By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO CULTURA – Imagem: AEN
A vacinação contra a COVID-19 já
apresenta resultados práticos na queda da mortalidade de pessoas idosas
no Paraná. É o que indica um estudo prévio elaborado pela Secretaria de
Estado da Saúde, que mostra a redução no percentual de óbitos pela
doença em pessoas com 70 anos ou mais no primeiro quadrimestre deste
ano, na comparação com os quatro meses anteriores.O estudo também aponta que a média de
idade dos óbitos diminuiu no período, além dos surtos de COVID-19 nas
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e a porcentagem das
pessoas idosas hospitalizadas por causa da doença.
A análise tem como base os Boletins
Epidemiológicos da Secretaria Estadual da Saúde publicados no dia 20 de
janeiro, data em que foi iniciada a campanha de vacinação contra a
COVID-19 na maioria dos municípios do Estado, e em 9 de maio, quando a
maior parte do público com mais de 70 anos completou o esquema vacinal,
com a aplicação da segunda dose do imunizante.
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Maria Goretti David Lopes, diretora de
Atenção e Vigilância em Saúde, setor da Secretaria da Saúde responsável
pelo levantamento, ressalva que, além da vacinação, outros fatores podem
ter contribuído com os resultados obtidos na análise. Ela ressalta a
experiência das equipes no manejo dos casos graves, diferentes ações
junto às Instituições de Longa Permanência para Idosos e o enfrentamento
à COVID-19 no Paraná.
“Essa análise prévia mostra uma
tendência de melhoria no controle da pandemia, com o aumento da
vacinação e a redução nas mortes por COVID-19. Esperamos que, com
estudos mais aprofundados, esses resultados se confirmem e sejam
ampliados futuramente”, afirma Goretti.
Ela também destaca a inclusão de pessoas
com mais de 60 anos entre os primeiros a serem vacinados, de acordo com
o Plano Estadual de Vacinação. “A linha de cuidado com a pessoa idosa é
prioridade no Paraná e uma determinação do governador Carlos Massa
Ratinho Junior. Essa atenção não poderia ser diferente durante uma
pandemia que vitima principalmente as pessoas mais velhas. Por isso o
público idoso foi colocado como prioritário no Plano Estadual de
Vacinação”, salienta.
Uma das questões que deve ser levada em
conta na análise, explica a diretora, foi o aumento expressivo no número
de casos positivos no Paraná no primeiro quadrimestre do ano, com cerca
de 470 mil casos e 14 mil mortes a mais que o apresentado até então.
Essa questão pode interferir, por exemplo, na diminuição da idade média
dos óbitos por COVID-19 neste ano.
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No período analisado, houve redução de
4,66 pontos percentuais nas mortes de pessoas idosas contaminadas com o
novo Coronavírus. No boletim de 20 de janeiro, as pessoas com 60 anos ou
mais representavam 76,48% dos óbitos por COVID-19 no Paraná – das 9.144
pessoas mortas pela doença até então, 6.052 tinham mais de 60 anos. O
índice caiu para 71,82% em 9 de maio, sendo que os idosos responderam
por 13.164 das 23.645 mortes até a data.
Essa variação negativa foi observada em
todas as faixas etárias a partir dos 70 anos. A redução dos óbitos, em
pontos percentuais, foi de 0,79 na faixa dos 70 aos 74 anos; 1,88 dos 75
aos 79 anos; 2,64 entre 80 e 84 anos; 2,62 entre 85 e 89 anos e de 2,3
entre os idosos com mais de 90 anos.
Como o cronograma de vacinação foi em
ordem decrescente de idade, o que influencia também na aplicação da
segunda dose, o estudo ainda apresentava aumento das mortes nas demais
faixas etárias no período. Porém, há uma variação positiva inversamente à
progressão etária, ou seja, com índices menores de crescimento nos
óbitos quanto mais velho o paciente. A alta foi de 0,34 pontos
percentuais entre as pessoas com idade entre 65 e 69 anos, 1,53 pp entre
60 e 64 anos e de 8,28 pp na população com até 60 anos.
Dados mais recentes do Vacinômetro da
Secretaria da Saúde mostram que, até terça-feira (18), 93,1% das pessoas
com 60 anos ou mais receberam a primeira dose da vacina, sendo que 50%
delas completaram o ciclo vacinal. No recorte acima dos 70 anos, sobe
para 95,4% a porcentagem de vacinados com a primeira dose, dos quais 82%
estão com a imunização completa.
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Outro resultado apontado na comparação
entre os dois boletins foi a diminuição de dois anos na média de idade
dos óbitos pela doença. No dia 20 de janeiro, essa média estava em 68,99
anos, sendo que a idade média dos contaminados era de 39,43 anos. Em 9
de maio, a média de idade das mortes passou para 66,91 anos, enquanto a
de casos positivos teve um ligeiro aumento, passando para 39,66 anos.
A porcentagem de idosos hospitalizados
com casos confirmados foi outro índice que diminuiu após o início da
vacinação. Em janeiro, 51,66% das pessoas que precisaram ser internadas
no Paraná tinham mais de 60 anos. A variação para 9 de maio foi 1,65
ponto percentual menor, com 50,01% dos hospitalizados nessa faixa
etária.
Até 20 de janeiro, o Paraná contava com
508.348 pessoas com resultados positivos, sendo que 9.114 tinham morrido
pela doença e 15.103 pacientes estavam hospitalizados naquela data. Em 9
de maio, os casos acumulados chegaram 978.861, com 23.645 óbitos até
então e 31.144 pessoas internadas.
ILPIS
A análise apontou, ainda, a redução de
58% nos surtos de COVID-19 em Instituições de Longa Permanência para
Idosos no período. Conforme o primeiro boletim, o Estado tinha
registrado 100 surtos nessas entidades, número que passou para 42 no
seguinte. O Paraná conta com aproximadamente 420 ILPIs em funcionamento,
segundo levantamento da Secretaria.
Os idosos que vivem nesses locais, assim
como seus profissionais, estavam entre os primeiros grupos vacinados no
Paraná, ao lado dos trabalhadores da saúde na linha de frente,
indígenas e pessoas com deficiência em instituições inclusivas. Segundo o
Vacinômetro, 84,4% desse público recebeu as duas doses da vacina. A
aplicação de vacinas nesse grupo ainda continua, devido à rotatividade
de profissionais e residentes.
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Além de dar prioridade na vacinação, a
Secretaria da Saúde também desenvolveu uma série de ações junto às ILPIs
desde o início da pandemia, já que os idosos institucionalizados são
mais suscetíveis às complicações da COVID-19. As características das
instituições também facilitam a transmissão do vírus, pois os residentes
demandam atenções contínuas, o que exige um grande revezamento dos
profissionais.
A Secretaria ofereceu, então,
capacitações e orientações aos gestores das ILPIs, municípios e equipes
de trabalho para implementar medidas de prevenção e controle de infecção
e evitar ou reduzir a transmissão local, além de monitorar os possíveis
casos e disponibilizar insumos a esses locais, conforme descrito na
Nota Orientativa nº 41 da Secretaria da Saúde.
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