By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Fernanda é juíza eleitoral há dois anos na comarca de Grandes Rio, no norte do Paraná. O G1 entrou em contato com ela, que preferiu não comentar a publicação.
Em 27 linhas, que para os padrões nas redes sociais é considerado um “textão”, a juíza afirma que se esforçou para ser aprovada no concurso público, mas considera que dizer que isso é mérito soa hipócrita.
“Ralei duro para ser Juíza de Direito. Cheguei a estudar 12 horas por dia em busca da concretização do tão almejado sonho. Abdiquei de festas, passei feriados em frente aos livros, perdi momentos únicos em família. Sim, o esforço pessoal contou. Mas dizer que isso é mérito meu soa, no mínimo, hipócrita”.
Em seguida, Fernanda Orsomarzo relata um pouco sobre quem ela é. Diz ser branca e parte de uma típica família de classe média, com pais presentes e preocupados com a formação dela. Na casa dela, nunca faltou dinheiro para alimentação e educação.
“Todos têm suas lutas e histórias de vida. Todos enfrentam dificuldades e desafios. Porém, enquanto para alguns esses entraves não passam de meras pedras no caminho, para outros a vida em si é uma pedra no caminho. Meu esforço individual contou, mas eu nada seria sem as inúmeras oportunidades proporcionadas pelo fato de ter nascido – repito – branca e no seio de uma família de classe média minimamente estruturada”.
A juíza conclui que não é justo cobrar de quem não teve acesso nem a professores pagos pelo poder público que compita em condições de igualdade. Ela fala ainda sobre a responsabilidade do Estado neste cenário e questiona a meritocracia.
“Não é justo, não é honesto exigir que um garoto que sequer tem professores pagos pelo Estado entre nessa competição em iguais condições. Nunca, jamais estivemos em iguais condições. O discurso embasado na meritocracia desresponsabiliza o Estado e joga nos ombros do indivíduo todo o peso de sua omissão e da falta de políticas públicas. A meritocracia naturaliza a pobreza, encara com normalidade a desigualdade social e produz esquecimento – quem defende essa falácia não se recorda que contou com inúmeros auxílios para chegar onde chegou”.
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