sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Moradores de Prudentópolis falam da falta de água










Louça na pia, nenhuma gota de água no registro da casa, roupa sem lavar na máquina. Estes são apenas alguns dos transtornos que a população de Prudentópolis tem enfrentado em virtude de um problema que se repete há muito tempo, a falta de água. Vários bairros da cidade ficaram sem água e segundo os moradores, dependendo da semana, são dois, três ou até quatro dias consecutivos sem água. “A falta de água, a gente não consegue entender o por que. Falta água nos tempos de chuva e não é pouco às vezes dois, três dias. Muita gente das vilas mais altas fica sem água e puxa água de vertentes e nascentes. Porque não tem água nem pra tomar banho, lavar louça, às vezes não tem água nem pra lavar o rosto quando levanta de manhã”, diz o morador da Vila Esperança, Estanislaw Alachim.
Na localidade que Alachim mora e em outros locais como o Jardim Habitar Brasil, Vila Iguaçu, loteamento Maringá, Jardim Independência, Pousinhos, Vida Luz e toda a parte alta da cidade a falta de abastecimento virou rotina. Segundo alguns moradores, dependendo do dia a água só chega de madrugada e em alguns casos, a quantidade é insuficiente.
“Fica difícil para a gente entender e faz tempo que acontece essas coisas e ninguém toma providência. Então queria saber por que ninguém faz nada para melhorar a situação”, questiona Alachim. locais é recorrer a pequenas fontes. Como faz o morador da Vila Esperança, José Smaha que recorre há uma pequena bica, a 200m de sua residência para obter água para cozinhar, lavar roupa e para as necessidades básicas do dia-a-dia. No entanto, de acordo com Smaha, a solução gera muitos transtornos, principalmente para pessoas como ele que precisam transportar a água em carrinhos de mão ou baldes. “É difícil ficar subindo, descendo, eu que tenho problemas de saúde, é muito difícil, mas graças a Deus temos um socorro que é aquela água na bica”, relata o morador.
Aulas suspensas
O problema no abastecimento além de causar um verdadeiro caos à população da cidade, também afeta diretamente alunos e professores de escolas municipais que ficam sem aula em função da falta de água.
“É um problema muito sério em função das aulas, as crianças não vão à escola. Tem semanas que temos apenas dois dias de aulas por semana, o resto às crianças ficam em casa. Esse é um problema muito sério que temos que chamar a atenção de nossas autoridades”, conta Smaha.
Justificativas apresentadas para a população
Segundo o locutor da Rádio Cidade de Prudentópolis, Élio Kohut, a Sanepar apresenta várias alegações para o problema de abastecimento que vão desde o roubo de fiação à defeitos em motores que fazem a captação da água até a falta de energia nas bombas que fazem o bombeamento de água até as residências.
Para Kohut, a solução seria investir na implantação de novos reservatórios, pois o atual é bastante ultrapassado e, por isso, não atende a demanda, especialmente porque a cidade evoluiu e o número de habitantes cresceu nos últimos anos.
“Hoje Prudentópolis está com a captação de 25 anos atrás e parou no tempo. A Sanepar não consegue atender a demanda do consumo. A parte baixa [da cidade] é abastecida de água normalmente, mas nas partes altas ela demora, dependendo da situação, quatro dias ou uma semana para retornar”, afirma o locutor. Uma alegação especulada pelo locutor para justificar a falta de investimentos da Sanepar na estrutura de armazenamento e distribuição de água em Prudentópolis é o fato da prefeitura ter uma dívida com a empresa de saneamento que chega a quase R$ 1 milhão. “Essa é uma dívida que vem se arrastando desde 2006 e que pode ser uma das alegações apresentadas pela Sanepar para não fazer os investimentos”, constata.
Lembrando que a dívida citada por Élio se refere ao não pagamento de consumo de água dos prédios públicos e alugados pela prefeitura da cidade entre os anos de 2006 e 2010. Para pagar o consumo de água, muitos municípios utilizam o sitema de "Acerto de Contas", uma parceria estabelecida entre as prefeituras e a Sanepar onde o município arca com os custos de pequenas obras e melhorias na rede de abstecimento de água e de saneamento.
Gerente da Sanepar garante que obras emergenciais irão solucionar o problema
Procurado por nossa reportagem para falar sobre o assunto, o gerente da unidade regional da Sanepar de Ponta Grossa, Leandro Ribas, afirmou que os problemas crônicos de falta de água em Prudentópolis já foram resolvidos graças à instalação de uma nova unidade de tratamento no município que proporcionou o aumento da produção. Ribas revela que essas obras foram providenciadas com o objetivo de sanar os problemas de forma emergencial no sistema que estava no limite de produção, operando nas 24 horas.
Hoje na cidade de Prudentópolis existem dois reservatórios que acumula a água captada do Rio dos Patos.
“Quando o sistema de produção está no limite qualquer interrupção é muito difícil de retornar e elevar o nível de produção dos reservatórios e proporcionar o atendimento. Com essa melhoria o sistema tende a ser mais rápido eliminando esse tipo de problema”, entende Ribas.
Uma ampliação do sistema está sendo projetada a partir de 2012, através de um convênio entre o governo federal e o Estado que irá disponibilizar aproximadamente R$ 2 bilhões até o final de 2014 para que os municípios paranaenses possam fazer a reestruturação de seus sistemas de captação e distribuição de água.
Ribas acredita que o sistema emergencial que já entrou em operação em Prudentópolis terá condições de atender os pontos críticos do município até que as obras definitivas sejam providenciadas. “Acreditamos que possamos atender, pois ultimamente, o município não tem sofrido com a falta de água. O que tem ocorrido ocasionalmente é alguma falha de equipamento ou rompimento de alguma tubulação, mas esse tipo de problema é inerente a qualquer sistema de tratamento e distribuição de água”, conclui.

Texto: Rodrigo Zub (Radio Najua) – Foto: Rodrigo Zub, Jordani Filho e Élio Kohut.
Programa Intervalo no Esporte (18:00 as 19:00 hrs) – Radio Cidade – www.cidade104fm.com.br

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