Aproximadamente 175 anos após
o primeiro projeto voltado a resolver o problema da seca no Nordeste,
escrito em 1847 pelo intendente da cidade do Crato (CE), Marco Antônio Macedo, os eixos Norte e Leste da transposição do São Francisco, o Velho Chico, estão finalizados, beneficiando a população que sofre com a seca em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), a atual gestão do Governo Federal conclui uma das obras mais aguardadas da história do país e que representa mudanças significativas na vida de milhões de brasileiros. Além de água, o projeto garante dignidade e saúde às famílias beneficiadas, além de fomentar a economia e gerar muitos empregos na região.
Quando todas as obras complementares e acessórias estiverem concluídas, mais de 16,47 milhões de brasileiros, de 565 municípios de sete estados nordestinos, serão beneficiados com as águas do Rio São Francisco.
“Foi
este governo que deu operacionalidade ao Projeto São Francisco. Quando
assumimos, apenas 31,54% das estruturas do Eixo Norte tinham condições
de operar e as águas sequer haviam saído do estado originário, Pernambuco.
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Fomos nós que garantimos os investimentos e as condições para que elas chegassem ao Ceará e ao Rio Grande do Norte. Muito do que havia sido construído estava praticamente abandonado, sem uso, se deteriorando”, afirma o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. “Não medimos esforços
para resolver problemas, corrigir erros estruturais, recuperar e
retomar obras. E hoje, podemos dizer que 100% dos dois eixos (Norte e
Leste) estão operacionais e que as águas do São Francisco finalmente chegaram onde já deveriam estar há muito tempo”, completa.
Desde
2019, o Governo Federal investiu R$ 3,49 bilhões para que água do São
Francisco pudesse chegar ao Ceará e ao Rio Grande do Norte e, também
pelo Eixo Norte, à Paraíba – o estado já é atendido, desde 2017, pelo
Eixo Leste. Isso representa quase 25% de tudo que foi alocado na obra,
uma média anual de R$ 1,16 bilhão, a maior entre todas as gestões. Com
os dois eixos concluídos, as águas da transposição beneficiam 12 milhões
de pessoas em 390 cidades.
“Para nós, é um acontecimento extraordinário e justifica tudo o que foi feito. Todo o trabalho, todo o esforço e todo o suor coletivo, porque essa é uma ação do Estado brasileiro, é fruto da determinação, da priorização dada pelo presidente Bolsonaro, que não mediu esforços para dar a condição de chegarmos a esse momento. Um momento em que nós, literalmente, abraçamos o Nordeste brasileiro, com ações efetivas de mudanças estruturais”, destaca Marinho.
No Nordeste, estão 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade hídrica do país. O rio São Francisco detém 70% de toda a oferta de água da região, historicamente submetida a ciclos de seca rigorosa.
Além
de concluir e colocar em operação todo o Eixo Norte, o Governo Federal
iniciou um novo ciclo, retomando o projeto original da transposição e,
com isso, um compromisso feito com a população de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
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Com investimentos de R$ 1,5 bilhão, o Ramal
do Agreste foi concluído em outubro de 2021 e garantirá segurança
hídrica a mais de 2,2 milhões de pessoas em 68 municípios pernambucanos.
Já
o Ramal do Apodi levará as águas do Eixo Norte do Projeto São Francisco
a 54 municípios potiguares, 32 da Paraíba e nove do Ceará, beneficiando
750 mil pessoas. O investimento federal é de R$ 938,5 milhões. Previsto
para 2004, apenas em 2021 o projeto saiu do papel.
O MDR também
lançou, em outubro de 2021, edital para construção do Ramal do Salgado,
no Ceará. Com investimentos federais de R$ 600 milhões, a estrutura
beneficiará 4,7 milhões de pessoas em 54 cidades do estado.
O
Governo Federal trabalha, ainda, para levar as águas do Rio São
Francisco mais longe. Cerca de 3 mil quilômetros de canais e adutoras
foram, estão ou serão construídos para levar água a outras regiões do
semiárido nordestino. Além dos quatro estados originais da transposição
(Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte), essas estruturas
atenderão outros estados, como Alagoas, Sergipe e Bahia.
No
estado de Alagoas, o Governo Federal concluiu e entregou o quarto
trecho do Canal do Sertão Alagoano. Localizada no município de São José
da Tapera, a estrutura abastecerá mais de 113,4 mil pessoas que vivem na
região.
Já
na Bahia, o MDR iniciou a elaboração de estudos ambientais e projeto
básico para a construção do Canal do Sertão Baiano. A obra, que será
executada pela Codevasf, beneficiará 1,2 milhão de pessoas em 44 cidades
do interior do estado.
Além
disso, o MDR lançou edital para contratação de obras e serviços de
engenharia para a primeira etapa do lote 1 do Canal do Xingó, que levará
as águas do Velho Chico para abastecer cerca de 3 milhões de pessoas em
Sergipe e na Bahia.
Outras obras em execução são o Cinturão das
Águas do Ceará (CAC), as Vertentes Litorâneas da Paraíba e a Adutora do
Agreste Pernambucano. Já o Ramal do Piancó, na Paraíba, e o Sistema
Seridó, no Rio Grande do Norte, estão com estudos e projetos em
desenvolvimento.
Quando essas obras estiverem totalmente concluídas, mais de 16,47 milhões de brasileiros, de 565 municípios de sete estados nordestinos, serão beneficiados com as águas do Rio São Francisco.Continua depois da publicidade
O rio São Francisco mede pouco mais de 2.800 quilômetros e é o maior localizado integralmente no Brasil. As águas nascem no alto da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e banham cinco estados até chegarem ao Oceano Atlântico.
Ele chegou a propor ao imperador Dom Pedro II a transposição em decorrência de uma estiagem que assolou parte do Piauí e do Ceará entre 1844 e 1845. Conforme relatos, o canal proposto partiria de Cabrobó, em Pernambuco, e abasteceria o rio Jaguaribe, um dos principais do estado cearense.
E o imperador esteve próximo de executar o projeto. Documentos históricos do Senado e da Câmara dos Deputados mostram que vários
projetos de lei que previam a transposição passaram pelas mãos de
senadores e deputados do Segundo Reinado. Entretanto, nenhum avançou.
Além disso, estudos elaborados pelo Barão de Capanema após outro grave período de seca entre 1877 e 1879 demonstraram não haver recursos técnicos que viabilizassem a passagem da água pela Chapada do Araripe, localizada na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.
Somente anos depois, em 1906, já no período republicano, a primeira obra para amenizar a seca na região foi construída: o Açude Cedro, em Quixadá (CE).
Nascido na Paraíba, o ex-presidente Epitácio Pessoa, que governou o país entre 1919 e 1922, determinou uma série de obras emergenciais no semiárido nordestino para combater a forte estiagem que acometia a região no início do mandato. Ele, inclusive, chegou a ir à Europa atrás de soluções para o problema, que só se
agravou com o passar dos anos, com o colapso dos grandes sistemas de
abastecimento nos anos 1990, como os de Fortaleza, do Recife, de Caruaru
(PE), de Campina Grande (PB) e de João Pessoa.
Foi somente em 2007 que a transposição do São Francisco começou a ganhar forma, quando foram iniciadas as obras dos canais de aproximação no Reservatório de Itaparica (BA) e em Cabrobó (PE). Porém,
problemas de desvios de verbas, atrasos e abandono de construtoras
interromperam o projeto, com previsão de conclusão em 2012.
O abandono das obras fez com que parte do que já estava
executado se deteriorasse, o que implicou em novas licitações e,
consequentemente, mais recursos, que foram garantidos pelo atual Governo
Federal. Quase 14 anos depois do início das obras da transposição, os eixos Leste e Norte estão concluídos, restando apenas obras auxiliares e complementares.Continua depois da publicidade
A chegada das águas do Eixo Norte ao sertão cearense ocorreu em 26 de junho de 2020, quando foram abertas as comportas no Reservatório de Milagres. A partir dessa ação, as águas que já abasteciam o reservatório passaram pelo Túnel Milagres e começaram a encher o Reservatório Jati, primeiro em território cearense.
Em 20 de agosto do mesmo ano, foi acionada a comporta que libera as águas do Reservatório Jati para o Cinturão das Águas do Ceará (CAC). A água beneficiará 4,5 milhões de pessoas na região metropolitana de Fortaleza. O trecho prioritário de 53 quilômetros do CAC leva as águas do Eixo Norte para a Bacia do Rio Jaguaribe. De lá, a água percorre 256 quilômetros até o Açude e Reservatório Castanhão, que abastece Fortaleza e cidades próximas.
Em outubro de 2021, com a inauguração do último trecho de canal do Eixo Norte, as águas do São Francisco já enchem reservatórios na Paraíba, como Boa Vista, Caiçara e Engenheiro Avidos, de onde seguem ao Rio Grande do Norte, com chegada prevista no dia 9 de fevereiro.Águas Brasileiras
Além
de levar águas às regiões que mais precisam, o Governo Federal tem
atuado para que ela continue disponível para as próximas gerações.
Programas de revitalização, preservação e recuperação de bacias
hidrográficas buscam garantir a produção de água.
O
programa Águas Brasileiras é um exemplo. Lançado em dezembro de 2020,
busca parcerias com a iniciativa privada para impulsionar ações de
preservação e recuperação de áreas degradadas em bacias hidrográficas. A
meta é ampliar a quantidade e a qualidade da água disponível para
consumo e para o setor produtivo, de forma a fomentar o desenvolvimento
regional e garantir mais qualidade de vida para a população.
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No
primeiro edital do programa, foram selecionados 26 projetos, que
beneficiarão 250 municípios nas bacias dos rios São Francisco, Parnaíba,
Taquari e Tocantins-Araguaia. Além disso, a meta é viabilizar o plantio
de mais de 100 milhões de árvores nessas bacias, que são consideradas
prioritárias. No segundo edital, que incluiu bacias de todo o país,
foram 49 projetos selecionados de 23 unidades da Federação.
Várias
empresas se mostraram interessadas e já há parcerias firmadas com 12
delas para implementar ações do Águas Brasileiras. Os contratos já
firmados garantirão cerca de R$ 80 milhões para projetos selecionados
pelo programa. Além disso, os projetos inscritos para receber o Selo
Aliança pelas Águas Brasileiras gerarão R$ 492,7 milhões a serem
investidos em ações de revitalização de bacias.
As
ações de revitalização de bacias hidrográficas também ganharam um
reforço importante com a aprovação da lei de capitalização da
Eletrobras. Pelo processo, R$ 5,8 bilhões deverão ser aplicados
exclusivamente em ações que garantam a vitalidade de rios, preservando
nascentes, recuperando matas ciliares e desassoreando os cursos d´água.
Os recursos serão investidos ao longo de 10 anos. PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP.
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