que Alisson já vinha perseguindo Elza há algum tempo, apesar das medidas protetivas obtidas por ela perante a Justiça.
“Acreditamos que o crime tenha sido premeditado pelo fato de que a barra de ferro, esse cano, estava no carro do suposto autor dos fatos. A barra não tem utilidade alguma, não é usada para a manutenção do veículo ou para fazer que o veículo opere, na medida do possível. É uma barra que estava sendo utilizada ali claramente com a intenção de lesar a integridade física de outra pessoa ou até mesmo ceifar sua vida, o que infelizmente aconteceu aqui, neste caso de feminicídio. Foi um caso atroz, brutal, pois ela foi atingida no rosto com uma barra de ferro. Teve grave perda óssea, teve perda de dentes, teve avulsão dentária. Posteriormente, o autor, deixando claro seu animus, sua intenção de matar, ainda passou por diversas vezes com o carro sobre a vítima. Constatamos, pela manhã, que há vestígios de sangue em toda a roda do veículo. A vítima morreu, mesmo após o socorro, agonizando”, afirma.
Silva relaciona o crime à lógica sexista. “Foi uma coisa atroz, brutal, que, infelizmente, acabou acontecendo e nos deixa até surpresos. Foi uma vida perdida por uma situação banal, de ciúmes, uma situação atrelada ao machismo. A mentalidade machista e violenta não condiz, não é aceita pelo ordenamento jurídico atual. Já peguei alguns casos de violência doméstica e de feminicídio, mas esse foi realmente atroz. Chama a atenção pela violência da forma como foram desferidos os golpes no rosto da vítima, as lesões causadas e a forma como a vítima veio a óbito, que foi uma forma agonizante, atroz, brutal”, avalia.
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Ao lado do latrocínio, o feminicídio é um dos crimes que possuem a pena mais alta, pelo atual Código Penal. O delegado-adjunto explica, ainda, que por se tratar de crime contra a vida, Alisson será submetido ao rito do tribunal do júri. Depois de ser indiciado pela Polícia Civil, o Ministério Público decide se o acusa ou não e, por fim, será instalado o júri popular, em que cidadãos de São Mateus do Sul serão convocados para acompanhar a sessão de julgamento e emitir o parecer por sua condenação ou absolvição, para que o juiz determine sua pena.


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