quinta-feira, 11 de julho de 2019

Bolsonaro diz que cogita nomear o filho Eduardo embaixador do Brasil nos EUA


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (11) que está cogitando nomear o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – um de seus cinco filhos – embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Bolsonaro deu a declaração ao ser questionado por repórteres sobre essa possibilidade em uma entrevista coletiva concedida, na tarde desta quinta, ao final da solenidade de posse do novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
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O presidente da República disse que a nomeação para a chefia da chancelaria brasileira na capital norte-americana só depende do próprio Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Segundo Bolsonaro, da parte dele, "decidiria agora"
"É uma coisa que está no meu radar, sim, existe essa possibilidade. Ele [Eduardo] é amigo dos filhos do [Donald] Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de mundo. No meu entender, poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente em Washington", complementou.
Depois que Bolsonaro confirmou à imprensa a intenção de nomear o filho para a embaixada nos Estados Unidos, Eduardo afirmou, em entrevista à GloboNews, que vai "cumprir da melhor maneira" a missão que receber do "presidente", "onde quer que for".
Mais tarde, em uma entrevista coletiva na Câmara, ele admitiu que está disposto a renunciar ao mandato de deputado federal para assumir o comando da embaixada brasileira em Washington. O parlamentar afirmou que, se o pai oficializar o convite para ele ocupar o cargo de embaixador, vai aceitar.
De acordo com Eduardo, não deve passar deste final de semana a conversa com o presidente e o ministro das Relações Exteriores na qual eles vão definir a situação.
O especialista em Direito Constitucional Edison Carlos Fernandes explicou ao G1 que Eduardo Bolsonaro teria que abrir mão do mandato de deputado porque a Constituição prevê que apenas chefes de missões diplomáticas temporárias não precisam renunciar a mandato parlamentar para chefiar missões diplomáticas permanentes, como é o caso de uma embaixada. 
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Chancelaria acéfala
A representação do Brasil em Washington está sem embaixador desde abril, quando o diplomata Sergio Amaral foi transferido da chancelaria para o escritório do Itamaraty em São Paulo.
Jair Bolsonaro antecipou a mudança no comando da embaixada pela imprensa um mês antes de remover Sergio Amaral de Washington, às vésperas de embarcar para a primeira visita oficial aos Estados Unidos. 
Na ocasião, o presidente justificou a mudança ao fato de que, segundo ele, a imagem dele não estava boa no exterior e reclamou que é apresentado fora do país como ditador, racista e homofóbico sem a devida defesa dos diplomatas brasileiros.
Sergio Amaral estava à frente da embaixada brasileira nos Estados Unidos desde 2016. À época, ele foi indicado para o posto pelo então presidente Michel Temer. Antes, o diplomata já havia comandado em outras duas ocasiões a embaixada em Washington, em 1984 e em 1992. 

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