O desaparecimento de um jovem em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí,
teve um desfecho chocante neste fim de semana. A cabeça dele foi
encontrada pelo próprio pai dentro de uma mala que estava boiando em um
rio, na região da Itoupava.
Renan Kalbuch, 21 anos, sumiu no dia 4 de maio, quando foi visto
pela última vez na região do terminal de ônibus, no bairro Canta Galo. A
câmera de segurança de um estabelecimento filmou o rapaz passando
desacompanhado pelo local.
O pai registrou o desaparecimento, mas as primeiras pistas do
paradeiro do jovem só surgiram uma semana depois da confecção do Boletim
de Ocorrência. Era dia 12 de maio, quando um pescador encontrou uma
perna no rio Itajaí-Açu.
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Ronaldo Kalbuch reconheceu como sendo do filho pela tatuagem. A
Polícia Civil então abriu inquérito e o Corpo de Bombeiros foi acionado
para buscas. Começava ali a jornada do pai, com ajuda de amigos e
familiares, para localizar o restante do corpo.
Mesmo com a locomoção comprometida em virtude de uma lesão na
medula, o pai pegou uma bateira e percorreu o rio. Foi ele quem
encontrou, nos dias 15 e 25, outras partes das pernas do filho.
Abnegado, não parou até localizar a cabeça do jovem, o que ocorreu no sábado (22).
- Foi bastante chocante, porque como pai achar um filho assim...
Mas agora pelo menos podemos fazer o enterro que ele merece - desabafa
Ronaldo.
O delegado Tiago Cardoso aguarda os resultados de laudos
periciais que podem apontar se Renan morreu em decorrência do
esquartejamento ou se já estava sem vida quando foi desmembrado.
Os suspeitos do crime, o local em que aconteceu a mutilação e a motivação para a barbárie ainda precisam ser desvendados.
Alívio
"Achei você, meu filho. Prometi que eu iria te achar, e
achei. Mesmo com meus problemas de saúde, enfrentei estes rios com a
glória de Deus me encaminhando ao seu encontro. Entrego você agora nas
mãos de Deus, meu filho", disse o pai em uma publicação na rede social.
Ronaldo conta que o filho enfrentava problemas com a dependência
química e passou por algumas internações para tratamento. A lembrança
que fica para a família é de um jovem alegre, sorridente e sempre
brincalhão.
A irmã mais velha de Renan mostra gratidão pelo empenho do pai.
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Bombeiros fizeram buscas
A família de Renan questiona as buscas feitas pelo Corpo de
Bombeiros, que teriam ocorrido apenas no dia em que a primeira parte do
corpo foi encontrada por um pescador.
O tenente Daniel Gonçalves, comandante do Corpo de Bombeiros em
Rio do Sul, diz que a corporação fez buscas pelo corpo de Renan usando
embarcações em pelo menos quatro oportunidades.
Aponta ainda que
diante da falta de informação sobre o possível local em que os membros
foram jogados, fizeram buscas em um raio de 500 metros acima e abaixo da
área onde encontraram a primeira parte da perna do rapaz.
Sem encontrar nada, o trabalho foi encerrado. De acordo com o
delegado responsável pelo caso, a polícia solicitou à corporação que
volte ao local na tentativa de localizar os braços e o abdômen.
Ronaldo promete retornar ao rio nos próximos dias para tentar encontrar os membros que ainda estão sumidos.
- Se Deus me abençoar, essa semana eu volto para rio, procurar o restante - afirma o pai.
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