By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PARANÁ PORTAL – Imagem: Divulgação
O tom político da
entrevista coletiva da força-tarefa da Operação Lava Jato também ficou
claro na peça apresentada pelo Ministério Público Federal à Justiça
Federal do Paraná. Com 149 páginas, a denúncia protocolada nesta
quarta-feira, tem mais de um terço do seu texto dedicado à
contextualização política, abordando desde a eleição de Lula, a formação
de seu ministério, a construção da maioria no Congresso Nacional, o
mensalão e o petrolão.
Embora deixe claro, em nota de rodapé,
tratar-se de mera contextualização, sem efeitos de denúncia, o texto diz
que a ação criminosa do ex-presidente teria começado tão logo Lula
assumiu a presidência da República, com “a formação de um esquema
delituoso de desvio de recursos públicos destinados a enriquecer
ilicitamente, bem como, visando à perpetuação criminosa no poder,
comprar apoio parlamentar e financiar caras campanhas eleitorais”.
Sustentando que Lula é o grande
responsável pelo Petrolão, o MPF dedica 43 páginas para explicar o
esquema na Petrobras. Cita diversos outros processos já com decisão
proferida por Sérgio Moro e atribui a Lula a nomeação dos ex-diretores
da Petrobras já condenados pelo recebimento de propina, bem como a
orientação para que tais vantagens indevidas fossem cobradas e, parte
delas, repassadas a agentes políticos.
É neste contexto que o MPF denuncia o
ex-presidente pelo pagamento, por parte da OAS, de R$ 87,6 milhões em
propina a Renato Duque, Pedro Barusco e Paulo Roberto Costa, em três
contratos da construtora para obras em refinarias da estatal.
Apenas na página 92 é que a denúncia
aborda a compra, reforma e mobília do apartamento tríplex no Guarujá, o
alvo central da denúncia e crime ao qual o MPF sustenta ter os indícios
mais consistentes. Apresentando fotos de visita do casal Lula e Marisa
ao apartamento, contratos de Marisa com o Bancoop para a compra de um
apartamento no condomínio, depoimentos e imagens de caixas da mudança de
Lula escrito “praia” e “sítio”, o MPF concluiu que Lula recebeu de
forma direta, em benefício pessoal, valores oriundos do caixa geral de
propinas da OAS com o PT, totalizando R$ 3.738.738,07: sendo R$
1.147.770,96 correspondente à diferença entre o valor que diz ter pago
originalmente à Bancoop por um apartamento no Edifício Mar Cantábrico, e
o apartamento efetivamente entregue pela OAS Empreendimentos a título
de propina, R$ 926.228,82, correspondente às benfeitorias pagas à
Construtora Talento, executados no apartamento antes referido; R$
342.037,30, referente à execução de um projeto de cozinha e outros
móveis personalizados no mesmo apartamento, R$ 8.953,75, pagos pela OAS à
Fast Shop S.A., em relação à aquisição de um fogão, um forno
micro-ondas e uma geladeira e R$ 1.313.747,24, pagos pela OAS à Granero
Transportes Ltda., em decorrência de contrato de armazenamento de bens
pessoais de Lula.
Lula é denunciado a Sérgio Moro na Lava Jato.
Veja os próximos passos na análise da denúncia do MPF contra Lula.
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