By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA – Imagem: Divulgação
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Lula,
seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos e outros dois réus eram
acusados do delito de organização criminosa. Mas Vallisney ponderou que
já há outro processo na Justiça Federal que trata disso. Assim, resolveu
absolvê-los dessa acusação. O magistrado também considerou falha a
acusação do MPF em relação a uma das supostas práticas de lavagem de
dinheiro. Em razão disso, seis dos dez réus da ação estão totalmente
livres de acusações. Outros três, inclusive Lula, ainda continuarão
respondendo à ação.O ex-presidente não terá mais que se preocupar com a acusação de ter lavado R$ 20 milhões de contratos firmados entre a Odebrecht e a empresa Exergia Brasil, de Taiguara. Na avaliação de Vallisney, "fica patente a inépcia da denúncia" em razão de Lula "estar longe especificamente desses fatos, por não ter tido participação nas assinaturas e nos contratos". O juiz também considerou que há evidências de que o ex-presidente "não executou nem acompanhou a obra, não estando devidamente clara a descrição do delito e suas circunstâncias".
LAVAGEM, CORRUPÇÃO E TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Por outro lado, Lula continuará réu por suspeita de lavagem de cerca de R$ 7,7 milhões e US$ 355 mil, e também pelas acusações de corrupção e tráfico de influência. Já Marcelo Odebrecht, mesmo com o processo suspenso, terá que prestar depoimento.
"Quanto às demais acusações promovidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há suporte probatório acima do mínimo para o início e prossecução da ação penal, havendo ainda justa causa, como se assentiu no ato de recebimento da denúncia, que agora se reafirma.
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Não se trata de especulação, mas de
acusação com provas basilares constantes da fase investigatória. A
denúncia impugnada não é uma peça solta e infundada, mas um relato
técnico-jurídico assentado em inquérito policial e na atuação do
Ministério Público, de modo que está formalmente apto e capaz de levar
adiante a busca da verdade judicial dos possíveis/apontados ilícitos de
corrupção passiva, de tráfico de influência e de lavagem de dinheiro,
nos termos cabais e específicos da denúncia", diz trecho da decisão do
juiz.Depois, o magistrado prossegue: "Basta uma leitura da extensa denúncia para se verificar a exposição consistente dos fatos ilícitos de corrupção, tráfico de influência e lavagem de capitais, assentados nos elementos trazidos no inquérito policial."
O magistrado também determinou o desmembramento do processo em dois: um cuidará apenas de Lula, e o outro de seu sobrinho e de José Emmanuel Camano Ramos. Ele citou dois motivos para isso. O primeiro deles é o grande número de testemunhas pedidas pela defesa: a de Lula quer ouvir 47 pessoas e a dos outros réus, representados pelo mesmo advogado, também solicitou o depoimento de dezenas de testemunhas. O outro motivo é que Lula é acusado de vários crimes, enquanto, no caso Taiguara e José Emmanuel, sobrou apenas a acusação de lavagem.
A denúncia foi aceita inicialmente pelo próprio Vallisney em outubro de 2016. Mas houve vários contratempos desde então que vêm atrasando sua conclusão. O processo chegou, por exemplo, a sair das mãos de Vallisney e foi entregue a outro juiz federal de Brasília, tendo voltado a ele posteriormente. Segundo as investigações, Lula teria recebido dinheiro da construtora para defender interesses da empreiteira em Angola.
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