quinta-feira, 15 de setembro de 2016

'O sofrimento dele acabou', diz mãe após enterrar filho com doença rara



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC Imagem: Divulgação

O corpo de João Pedro Silva, de três anos, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (14) em Londrina, na região norte do Paraná. O menino, que tinha uma doença rara e sem cura, morreu na terça-feira (13) em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
"Pelo menos, o sofrimento dele acabou. Ele não vai ter mais dor, fome, sede, vontade de brincar. Tudo isso acabou", disse a mãe Avelita Barbosa da Silva pouco depois do sepultamento, que terminou por volta das 16h.
Ainda segundo ela, o semblante do filho no caixão parecia o de uma criança feliz. "Cremos que, agora, ele está no céu, brincando de bola em um campo de futebol bem bonito com gramado verde", acrescentou.
O velório de João teve início na noite de terça-feira, quando o corpo chegou a Alvorada do Sul, na região norte do estado, e terminou no início da tarde desta quarta. De lá, o cortejo fúnebre seguiu até o Cemitério Jardim da Saudade, em Londrina.
Ainda conforme Avelita, muitas pessoas estiveram presentes no velório e no enterro do menino. "Tinha muita gente de Alvorada do Sul, de Londrina e de cidades vizinhas. Também teve muito choro, mas, agora, ele está descansando em paz. É o que me dá força", finalizou.
João sofria de Síndrome de Berdon e aguardava um transplante multivisceral no Hospital Infantil Waldemar Monastier, onde estava internado em estado grave desde o começo deste ano.
A Secretaria da Saúde, que responde pelo hospital, confirmou a morte do menino e afirmou apenas que ela foi uma consequência da doença.
Síndrome de Berdon
A Síndrome de Berdon é uma doença que provoca problemas no intestino, no estômago e na bexiga. Para ter mais chances de sobreviver, ele precisava de um transplante multivisceral – que é a substituição de vários órgãos ao mesmo tempo.
O transplante multivisceral é um procedimento complicado e ainda não há registro de casos bem-sucedidos em crianças no Brasil, segundo a família, que lutava na Justiça para que o governo federal bancasse o procedimento em Miami, nos Estados Unidos.
O custo da operação é de US$ 2,5 milhões. No entanto, o Ministério da Saúde acreditava que era possível, sim, realizar o transplante multivisceral em João sem sair do país, já que o Brasil tem profissionais capacitados.
Avaliação de especialistas
Em 15 de agosto, João foi avaliado pela médicos Helena Goldani, do Centro de Reabilitação Intestinal e Nutrição de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e João Seda, do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
A intenção da avaliação era verificar se o menino apresentava condições físicas de viajar até São Paulo. A juíza do caso, Soraia Tullio, foi quem determinou que a criança fosse encaminhada para especialistas na capital paulista.
A juíza determinou ainda que ele fosse levado para operar no exterior caso não fosse possível fazer a cirurgia em São Paulo. Mais uma vez, a viagem só seria possível se João apresentasse um estado de saúde considerável, analisado, novamente, por peritos.
Ainda conforme a juíza, independentemente do local em que a cirurgia fosse realizada, o procedimento deveria ser inteiramente bancado pelo governo federal. O resultado oficial da avaliação não foi divulgado.
À época, ao G1, a mãe de João comentou que ainda seriam necessários mais exames para saber se João poderia ir ou não a São Paulo. Até a tarde de segunda-feira (12), um dia antes de morrer, o menino ainda passava por exames e esperava pelos resultados. 
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