By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O mais icônico dirigente do Vasco saiu de cena nesta terça-feira. Aos
74 anos, Eurico Miranda morreu em um hospital na Barra da Tijuca, Zona
Oeste do Rio de Janeiro, vítima de câncer no cérebro. Atualmente, ele
estava no cargo de presidente do Conselho de Beneméritos do clube. Ele
deixa quatro filhos. O treino do time profissional marcado para a tarde
desta terça-feira, que seria realizado em São Januário, foi cancelado.
O velório começará nesta terça-feira a partir das 18h na Capela Nossa
Senhora das Vitórias, que fica na sede do clube em São Januário, e será
aberto ao público.
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O corpo seguirá para o cemitério São João Batista,
onde será sepultado na tarde de quarta-feira, apenas com a presença dos
familiares.
Nos últimos meses, Eurico não fez aparições públicas. Seu estado de
saúde se agravou, inclusive com dificuldade para se alimentar. A família
montou uma UTI em casa, com home care, com enfermeiras se revezando
para cuidar da saúde do dirigente. Visitas, inclusive das pessoas mais
próximas, eram controladas pela família.
De ambulância, ele foi levado ao hospital na manhã desta terça. Lá não
resistiu e morreu no início da tarde. Em nota oficial, o Hospital
Vitória informou que "o advogado Eurico Miranda, presidente do Conselho
de Beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama, faleceu no início da
tarde desta terça-feira, em decorrência de complicações secundárias ao
câncer. A instituição se solidariza com os familiares e amigos".
Em novembro, numa reunião do Conselho Deliberativo, já bastante
debilitado, precisou de ajuda para se levantar e puxar o grito de
Casaca, uma tradição do Vasco à qual se habituou a liderar.
No mesmo evento, Eurico anunciou que diminuiria a frequência de suas
visitas ao Vasco e se limitaria a reuniões do Conselho de Beneméritos e
do Conselho Deliberativo. Ele havia dispensado seguranças e motoristas.
Eurico se encontrava em estado debilitado desde o início de 2018. Mesmo
assim, foi figura presente em jogos do Vasco em São Januário - chegou
até mesmo a ir aos treinos do elenco no CT do Almirante, em Vargem
Pequena.
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Antes da atual doença, o dirigente conseguiu superar um câncer na
bexiga e outro no pulmão. Nos últimos meses, locomovia-se de cadeira de
rodas. Recentemente, passou a se tratar em casa, com idas frequentes ao
médico.
Eurico foi presidente do Vasco em dois períodos: de 2003 a 2008, e de
2015 a 2017. Também foi vice-presidente de futebol do clube entre 1990 e
2002, tendo participado do período de maiores conquistas do clube, como
o Campeonato Brasileiro de 1997, a Copa Libertadores de 1998, a Copa
João Havelange de 2000 e a Copa Mercosul de 2000.
Em sua história como dirigente, colecionou polêmicas desde os tempos de
vice-presidente de patrimônio, em 1969, quando desligou a luz elétrica
do clube para tentar evitar a cassação do então presidente Reinaldo
Reis. Em 1980, já como diretor de futebol, ajudou o Vasco a evitar a ida
de Roberto Dinamite para o Flamengo.
De 1986 a 2001, atuou como vice de futebol, sob a presidência de Antônio
Soares Calçada, período no qual também teve dois mandatos como deputado
federal. Nessa época, transformou os clássicos com o Flamengo em um
"campeonato à parte", tendo inclusive conseguido tirar Bebeto do rival
em 1989. Ainda se tornou um dos protagonistas do dia da tragédia
ocorrida em São Januário, com a queda do alambrado, na final da Copa
João Havelange contra o São Caetano.
Em 2001, a CPI do Futebol descobriu que o dublê de cartola e político
usou “laranjas” para receber recursos que saíam da Vasco da Gama
Licenciamentos (VGL), mas não teve seu mandato cassado. Seu primeiro ano
como presidente foi 2003. No ano seguinte, recebeu uma condenação
judicial por agressão a um jornalista depois de não gostar de uma
pergunta referente à provocação feita antes da derrota para o rival na
decisão do Carioca de 2004.
Em 2008, a eleição que daria a Eurico mais um mandato como presidente
do Vasco foi cancelada. Roberto Dinamite venceu o segundo pleito. Neste
ano, o clube sofreu o primeiro rebaixamento de sua história no
Campeonato Brasileiro. Voltou à presidência em dezembro de 2014. No ano
seguinte, ele havia prometido ir para a Sibéria se o clube caísse
novamente. A queda aconteceu.
Em 2017, mais uma eleição confusa. A Justiça anulou o pleito vencido
por Eurico por fraude na urna 7 e deu a vitória a Júlio Brant. Em novo
round, desta vez no Conselho, Eurico e Roberto Monteiro se aliaram a
Alexandre Campello, para derrotar Julio Brant no dia 20 de janeiro de
2018. Foi a última grande prova de poder de um dos principais nomes da
história do Vasco.
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