By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
O servente de pedreiro Júlio da Silva Rosa, de 22 anos, preso em regime
fechado por causa de um erro na sentença, foi encontrado morto dentro
da cela, na Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de
Curitiba, no dia em que seria liberado, na quarta-feira (6).
Júlio cumpria regime semiaberto e, em fevereiro, foi preso por um erro
processual. A Justiça reconheceu o erro e mandou soltá-lo, mas, segundo o
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), Júlio foi
encontrado morto no dia em que os agentes o tirariam da cela para
colocar tornozeleira eletrônica.
A determinação da 1ª Vara de Execuções Penais para que Júlio fosse
solto saiu no dia 1º de março, mas o Depen só foi cumpri-la na
quarta-feira (6), dia em que foi encontrado morto.
"Ele ficou preso injustamente. Era pra ele ter saído na semana passada,
ele não saiu. Ficaram enrolando e olha o que aconteceu. Aconteceu o
pior", afirmou a esposa de Júlio, que preferiu não se identificar.
Continua depois da publicidade
O caso
O homem foi preso em setembro de 2017, acusado de roubar uma casa com outros dois suspeitos.
Condenado a sete anos de prisão pelo roubo, ele cumpriu cerca de um ano
em regime fechado e no final de 2018 passou para o regime semiaberto,
monitorado com tornozeleira eletrônica. A defesa recorreu e a pena de
Júlio foi reduzida para 6 anos e meio.
No momento de publicar a decisão, a Justiça acabou somando as duas
penas como se fossem dois crimes diferentes, ao invés de reduzir a
sentença. Assim, foi definida uma sentença de 13 anos de cadeia em
regime fechado.
A lei de execuções penais prevê que condenados a mais de 8 anos perdem o
direito do regime semiaberto, e por causa do erro, a 1ª Vara de
Execuções Penais determinou que Júlio voltasse para a prisão.
Júlio foi preso novamente no dia 22 de fevereiro de 2019. Quatro dias
depois, a defesa dele apresentou um recurso, informando o equívoco à
Justiça. A juíza Ana Carolina Bartolamei Ramos admitiu o erro e mandou
soltar na sexta-feira (1º).
Quando os agentes do Depen foram tirar Júlio da prisão para colocar
novamente a tornozeleira eletrônica nele, nesta quarta-feira (6)
encontraram o rapaz morto na cela.
A juíza pediu explicações ao Departamento Penitenciário para saber
porque Júlio não foi solto no dia em que saiu a determinação da Justiça
para liberá-lo.
Segundo o Depen, o contramandado chegou quando o expediente já tinha se
encerrado na sexta-feira (1º), e que transferência de presos não
acontecem aos finais de semana ou feriados.
Continua depois da publicidade
A direção do departamento
afirma que a decisão seria cumprida na quarta-feira, após o recesso de
carnaval.
Segundo a advogada de Júlio, Darcieli Bachmann Duro, a norma deveria
ter sido cumprida imediatamente. "Tem resolução do Conselho Nacional de
Justiça para garantir que isso aconteça, mas não aconteceu".
A advogada disse que vai pedir para que sejam tomadas providências pelas corregedorias do Tribunal de Justiça e do Depen.
A juíza Ana Carolina Bartolamei Ramos afirmou que não vai comentar a decisão.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que foi comunicada e vai
acompanhar o caso, que classificou como uma "grave sequência de erros".
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.