By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A 3ª Vara Federal em Juiz de Fora divulgou nesta terça-feira (16), que
não cabe mais qualquer recurso da decisão que considerou Adélio Bispo de Oliveira inimputável
e impôs medida de segurança de internação por prazo indeterminado. A
sentença transitou em julgado no dia 12 de julho, ou seja, o processo
foi encerrado. Adélio é acusado de atentado contra o então candidato à presidência em 2018, Jair Bolsonaro.
A sentença indicando que Adélio tem Transtorno Delirante Persistente e
não pode ser punido criminalmente foi dada no dia 14 de junho de 2019.
No dia 17, o Ministério Público Federal (MPF) foi intimado, mas não
apresentou recurso.
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Inimputável
Com a decisão de inimputabilidade, ficou indicado que no caso de
condenação de Adélio na ação penal, ele ficaria em um manicômio
judiciário e não em um presídio.
Laudos anteriores
Em março deste ano, a TV Globo havia apurado com pessoas que tiveram
acesso à investigação que os exames realizados já apontavam que Adélio
Bispo sofria de uma doença mental e seria considerado inimputável.
A Justiça Federal já aceitou a denúncia por prática de atentado pessoal por inconformismo político e o tornou réu.
Processo avalia sanidade mental do réu
Foram realizados três laudos no procedimento que avalia a insanidade mental em Adélio Bispo de Oliveira.
- 1º Laudo (particular): uma consulta que atestou indício de transtorno delirante grave
- 2º Laudo (judicial psiquiátrico): transtorno delirante permanente paranoide
- 3º Laudo 3 (judicial psicológico): não revelado - sigiloso
Depoimento de Bolsonaro
No dia 7 de junho, a Justiça Federal recebeu o depoimento do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no processo sobre a facada que sofreu durante ato de campanha em setembro do ano passado, quando ainda era candidato.
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Na época, o conteúdo das respostas permaneceu em sigilo e seria
apresentado às partes na audiência de instrução, agendada para ocorrer
no dia 10 daquele mês. Segundo a Justiça, após a realização desse
procedimento, o documento ficaria disponível para conhecimento público.
Bolsonaro foi intimado a depor porque a defesa dele atuava no processo
como assistente da acusação. Na prática, isso quer dizer que os
advogados auxiliam o Ministério Público na acusação, podendo propor
meios de prova e formular perguntas a testemunhas.
O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), expediu no dia 14 de junho a sentença de Adélio Bispo.
Ele converteu a prisão preventiva em internação por tempo
indeterminado. Pela decisão, o agressor deverá permanecer no presídio de
Campo Grande (MS).
Na sentença, o juiz aplicou a figura jurídica da "absolvição
imprópria", na qual uma pessoa não pode ser condenada. Como no caso de
Adélio ficou constatado que ele é inimputável, não poderia ser punido
por ter doença mental.
De acordo com as regras, quando o processo terminasse e não coubesse
mais recursos, a internação provisória passaria a ser definitiva se a
punição fosse mantida nas instâncias superiores da Justiça.
Ainda conforme o magistrado, Adélio Bispo não poderia ir para o sistema
prisional comum porque isso "lhe acarretaria concreto risco de morte".
O atentado ocorreu em 6 de setembro de 2018, quando Bolsonaro, ainda
como candidato a presidente da República, participava de um ato de
campanha em Juiz de Fora.
Adélio Bispo foi preso no mesmo dia e, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, confessou ter sido o autor da facada.
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Em depoimento enviado à Justiça, Bolsonaro
foi indagado se, antes da facada, percebeu a aproximação de Adélio
Bispo. Respondeu que não. Questionado, então, se teve tempo de se
defender, também respondeu que não.
Inquéritos
Após o atentado em Juiz de Fora, dois inquéritos foram abertos pela
Polícia Federal. O primeiro, finalizado em 28 de setembro de 2018, que
concluiu que Bispo agiu sozinho no momento do ataque. Neste, ele foi
indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político,
crime previsto na Lei de Segurança Nacional. A denúncia do Ministério
Público Federal foi aceita pela Justiça.
O segundo inquérito foi aberto para apurar possíveis conexões de
Adélio, pessoas que podem ter ajudado o agressor a planejar o crime. A
Polícia Federal segue com as investigações.
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