By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA – Imagem: Pablo Jacob / Agência O Globo
Aliado de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL) foi eleito na noite
desta segunda-feira presidente da Câmara dos Deputados. Em primeiro
turno, o deputado do PP obteve 302 votos, contra 145 do seu principal
adversário, Baleia Rossi (MDB-SP). O resultado é uma vitória do governo e
do próprio Bolsonaro, que se esforçou pessoalmente para cacifar o parlamentar alagoano.Durante
a campanha, o Palácio do Planalto atuou de forma ostensiva, oferecendo
cargos e verba às bases eleitorais de parlamentares. A disputa também
impôs a Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Rossi, uma derrota contundente.
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Ainda disputaram a eleição Fábio Ramalho (MDB-MG), com 21 votos,
Luiza Erundina (PSOL-SP), 16 votos, Marcel van Hattem (Novo-RS), 13
votos, Kim Kataguiri (DEM-SP), 2 votos, General Peternelli (PSL-SP), 1
voto e André Janones (Avante-MG), 3 votos.
Líder do PP, Arthur
Lira se aproximou do governo Bolsonaro no primeiro semestre do ano
passado. Foi visto pelo Palácio do Planalto como a garantia de que não
seria aberto um processo de impeachment contra o governo. Negociou a
participação no governo de seu partido e de aliados, principalmente do
PL, PSD e Republicanos.
Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em duas ações em que é acusado
de corrupção, Lira não poderá integrar a linha sucessória da Presidência
no caso de ausência ou impedimento de Jair Bolsonaro. Ele também é réu
por peculato e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça de Alagoas
(TJ-AL) e já foi condenado em segunda instância por improbidade
administrativa na Corte alagoana. Ele recorre.
No primeiro ano do
mandato de Bolsonaro, Lira foi forte opositor a parte da agenda do
governo. Foi um dos principais articuladores da Lei de Abuso de
Autoridade e das alterações no pacote anticrime sugerido pelo então
ministro da Justiça Sergio Moro.
A disputa
Baleia Rossi perdeu votos na última semana à medida em que o partido de Maia, o DEM, rompeu com o seu bloco.
A sigla optou por permanecer neutra na disputa, uma derrota simbólica
que acabou prejudicando a viabilidade da candidatura, segundo
parlamentares ouvidos pelo GLOBO. ACM Neto, presidente do DEM, chegou a
se indispor com Maia, mas evitou que o partido aderisse ao bloco de
Lira.
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Embora tenha conseguido inicialmente um grupo maior de partidos, Baleia Rossi perdeu o apoio do PSL em janeiro,
outra derrota que impactou sua campanha. A maioria da bancada optou por
aderir à candidatura de Lira. Seu bloco encolheu e acabou menor do que o
de Arthur Lira no dia da eleição.
Em seu discurso antes da
votação, sem citar Rodrigo Maia expressamente, Arthur Lira fez diversas
referências a como pretende se destacar de seu potencial antecessor.
Disse que a Câmara não pode "continuar sendo a Câmara do 'eu'" e deve
ser a "Câmara do 'nós'". Frisou que deputados não podem ser
"subalternos" à vontade de apenas uma pessoa, e que o poder deve ser
distribuído.
— Por favor, olhem para a cadeira da presidência. Por
acaso ali há um trono? Ao lado do presidente, há outras cadeiras —
disse Lira.
Já Baleia Rossi defendeu uma gestão da Câmara "independente" ao
governo. Iniciou sua fala agradecendo, entre outros, aos parlamentares
"coagidos e ameaçados pelo governo", citando a distribuição de emendas
no final do ano passado. Ao mencionar a pandemia, fez comentário
indireto a Jair Bolsonaro.
— Que país é esse que não se sensibiliza com 221 mil mortes?
O
bloco de Baleia Rossi teve 210 deputados: PT, MDB, PSDB, PSB, PDT,
Solidariedade, PCdoB, Cidadania, , PV e Rede. Já o de Lira contou com
236 deputados: PSL, PL, PP, PSD, Republicanos, PTB, Pros, Pode, PSC,
Avante e Patriota. O número não considerou os 17 deputados suspensos do
PSL.
Votação na pandemia
A Câmara dos Deputados anunciou que a
eleição seguiria protocolos para manter o distanciamento social durante a
pandemia. Ainda assim, parlamentares ficaram aglomerados no plenário e
durante reuniões. Assessores e apoiadores dos candidatos circularam
livremente pelos corredores, gerando multidões ao longo do dia.
Uma
das restrições era o uso obrigatório de máscaras, que não foi seguida à
risca. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República,
por exemplo, andou sem máscara pela Câmara.
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