By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, são alvos de uma operação, nesta quarta-feira (19), que investiga a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Alexandre de Moraes, que também determinou a quebra dos sigilos
bancário e fiscal de Salles, o afastamento preventivo de Bim do comando
do Ibama e o de outros nove agentes públicos que ocupavam cargos e
funções de confiança nos órgãos.
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O G1 tenta contato com as defesa dos investigados, além
de um posicionamento dos órgãos ambientais. Por volta das 8h, Salles
chegou na superintendência da PF em Brasília. Horas depois, por volta
das 11h, ministro conversou com a imprensa e disse que operação é
"exagerada" e negou envolvimento na exportação de madeira.
Veja quem são os servidores afastados do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente:
- Eduardo Bim
- Leopoldo Penteado
- Vagner Tadeu Matiota
- Olimpio Ferreira Magalhães
- João Pessoa Riograndense Moreira jr
- Rafael Freire de Macedo
- Leslie Nelson Jardim Tavares
- Andre Heleno Azevedo Silveira
- Arthur Valinoto Bastos, analista
- Olivaldi Alves Azevedo Borges
"Estima-se que o referido despacho, elaborado a pedido de empresas que
tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos EUA e Europa, resultou na
regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente
entre os anos de 2019 e 2020", informou a PF.
Ao todo, 160 policiais federais cumprem 35 mandados no Distrito Federal, no Pará e em São Paulo,
incluindo endereços residenciais do ministro Salles em São Paulo, no
imóvel funcional em Brasília e no gabinete da pasta de Meio Ambiente no
Pará.
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As investigações iniciaram em janeiro, segundo a Polícia Federal, a
partir de informações "obtidas de autoridades estrangeiras" que
noticiavam um "possível desvio de conduta de servidores públicos
brasileiros no processo de exportação de madeira".
Segundo a PF, Akuanduba, que dá nome à operação, é uma divindade da
mitologia indígena que habita o estado do Pará. Segundo a lenda, se
alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade
fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.
Denúncia
Em abril deste ano, o então superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, enviou ao STF uma notícia-crime
– instrumento usado para alertar uma autoridade da ocorrência de um
ilícito – contra Salles e o senador Telmário Mota (Pros-RR).
No documento, o delegado aponta a possibilidade de ocorrência dos
crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e o crime de
"obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de
questões ambientais."
Para Saraiva, Salles e Telmário tiveram uma parceria com o setor
madeireiro "no intento de causar obstáculos à investigação de crimes
ambientais e de buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos
perante a Administração Pública."
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Nesta quarta, em uma rede social, Saraiva comemorou a operação contra Salles. Em uma publicação no Twitter, o delegado afastado respondeu:
Salmo 96:12: "Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta."
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