domingo, 30 de maio de 2021

Diocese de Guarapuava poderá ter sua primeira santa da história

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO CULTURA Imagem: Divulgação
O dia 17 de maio de 2021 entra para a história do município de Pinhão (PR) e da diocese de Guarapuava, como a data de início de uma grande missão e busca pela santidade de uma pessoa da comunidade que teve sua história calcada na oração e na vivência cristã. Na oportunidade, padre André Ricardo Santos Lima, pároco da paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, de Palmital, mas que nasceu em Pinhão, proferiu bênção sobre o túmulo de Dolores de Jesus Camargo.
Padre André foi designado pelo bispo diocesano, Dom Amilton Manoel da Silva para dar atenção aos vários pedidos da comunidade que, há um tempo, reza pela memória de Dolores e a ela atribuem graças alcançadas.
MAS QUEM FOI ESTA JOVEM?
Dolores de Jesus Camargo, nasceu em 25 de março de 1932 e morreu em 8 de agosto de 1959. Conforme a história popular, ela dedicou sua vida e seu sofrimento a Jesus, a quem sempre buscava e agradecia por tudo o que ocorria em sua vida
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Aos 13 anos, começou seus estudos no colégio Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava.
Um ano depois, agora com 14 anos de idade, foi visitar seus avós que viviam em uma fazenda, no município de Pinhão. A pedido da avó, Dolores foi torrar café, uma prática muito comum naquela época, principalmente para quem vivia no campo.
Com o corpo quente por ter ficado muito tempo ao redor do forno, Dolores foi tomar banho no rio antes de entrar na casa. Ela teve um choque térmico e sofreu uma paralisia em um lado de seu corpo, com grandes danos à sua face.
Era o ano de 1946 e a menina ficaria naquele estado de deficiência e dor por treze anos, quando não resistiu e morreu no mês de agosto de 1959.
Relatos familiares destacam que a menina nunca reclamou de sua condição de saúde, embora tendo que interromper todas as suas atividades práticas, como estudar, por exemplo. Ela tinha a intenção de se tornar freira e colaborar com os projetos da Igreja em uma demonstração clara de vocação e doação a Deus.
Segundo relatos, além de prejudicar seu corpo, a paralisia a deixou cega, mas os mesmos relatos sublinham que ela não reclamava de sua condição, ao contrário, aceitava a situação com alegria. “Ofereço tudo a Jesus”, costumava dizer ao ser abordada sobre o assunto.
“Por diversas vezes, aqueles que tentavam consolá-la eram consolados por Dolores, pela força que sua fé lhe dava. Devota de São Miguel Arcanjo, sempre rezava a ‘Oração do Arcanjo São Miguel’”, contavam os que conviveram com ela.
Filha de Pedro Silveira de Camargo e Umbelina da Silveira Caldas, Dolores tinha outros oito irmão, em uma família de novo filhos.
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De origem católica (como a maioria na região, naquela época), desde cedo, a criança se mostrava fervorosa em sua fé, conforme contam os moradores antigos do lugar. “Dolores crescia como qualquer criança, no entanto, a fé em Jesus Eucarístico e em Nossa Senhora, fazia com que ela se destacasse na espiritualidade ao ensinar outras crianças a rezar, principalmente a poderosa oração de São Miguel Arcanjo”, contam algumas pessoas.
Depois do acidente, impossibilitada de voltar ao colégio por causa da enfermidade, e tendo que desistir da ideia de se tornar uma religiosa, ela deu sequência à sua missão de um modo particular, rezando silenciosamente e alimentando a esperança da restabelecer a saúde. Mas este dia nunca chegou. Neste ínterim, ela oferecia sua condição física e suas dores a Deus, como fator de expiação de seus pecados e dos demais à sua volta. “Dolores passou aproximadamente treze anos naquela enfermidade, atrofiando cada vez mais o corpo e os membros pelo avanço da paralisia. Muitas vezes foi a Guarapuava, levada de carroça pelos pais, em vários dias de viagem para consultar o médico, receber a unção dos enfermos, confessar os pecados e comungar”, diz a história não escrita da menina.
Com o tempo, as dores e as dificuldades só aumentavam na vida de Dolores. Depois da perda da visão, ela se tornou mais sensível à sua fé, representando verdadeiro exemplo de paciência e perseverança. “As enfermidades e dificuldades aumentavam enquanto o tempo passava. Ela se tornava adulta e crescia fisicamente, dificultando os cuidados de cada dia. Aos poucos, Dolores foi perdendo a visão, chegando a ficar completamente cega. No entanto, aprendeu a enxergar com os olhos da fé. Era sempre uma grande inspiração de paciência, resignação, oferecimento e amor. Crescia em estatura, sabedoria e graça diante dos homens e diante de Deus. Recebia periodicamente a santa comunhão quando os padres iam até sua comunidade celebrar missas. Morreu em meio à sua família e comunidade, em 8 de agosto de 1959. A partir de então, foi sempre reconhecida pela família e amigos, como uma mulher de Deus, da eucaristia e da fé. Seu túmulo se encontra no cemitério da Caroba, em Pinhão. Lugar que espera a visita do povo de Deus e as orações por sua alma, bem como pedidos de graças por sua intercessão”, diz um texto escrito pelos familiares e amigos, sobre a vida de Dolores.
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LEVANTAMENTO DE FATOS
Conforme padre André Santos Lima, a mobilização da comunidade que atribui graças alcançadas pela intercessão de Dolores, despertou a atenção do bispado de Guarapuava que pediu uma análise mais acurada dos fatos, com observação minuciosa de cada episódio narrado pelas pessoas.
Em 17 de maio, houve uma bênção no túmulo da jovem, com a participação de familiares e de algumas pessoas da comunidade que seguiram as recomendações do distanciamento social, por causa da pandemia de Coronavírus. Na ocasião, padre André disse que, em primeiro lugar, se observa em Dolores, uma vida de virtudes e uma doação intensa a Deus e a Nossa Senhora. “Este, antes de ser um gesto da comunidade, é um gesto da família. Em primeiro lugar, enxergamos aqui, uma vida de virtudes, de resignação, de fé. Foram poucos anos de vida, mas uma vida muito intensa. Como diz Jesus, no Evangelho, ‘vida em abundância’”, falou padre André durante a bênção ao túmulo.
O sacerdote contou que atualmente a Igreja faz um cuidadoso e criterioso levantamento dos fatos e da biografia de Dolores, colhendo informações e relatos de pessoas que conviveram com ela, para se ter comprovação de ocorrência de milagres atribuídos à jovem doente. “Nós estamos fazendo um levantamento biográfico, (colhendo) relatos das pessoas que conviveram com ela, que estiveram presentes na vida dela, ou posterior à vida dela. Eu entrevistei uma irmã dela, que mora em Irati. Vamos fazer uma reunião com a família. Teve uns sobrinhos que conviveram com Dolores. Na segunda-feira, dia 17, nós fizemos a bênção do túmulo. Era um túmulo que estava meio esquecido e que foi restaurado. (O local está) preparado ali para receber a visita do povo de Deus. (O povo) vai vir, fazer sua oração, sua devoção e também pedir graças. Já existem graças alcançadas pela intercessão de Dolores, pelas virtudes dela”, detalhou padre André.
Cauteloso, o sacerdote explicou que ainda não se pode chamar Dolores de beata, tampouco de santa neste momento, por se tratar de uma situação muito criteriosa e minuciosa que demanda estudos aprofundados e tempo para análise de cada situação. “Nós não podemos chamá-la de santa, nem de beata, porque isso é muito criterioso, é muito minucioso. Mas nós estamos em um projeto de levantamento de dados, de biografia para iniciar um processo diocesano de beatificação”, ressaltou padre André.
Um dos fatores principais em se tratando de beatificação pela Igreja Católica, são os relatos e comprovações das graças e dos milagres recebidos pela intercessão daquela pessoa a quem se atribui tal fato. 
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Em se tratando de Dolores, padre André disse que é muito importante que essas informações cheguem até a paróquia para que com isso, o processo ganhe consistência. “Se alguém receber graça pela intercessão de Dolores, que entre em contato com a paróquia de Pinhão e relate isso. A paróquia vai indicar como fazer esse relato, mas é preciso que essas informações cheguem, para dar mais peso ainda a esse processo”, concluiu padre André.  
As sobrinhas de Dolores, Evani Camargo e Neusa Maria Amaral de Camargo, a Neusinha, acompanharam o momento considerado importante e disseram que a tia foi um exemplo de fé, de esperança e de espiritualidade.

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