terça-feira, 9 de julho de 2019

Servidores ocupam a Assembleia e dizem que só saem após nova proposta de reajuste


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PORTAL BEM PARANA Imagem: Franklin Freitas

Centenas de servidores ocuparam na tarde desta terça-feira (9) as galerias do plenário da Assembleia Legislativa, no Centro Cívico, em Curitiba. Eles dizem que só desocupam o local após nova proposta de reajuste pelo governo. A princípio, uma nova sessão está marcada para amanhã, às 9 horas, e seria a última antes do início do recesso parlamentar de julho. Uma comissão de deputados pretende tentar uma reunião com representantes do governo para buscar um acordo.
A categoria, em greve há 15 dias, realizou um ato com cerca de 10 mil pessoas, boa parte vinda do Interior do Estado em caravanas organizadas por sindicatos.
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Em protesto por reajuste nos salários congelados há 3 anos, os servidores passaram entoar gritos contra o secretário Renato Feder, da Educação.
A ocupação ocorreu logo após discurso do deputado Ricardo Arruda (PSL), que defendeu a proposta do governo, de reposição de 5,09% parcelado até 2022. Arruda também comparou os salários dos deputados ao dos servidores, alegando que os parlamentares estão há quatro anos sem reajuste.
O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), chegou a suspender a sessão por alguns minutos, após servidores forçarem as portas do plenário, quando já era o deputado Tadeu Veneri (PT) quem discursava na tribuna. A sessão foi retomada quando os servidores se acomodaram nas galerias, mas a sessão foi "acelerada" para em seguida ser encerrada com as votações da ordem do dia. A sessão acabou por volta às 16h35.
Todas os acessos ao plenário da Casa foram fechados, e os deputados e funcionários da Assembleia ficaram impedidos de sair.
Após provocar uma reação de servidores, o deputado Ricardo Arruda saiu antes da invasão. Os demais deputados permaneceram ilhados no plenário. Após o fim da sessão, os parlamentares conseguiram deixar o local normalmente. Alguns funcionários da Assembleia ficaram nervosos com a situação.
Mesmo com a saída dos deputados do plenário, servidores gritavam "sem a data base da Alep ninguém sai".
Funcionários da Assembleia retiraram os profissionais da imprensa que estavam registrando a situação, alegando questões de segurança. Sem a presença da imprensa, os servidores permaneceram nas galerias.
A sessão desta quarta-feira (10) está marcada paras às 9 horas e é para ser a última antes do recesso parlamentar, mas, por enquanto, não há perspectiva de que os servidores saiam das galerias da Assembleia. É possível que a ocupação permaneça. Mutos dizem que só saem quando o governo apresentar uma proposta.  O deputado Tadeu Veneri disse ao fim da sessão que a confusão só ocorreu após a manifestação do deputado Ricardo Arruda. "Uma manifestação até bastante tranquila do ponto de vista dos servidores, que tentavam fazer suas reivindicações, eles (servidores) estavam nas galerias, mas infelizmente houve a meu ver uma manifestação talvez não adequada do deputado Arruda que ao fazer um comparativo de salários e dizer que os salários dos servidores estavam acima, em termos de reajustes nos salários, dos deputados. Isso não é correto. Os ânimos que já estavam acirrados se transformaram em uma grande confusão", disse.
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Na semana passada, o governador Ratinho Júnior (PSD) apresentou proposta de reajuste de 5,09% parcelado até 2022, com pagamento de 0,5% a partir de outubro deste ano; 1,5% a partir de março de 2020; 1,5% a partir de janeiro de 2021 e 1,5% a partir de janeiro de 2022. As duas últimas parcelas, porém, ficariam condicionadas ao crescimento da receita do Estado em relação ao ano anterior em 6,5% e 7%, respectivamente.
Ontem, o governo apresentou nova proposta, com pagamento de reposição de 2% em janeiro de 2020 e o restante parcelado até 2022 de acordo com o cronograma original. O Fórum das Entidades Sindicais (FES/PR) manteve a posição de defender o reajuste imediato de 4,94%, referente à inflação de abril de 2018 a maio de 2019, mas sinalizou que pode aceitar o parcelamento, desde que os 2% sejam pagos ainda este ano, em outubro.
O líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri, do PSD, afirmou que a retirada do regime de urgência da votação da proposta de reajuste sinaliza para novas mudanças na proposta. A repercussão negativa do projeto na Assembleia Legislativa, incluindo na base do próprio governo e parlamentares da chamada "bancada da bala", que representam policiais civis e militares, levou o Executivo a retomar as conversas.
Diante da nova negociação e a decisão do governo de retirar o regime de urgência, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano, disse que a votação da proposta será adiada para agosto, depois do recesso parlamentar de julho. Segundo Traiano, os deputados vão encerrar as votações nesta semana.


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