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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
Em depoimento que citou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-gerente de Recursos Humanos da Odebrecht Ênio
Augusto Pereira e Silva, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à
Polícia Federal que o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Henrique
Valladares se reuniu com o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. Segundo o
executivo, Henrique Valladares e Dimas Toledo se encontraram
“para tratar a respeito de pagamentos” para “Mineirinho”.
Ênio Augusto Pereira e Silva falou
à PF em um inquérito que apura o suposto pagamento de R$ 30 milhões da
Odebrecht para o tucano – R$ 28,2 milhões em dinheiro entregue em uma sala
comercial em Ipanema, no Rio, e US$ 900 mil em pagamentos no exterior. O valor
teria sido repassado para que Aécio Neves “influenciasse o andamento dos
Projetos do Rio Madeira (Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em
Rondônia) atendendo aos interesse do grupo e da Andrade Gutierrez”.
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Segundo os delatores da Odebrecht,
Dimas Fabiano Toledo operou os pagamentos. Investigadores afirmam que
“Mineirinho” é o deputado Aécio.
Os executivos da empreiteira
narraram que Dimas Toledo “esteve no escritório da Odebrecht no Rio de Janeiro
e apresentou um cronograma de pagamentos referentes aos R$ 30 milhões que
cabiam à empresa”.
Ênio Silva esteve em Brasília em 4
de dezembro do ano passado para falar “sobre os fatos envolvendo pagamentos
indevidos a pessoa de codinome Mineirinho, tendo em vista a homologação da sua
adesão ao acordo de leniência da empresa Odebrecht”.
O delator contou à PF que “além das
atividades relacionadas à gerência de recursos humanos, recebeu a incumbência
de realizar a programação dos pagamentos de ‘caixa 2’ da área de energia da
Odebrecht”.
“Acerca do programa pagamentos
realizados no Projeto Madeira, tendo como destinatário o senador Aécio Neves,
afirma que ao chegar na área de energia, o declarante recebeu uma planilha de
José Carlos Grossi contendo pagamentos relacionados ao Projeto Madeira, que
estava em andamento”, contou.
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O delator disse que verificou a
programação de pagamentos de codinome “Mineirinho” na planilha. Ênio Augusto
Pereira e Silva disse à Polícia Federal que, em 2009, “já haviam feito
pagamentos, mas que ainda restava uma parte”.
“O declarante se recorda que, em
pelo menos duas oportunidades, o sr. Henrique Valladares solicitou que o
declarante verificasse a situação dos saldos de pagamentos feitos a Mineirinho;
que nestas oportunidades o sr. Henrique Valladares estava reunido com o sr.
Dimas Toledo para tratar a respeito desses pagamentos”, afirmou.
Defesas
Com a palavra, Dimas Toledo
O advogado Rogério Marcolini
afirmou que Dimas Toledo “conheceu Henrique Valadares na qualidade de executivo
da Odebrecht quando diretor de Furnas, com quem teve poucos contatos à época”.
“Depois que deixou a empresa, não
tratou de qualquer negócio com referido senhor, com quem teve apenas encontros
sociais. Dimas jamais esteve com Henrique Valadares para tratar de assuntos de
interesse de Aécio Neves ou de “Mineirinho”, não tendo conhecimento do apelido
ou de quem poderia ser chamado por tal alcunha”, afirmou.
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Com a palavra, Aécio Neves:
Nota da defesa do deputado Aécio
Neves
“Em seu depoimento, o Sr. Ênio
Pereira, funcionário da Odebrecht, sequer cita o nome do deputado Aécio Neves,
a quem não conhece, e tampouco faz qualquer ligação do deputado ao codinome
apresentado. Registre-se que o delator foi chamado para depor sobre determinado
codinome e não sobre acusações ao deputado Aécio. Depois de mais de dois anos
de investigações não foi encontrado qualquer elemento que vinculasse o deputado
às denúncias feitas. Razão pela qual a defesa confia no arquivamento do
presente inquérito.
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