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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES – Imagem: DivulgaçãoCom a resistência do governo federal em distribuir vacinas contra o coronavírus
para crianças com menos de 12 anos, aumentou a aflição dos pais que
ainda não vacinaram seus filhos contra a doença. Sem a vacina, ao médico
Rodolfo Aparecido da Silva, 44 anos, restaram um amor e uma saudade que
não cessam. Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, ele perdeu a filha, aos 7 anos, em janeiro do ano passado, para a doença.
“Se tivesse vacina, talvez isso não teria acontecido. O que eu não daria
para minha filha estar aqui? Fico feliz com o início da imunização”,
afirmou em entrevista ao Metrópoles.
Ele comemora, no entanto, o anúncio recente de que, finalmente, as doses para os pequenos foram solicitadas à Pfizer.
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O
pedido para esse público, pelo Ministério da Saúde, já poderia ter sido
realizado desde meados de dezembro, quando a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação da Pfizer para
crianças de 5 a 12 anos.
Só
que, antes da solicitação, o governo de Jair Bolsonaro decidiu, de
forma inédita e bastante criticada por especialistas, improvisar uma
consulta pública em que supostamente receberia opiniões da população
sobre a pertinência de aplicar o antígeno nesse grupo.
As respostas colhidas foram majoritariamente favoráveis à aplicação
da vacina, mas, sem atrelar a decisão a essa consulta, o governo
anunciou que finalmente solicitaria as vacinas para crianças.
O
Ministério da Saúde também tinha informado que exigiria prescrição
médica para que crianças fossem vacinadas, mas já recuou nessa medida.
“É o que tem que ser feito”
Aparecido da Silva, morador de
Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, comemora a inclusão de
crianças no programa, ainda que tal medida tenha sido adotada
tardiamente.
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“É o que tem que ser feito. Tem que vacinar, para
evitar a piora. A criança pode até pegar Covid, mas pega com um quadro
mais leve”, afirmou o médico.
Pelo que viveu com a filha, o pai
lembra que crianças podem não apresentar os sintomas habitualmente
relatados de coronavírus em adultos.
No caso de Alícia, sua filha,
ela recebeu em 16 de janeiro do ano passado o diagnóstico de que sofria
da síndrome mão, pé, boca, uma virose comum em crianças, em que se
notam erupções alérgicas na pele.
“Crianças
são mais sensíveis. Às vezes por medo, a criança não relata nada ou o
sintoma não é perceptível”, destaca Aparecido da Silva.
O médico
lembra que sua filha não teve coriza, nem febre, sintomas frequentemente
relatados para quem se contaminou por Covid-19. Inicialmente, a pequena
sentia mal estar e vômitos.
“Tudo complicou muito rápido. Ela deu entrada no hospital na sexta à
noite e foi direto pra UTI. No sábado, acabou entubada. No domingo,
morreu. Ela teve uma síndrome inflamatória multissistêmica que foi
causada pela Covid”, afirmou.
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