By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
Quando fechou a porta de casa em Minas Gerais para se lançar a uma vida
nova, João Marcos dos Santos, 26 anos, buscava emprego e oportunidade.
Chegou em Curitiba sem ter onde ficar e o que fazer. Na mala a coragem,
agulhas, linhas e talento.
Ainda quando era garoto, João aprendeu em casa com os irmãos a fazer
crochê. As agulhas furaram os dedos algumas vezes. Mas foi o preconceito
que tentou machucar o coração dele. Mesmo assim não desistiu.
Dormindo debaixo de uma marquise nas ruas de Curitiba, "João
Crocheteiro", como ficou conhecido, tira da arte seu sustento. O artesão
juntou as pontas soltas de uma vida de improvisos.
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"Sem isso aqui eu não como, não bebo, não durmo. Isso aqui é meu trabalho é minha paixão", disse.
As mãos rápidas e o trabalho do crocheteiro chamaram a atenção da
funcionária pública Larissa Lourenço. Vendo uma boa história por trás do
artesão, publicou uma foto do trabalho dele em uma rede social. "De
repente aconteceu. Todo mundo atrás do João querendo ajudar".
A foto de João trabalhando em um banco de calçada de Curitiba
viralizou. João, que dormia embaixo de uma marquise nas ruas todos os
dias, começou a receber ajuda de todos os cantos. Chegaram agulhas,
linhas e até mesmo um corte de cabelo.
O crocheteiro começou a receber encomendas e o trabalho rendeu ainda
mais. A decoradora Roseane Máximo procurou João para fazer um presente
para Brad Pitt. Não o ator famoso de Hollywood, mas o astro da casa
dela: um cachorrinho de estimação.
"Isso é maravilhoso né? que sirva de exemplo para os outros que estão
sem trabalho, sem o que fazer né?", disse a decoradora mostrando o
modelo de crochê que gostaria.
O preconceito e a esperança
João Crocheteiro disse que já sofreu preconceito por fazer um trabalho
que alguns consideram ser "coisa de mulher". Ele enfrentou o estigma e
seguiu em frente.
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"Para mim não tem nada a ver. É muito gratificante. Eu
amo fazer isso aqui e vou fazer pro resto da minha vida", contou.
Ao saber da história de João, voluntários se reuniram e conseguiram
alugar um quarto para ele. Agora o crocheteiro não precisa mais dormir
na rua. Ele disse que as contas de casa vai poder pagar com o trabalho
que faz. As mãos que se estendem deixam o artesão emocionado.
"Pessoas assim que me fizeram acreditar cada dia mais que pelo meu
trabalho eu posso seguir em frente. É através desse carinho que fico
feliz", disse antes de levar a mão aos olhos.
Agora o artesão cultiva a esperança. Quer empreender, ter um lugar para chamar de seu. E claro, seguir trabalhando sempre.
"A esperança é ter uma espaço pra mim, né? Ter um lugar para vender meu
trabalho e poder construir minha casa. Um lugar para me cobrir, que não
chova em cima de mim", conclui.
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