By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
classificou como “graves”, se comprovadas, as mensagens trocadas entre o
ministro Sergio Moro (Justiça), quando juiz federal, e o procurador Deltan
Dallangnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
“Se fosse deputado ou senador, estava no Conselho de Ética,
cassado ou preso”, disse Davi, nesta segunda (24), segundo o site Poder360, que
promoveu um jantar com o parlamentar e convidados.
De acordo com o site, Davi avaliou que as mensagens
ultrapassaram o limite ético.
“Do ponto de vista ético, sim [ultrapassou]. Se
aquilo for tudo verdade”¦ esse que é o problema. Aquilo é verdade? Vai
comprovar? Aquela conversa não era pra ter sido naquele nível entre o acusador
e o procurador”, disse.
“Se isso for verdade, eu acho que vai ter um impacto grande, [mas] não em
relação à Operação [Lava Jato por inteiro] porque ninguém contesta nada disso e
não vai contestar nunca”, completou o senador.Em conversas publicadas pelo site The Intercept Brasil desde o último dia 9, Moro sugere ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobra a realização de novas operações, dá conselhos e pistas e antecipa ao menos uma decisão.
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O então juiz, segundo os diálogos, também propõe aos procuradores uma ação
contra o que chamou de “showzinho” da defesa do ex-presidente Lula e sugere à
força-tarefa melhorar o desempenho de uma procuradora durante interrogatórios.Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou ainda que procuradores se articularam para proteger Moro e evitar que tensões entre ele e o STF (Supremo Tribunal Federal) paralisassem as investigações em 2016.
Segundo a legislação, é papel do juiz se manter imparcial diante da acusação e da defesa. Juízes que estão de alguma forma comprometidos com uma das partes devem se considerar suspeitos e, portanto, impedidos de julgar a ação. Quando isso acontece, o caso é enviado para outro magistrado.
Até aqui, Moro tem minimizado a crise e refutado a possibilidade de ter feito conluio com o Ministério Público. Assim como os procuradores, diz não ter como garantir a veracidade das mensagens (mas também não as negou) e chama a divulgação dos diálogos de sensacionalista.
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