By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Portal Terra – Imagem: Divulgação
Foi com um carro desses, de luxo e sem placa, sem
documento e sem carteira, que João Carlos foi parado pela funcionária do
Detran-RJ, Luciana Tamborini, que comparou o juiz a Deus, foi
processada e condenada a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais.
O currículo do magistrado é repleto de polêmicas. Juiz
desde 1998, João Carlos é investigado por sentenças favoráveis a um
grande empresário de Búzios, dono de terras na localidade de Tucuns,
considerada área de proteção ambiental. Denunciado pela jornalista
local, Elisabeth Prata, através da ouvidoria do TJ-RJ, tomou
conhecimento da denúncia e mandou prender a jornalista, que ficou presa
por poucas horas e acabou absolvida.
Em outro episódio, João Carlos também resolveu entrar
num navio de cruzeiro fundeado em Búzios para fazer suas compras de
Natal no freeshop. Como sua entrada foi negada, chamou a Polícia Federal
para autorizar sua entrada. O juiz não gostou de ser contrariado.
Mesmo com muitas polêmicas em sua carreira como
magistrado, o juiz já passou por promoções. Em 2012, saiu da Comarca de
Búzios para assumir o Juizado Especial Criminal de Campo Grande, na
capital fluminense. Não é muito, porque não traz grande destaque e nem
um grande salário em termos de magistratura, mas não deixa de ser uma
promoção.
Por
enquanto, a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não
vai tomar nenhuma medida contra o juiz. De acordo com a assessoria de
imprensa do órgão, até o momento não há movimento para que ele
receba algum tipo de investigação, nem mesmo receberam nenhum comunicado
do Conselho Nacional de Justiça pedindo que isso aconteça.
A Associação de Magistrados do Estado do RJ divulgou uma
nota tímida, afirmando que juízes devem se “comportar como qualquer
cidadão” quando parado na Lei Seca. No entanto, afirma que agentes
públicos devem “tratar com respeito e urbanidade, qualquer pessoa,
independentemente se for autoridade ou não”.
Uma fonte da corregedoria informou ao Terra que
acha ser bem difícil que João Carlos receba alguma punição por parte do
Tribunal. Para que ele seja punido, é preciso que o Órgão Especial do
Tribunal, composto por 25 desembargadores (entre eles a presidente do
TJ, Leila Mariano, e o Presidente da Corregedoria, Valmir de Oliveira
Silva) decidam processá-lo. Mas como não há, pelo menos no entender dos
desembargadores, nada que desabone a conduta de João Carlos, ele vai
continuar assinando sentenças sem se importar com o que pensam sobre
ele.
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