By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Pai de uma estudante de medicina, o produtor de hortaliças Francisco Cândido Neto, de 52 anos, caminha de Goiás ao Distrito Federal carregando uma cruz de 60 kg em protesto contra o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Sem conseguir contrato e com dívida de R$ 45 mil em mensalidades atrasadas, ele afirma que a filha terá de deixar a faculdade: “É desesperador, minha filha vai ter que parar de estudar porque sou pobre. É a morte de um sonho”.
Francisco saiu na quinta-feira (30) de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal, em direção ao Palácio do Planalto, em Brasília. Mesmo sendo aposentado por invalidez devido a graves problemas cardíacos, ele decidiu arriscar a própria vida e fazer a peregrinação de 95 km carregando o objeto de madeira, com 4,5 metros de altura.
“Espero que a presidente Dilma Rousseff se sensibilize e me ajude a conseguir o financiamento estudantil, que minha filha continue estudando”, disse.
A universitária Bruna Larissa Vitti Cândido, de 21 anos, começou a cursar medicina em agosto de 2014 no Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (Imepac), em Araguari (MG). Desde então, ela tenta ser beneficiada pelo Fies ou pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), mas não consegue.
Depois de quatro anos tentando ser aprovada em uma faculdade, Bruna contava que conseguiria ser beneficiada por algum dos programas do governo federal. “A gente lutou muito, tive muitos problemas e, quando consegui entrar, vou ter que parar porque não tenho incentivo nenhum”, lamenta.
Francisco, a mulher e os dois filhos vivem com cerca de R$ 3 mil por mês, dinheiro da aposentadoria do produtor e da produção da horta. No entanto, só a mensalidade da faculdade de Bruna custa R$ 5,3 mil, fora os gastos com estadia, pois a sede da instituição é em outro estado.
Francisco precisou pedir dinheiro emprestado a um conhecido para quitar o primeiro semestre de faculdade da filha para que ela continuasse a estudar. Agora, além de pagar o amigo, ele precisa quitar o débito de R$ 45 mil com a faculdade.
O produtor explica que vive em uma área de dois hectares, onde também cultiva as hortaliças. Como já fez a dívida com o conhecido, não tem nem como vendar a propriedade ou financiá-la. “Eu vou perder meu pedacinho de chão, minha casa, meu sustento. Vou morar na rua e minha filha não vai conseguir se formar”, disse, emocionado.
Bruna conta que tem até o próximo dia 5 para regularizar a situação. “Eu preciso pagar a dívida para fazer a rematrícula. Se não fizer, não posso nem trancar a faculdade porque devo. Vou ter que tentar passar no vestibular de novo”.
O G1 entrou em contato com o Ministério da Educação. No entanto, não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
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