By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Portal Terra – Imagem: André Naddeo (Terra
)
Ethan King visitava o Moçambique, no sul do continente,
acompanhando o pai numa viagem e, na bagagem, levou algumas bolas de
futebol. Sabia que se divertiria no tempo livre. Foi quando percebeu que
as crianças, como ele, não jogavam futebol. Simplesmente porque não
possuíam o básico: a gorduchinha. Foi o estalo para que a sua vida se
mudasse.
Aos 10, Ethan fundou a ONG “Charity Ball” (Bola da
Caridade), junto com o pai, claro, mas sempre como líder do projeto. Em
cinco anos, já doou mais de cinco mil bolas de futebol para crianças e
adolescentes ao redor do mundo (24 países). Virou um rosto conhecido nos
EUA – e lidou bem com a fama, a ponto de encarar sem nervosismo as
câmeras de TV de diversos talk shows americanos.
No ano em que o Brasil sediou sua segunda Copa do Mundo,
ele aproveitou as férias escolares para mais uma empreitada, agora em
solo brasileiro. No Rio de Janeiro, com o apoio de um patrocinador, que
angaria cada vez mais conforme sua fama/ideal se propaga, ele conseguiu
arrecadar 500 bolas para a ONG Saúde Criança. Em depoimento exclusivo ao
Terra, conta sua história de vida e critica com atitude grandes
empresas como a Nike e Adidas, e até mesmo a Fifa, que deveriam, na sua
opinião, se preocupar mais com o lado beneficente.
Ethan King, 15, estudante e líder da ONG Charity Ball:
Toda criança merece ter a sua própria bola de
futebol. Qualquer lugar que você vai no mundo você vê crianças jogando
futebol. Especialmente, nas comunidades pobres, é o que as crianças mais
gostam de fazer. Foi o que aconteceu comigo em Moçambique. Acabou que
foi uma coincidência porque eu adoro jogar bola também. Eu sou muito
entusiasmado em fazer o que eu gosto para ajudar outras pessoas.
Ao
longo dos últimos cinco anos nós doamos cerca de cinco mil bolas de
futebol para crianças em cerca de 24 diferentes países. Fizemos isso em
muitos países na África, como Zâmbia, Moçambique, África do Sul,
Botsuana, e Quênia. Nós também fizemos isso na Guatemala, Índia, Haiti,
um monte de países.
Cada vez que eu dou uma bola para uma criança eu me
sinto muito bem por dentro. É algo como você saber que aquilo vai
impactar na vida de uma criança. Elas recebem uma bola e se sentem
valorizadas. É um impulso. Quem sabe podem ser jogadores de futebol, se
sentirem mais motivados para irem ao colégio, ou podem perseguir o que
querem ser quando crescer. Por isso é tão incrível essa sensação.
Hoje as pessoas são tão estressadas, e acabam
pensando apenas em si, são egoístas de uma certa forma. Acho que é fazer
justamente o contrário disso que me faz sentir tão bem, saber que estou
indo no sentido contrário, que posso ajudar as pessoas. Quem sabe elas
possam atingir, cada uma da sua própria maneira, os seus objetivos na
vida.
Temos ideia de no próximo ano arrecadar US$ 100 mil
para dar mais quatro ou cinco mil bolas para crianças carentes. Sempre
estamos procurando pessoas para nos ajudar, para se envolverem de fato.
Seria muito legal se companhias como a Nike ou mesmo a Fifa pudessem se
manifestar nesse sentido de usarem tanto o esporte mais famoso no mundo e
darem de volta para as crianças isso.
Mesmo aqui no Brasil. Vocês receberam a Copa do
Mundo esse ano. Não seria legal que companhias como a Adidas também, por
exemplo, ou outras grandes marcas, pudessem ajudar mais? Algo do tipo:
‘hey, queremos dar de voltar também’. Se elas pudessem tomar parte deste
projeto seria algo bem legal.
Eu vivi na África do Sul por um ano quando eu estava
na terceira série. Eu tinha oito anos. Eu já jogava futebol nos Estados
Unidos, mas era algo mais por brincadeira. Quando eu morei na África, e
vi a paixão deles, comecei a me envolver mais e me apaixonei pelo
esporte. Eu também comecei a jogar muito videogame, um amigo me enviou o
jogo da Fifa e eu confesso que viciei. Quando eu voltei para os Estados
Unidos a ideia fixa na minha cabeça era de jogar futebol.
Eu gosto muito do Manchester United. Eu gosto dos
jogadores que trabalham duro e fazem isso para bilhar e marcar vários
gols. Gosto muito do Cristiano Ronaldo, acho que ele se esforça muito. O
Messi tem o talento natural, o que é muito legal, mas o Cristiano
Ronaldo me parece mais esforçado.
Claro que tem o Neymar. Eu gosto do estilo dele,
rápido, especialmente esse ano ele está indo muito bem, fez uma ótima
Copa do Mundo. E eu percebo que a cada jogo, a cada ano, ele está cada
vez melhor.
Você
não precisa ser uma celebridade, alguém famoso para fazer o bem. Pode
ser algo simples, nem precisa ser uma bola de futebol. Pode ser algo
simples, uma palavra de incentivo, um ‘toca aqui’, você não precisa ser
alguém superior, ter uma posição importante, para fazer algo do tipo.
Isso é amor, e as pessoas sempre precisam de mais amor. Você não vai ser
capaz de mudar o mundo todo, mas você pode mudar o mundo inteiro
através de uma pessoa.
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