By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Rafaela Leal / G1
Um grande susto parou o almoço da família Barreto na última terça-feira
(3), mas terminou com um final feliz graças à ação rápida dos primeiros
socorros de Walter Neto, de apenas sete anos. Uma espinha de peixe
ficou presa na garganta do pequeno Davi Ilírio, de três anos, primo de
Walter.
A família mora no bairro Santo Antônio, na Zona Sul de Teresina, e no
momento avô e a tia do menino se revezaram em tentar ajudar o garoto,
mas não conseguiram. Foi Walter quem conseguiu socorrer o primo graças
às manobras que aprendeu com os profissionais do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência.
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Walter contou ao G1 que
ficou calmo para que fosse possível realizar a manobra que havia
aprendido durante as aulas. “Meus pais não conseguiram socorrer Davi,
então eu comecei a realizar o procedimento. Eu nunca havia feito algo
parecido nessas condições. Fiz três vezes a manobra", disse Walter. Com a
ajuda do primo, Davi conseguiu cuspir a espinha, e ele e toda a família
conseguiram respirar tranquilos novamente.
"Depois que consegui eu fui avisar a todos de casa que tinha conseguido
e fiquei muito feliz”, contou Walter Neto. A tranquilidade do garoto
impressionou Ana Gabriela, mãe do menino.
"Ele disse que poderia ajudar e sabia o que fazer, ele percebeu nosso
desespero e entrou em ação. O fato dele ter conseguido e de saber que
ele tem a capacidade foi o que me deixou mais feliz", disse Ana.
Projeto Samuzinho
Ela explica que nos treinamentos as crianças aprendem noções básicas de
primeiros-socorros. “Eles são orientados a identificar engasgos,
desmaios, paradas cardíacas e em seguida o que fazer diante dessa
situação. Eles são orientados a chamar um adulto e orientar o adulto
sobre o que deve ser feito. Eles são nossa ponte”, disse Elisângela
Depois do alívio, a família ligou para o Samu para agradecer o trabalho
dos professores. Walter Neto é aluno do projeto Samuzinho, um projeto
voluntário realizado por quatro profissionais do Samu a cada 15 dias. O
projeto atinge 60 alunos, entre sete e 13 anos, e busca ensinar os
pequenos a como reconhecer situações de emergência e orientar os adultos
sobre como proceder.
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“Nós do Samu iniciamos esse trabalho com as crianças porque são
atenciosas e focadas, aprendem mais, e acreditamos muito que 'primeiros
socorros' é matéria de sala de aula”, disse a técnica em enfermagem
Elisângela De Jesus Pereira, membro do Projeto Samuzinho.
Através do treinamento no Projeto Samuzinho, Walter Neto pôde
identificar que o pequeno Davi havia sofrido um engasgo total. O garoto
lembrou qual a manobra certa para aquele tipo de procedimento, e
executou.
O movimento executado foi a manobra de Heimlich, em que o socorrista se
posiciona atrás da pessoa engasgada e, a abraçando por trás, realiza
uma forte pressão no diafragma, logo abaixo dos pulmões, forçando uma
tosse para ajudar a desobstruir as vias respiratórias.
“O engasgo parcial é aquele mais comum com saliva, água e a gente
consegue tossir, já o engasgo total o sofrido por Davi é aquele que a
gente não consegue falar, tossir e respirar. Nesse caso o paciente fica
cianótico, ou seja, fica roxo", disse a técnica em enfermagem.
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