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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RIC MAIS – Imagem: DivulgaçãoO presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira o reajuste de
33,24% para o piso salarial dos professores, em uma decisão que
desagrada prefeitos e governadores pelo temor de uma pressão nas contas
públicas e um efeito de bola de neve entre as demais categorias.
“É com satisfação que anunciamos para os
professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso
salarial”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais. “Esse é o maior
aumento já concedido, pelo governo federal, desde o surgimento da Lei do
Piso.”
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Com o reajuste, o piso salarial da
categoria passará dos atuais 2.888,24 para 3.848,29 para professores que
tenham carga de 40 horas semanais.
Aprovado em 2008, o piso dos professores
é calculado com base na arrecadação do ICMS, imposto estadual que este
ano teve uma variação recorde.
No entanto, a lei do Fundo da Educação
Básica (Fundeb), modificada no ano passado, dizia que, com as novas
regras –que ampliaram o fundo– o cálculo para reajuste do piso terá
novas regras a serem aprovadas posteriormente, o que levou a equipe
econômica a propor um valor mais baixo, que levasse em conta apenas a
variação da inflação.
Bolsonaro, no entanto, optou pelo percentual mais alto.
Em conversa com apoiadores, na noite de quarta, o presidente provocou os governadores.
“Eu vou seguir a lei. Governadores não querem 33%. Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso, ok?”, afirmou.
Estados e municípios são os responsáveis
pelo pagamento da massa de professores da educação básica afetados pelo
valor do piso. De acordo com a lei, a União deverá entrar com uma
complementação no caso de governos estaduais e municipais que
comprovarem não ter como arcar com o reajuste dentro do percentual do
orçamento vinculado à educação.
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Em nota, a Frente Nacional dos Prefeitos
se disse apreensiva com os resultados do reajuste e lembra que, apesar
da definição do percentual ser feito pelo governo federal, os reajustes
“são pagos, praticamente na sua totalidade, com recursos dos cofres de
Estados e municípios.”
“Diferentemente da União, os entes
subnacionais não podem se endividar para pagar salários. O reajuste de
33,24% no piso desequilibrará as contas públicas, podendo levar ao
colapso nos serviços essenciais, à inadimplência e a atrasos de salários”, diz o texto.
Os prefeitos lembram, ainda, que o
aumento no ICMS, em que se baseia o reajuste, vem da retomada da
atividade econômica em 2021, depois de um ano de queda em 2020 pela
pandemia.
“Trata-se
de um resultado obtido em função do momento atípico da pandemia.
Justamente por isso não se pode tomar esta variação extraordinária como
referência para o reajuste do piso”, diz a nota.
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