By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: RPC
Um dos dois adolescentes responsáveis pelo ataque ao Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no oeste do Paraná, no dia 28 de setembro de 2018, deixou o Centro de Socioeducação (Cense) em Cascavel no sábado (16).
Ele estava cumprindo medida socioeducativa por tentativa de homicídio e resistência à prisão. No dia do atentado, dois alunos ficaram feridos, um de 18 anos, e outro de 16.
Segundo o advogado Leandro Chibiaqui, o adolescente está em casa com os pais.
A liberdade assistida foi concedida pelo Tribunal de Justiça do Paraná
(TJ-PR) atendendo a um pedido para a individualização da conduta dos
dois, já que, de acordo com a defesa, a pena foi desproporcional se
levada em conta a participação de cada um. Leia abaixo a nota da defesa na íntegra.
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O outro adolescente, que fez os disparos e foi condenado ainda por
porte ilegal de arma de fogo, deve continuar cumprindo medida
socioeducativa no Cense de Cascavel por tempo indeterminado, conforme a
sentença do juiz da Vara de Infância e Juventude, Hugo Michelini Júnior.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece, no entanto,
que o prazo de internamento não pode ultrapassar três anos. Por isso,
ele deve ser reavaliado a cada seis meses, podendo deixar o internamento
antes do tempo limite.
Éder Facundo, pai de Bruno, um dos alunos feridos, reforçou o desejo
que a família dos dois adolescentes possam retomar a vida da melhor
maneira possível.
"Desejo o melhor de Deus para a família e que eles possam se sentir
perdoados por nós e assim retomar suas vidas e sonhos, interrompidos a
partir de 28/09/2018. Esperamos que a mesma sorte (bênção) venha sobre o
outro menor que ainda permanece no Cense", destacou.
O ataque
Segundo a polícia, um dos atiradores supostamente vinha sofrendo bullying havia pelo menos cinco anos.
Além do revólver e de explosivos apreendidos no momento do ataque, na
casa do atirador a polícia apreendeu mais armas e explosivos.
Na mochila dos suspeitos, foi encontrada também uma carta com um pedido
de desculpas e recortes com notícias de outros ataques no Brasil e nos
Estados Unidos.
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Leia a nota da defesa na íntegra:
A
defesa técnica constituída pelos genitores do adolescente P.Q.L, vem,
em resposta à sociedade, consternada com os acontecimentos ocorridos nas
dependências do COLÉGIO ESTADUAL JOÃO MANOEL MONDRONE em data de 28 de
setembro de 2018, informar e esclarecer que:
O
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná em decisão recente (14/02)
acatou por unanimidade de votos o pedido formulado por este defensor
para que fosse concedida liberdade assistida ao adolescente P.Q.L,
substituindo a medida socioeducativa de internação inicialmente imposta
na sentença, por medidas socioeducativas diversas e menos gravosas.
Tal
decisão fora tomada pelo TJ-PR durante o julgamento do Recurso de
Apelação após sustentação oral realizada pela defesa, momento o qual
fora individualizada a real participação dos 02 (dois) menores
envolvidos, atribuindo, consequentemente, a responsabilidade de cada um
deles diante do fatídico ocorrido.
Desta
forma, fora determinada a liberação do adolescente P.Q.L para que
retornasse ao convívio familiar, sob as seguintes condições:
- continuação do acompanhamento psicológico, o qual fora confiado a profissional MICHELLY MICHELS;
-
frequentar o projeto social e educacional “Ser Agricultor”, coordenado
pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Medianeira/PR,
onde são realizadas tarefas diárias em uma horta comunitária, no intuito
de colaborar com a aprendizagem e formação do caráter dos jovens.
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