quarta-feira, 27 de maio de 2020

Saiba quais são os alvos da PF no inquérito que apura fake news e ataques aos ministros do STF

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA Imagem: Divulgação

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira mandados de busca e apreensão contra aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura fake news e ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram cumpridos 29 mandados no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina. O inquérito é presidido pelo ministro Alexandre de Moraes. Saiba quem são os principais alvos:
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Roberto Jefferson (PTB-RJ)
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi um dos alvos da operação da PF na manhã desta quarta-feira. Os agentes foram até a casa do petebista e recolheram computadores e armas que ele mantinha.
Presidente do PTB, Jefferson foi o responsável por denunciar o do mensalão no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi preso por participar do esquema de compra de votos no Congresso. Desde então, se tornou adversário do PT.
Recentemente, ele passou a fazer ataques ao STF e aos ministros da Corte. Em postagens nas redes sociais, o ex-deputado chegou a pregar o fechamento do Supremo ao postar fotos com armas. E pediu à Presidência que dê um golpe à Constituição. Pouco antes de aparecer com um fuzil na mão para "combater o comunismo", ele também pediu a Bolsonaro para "demitir" os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.
Luciano Hang
O empresário Luciano Hang é um dos fundadores da Havan, rede de lojas de departamentos com mais de 15 mil funcionários. Hang ganhou notoriedade por críticas ao Partido dos Trabalhadores nas redes sociais e pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro. É considerado um dos empresários mais ativos nas redes sociais e acusado de financiar disparos irregulares de mensagens de WhatsApp na campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em 2018.
Hang foi condenado na segunda-feira a indenizar em R$ 20,9 mil o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, por postar no Twitter uma informação falsa e xingar o docente. A decisão ainda obriga uma retratação na mesma rede social após o trânsito em julgado do processo. Cabe recurso.
Sara Winter
A ativista Sara Winter foi candidata a deputada federal pelo DEM do Rio de Janeiro nas últimas eleições. Com 17.246 votos, não conseguiu ser eleita. Desde então, ela aposta na radicalização em seus canais pelas redes sociais, onde diz andar escoltada por seguranças armados e defende que membros do STF "sejam removidos pela lei ou pelas mãos do povo". Ela também costuma publicar fotos segurando armas e diz que "atira muito bem".
Entre abril e outubro do ano passado, atuou como coordenadora-geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade do Ministério da Família, Mulheres, e Direitos Humanos, por indicação da ministra Damares Alves, com quem compartilha bandeiras contra o feminismo e o aborto.
É uma das criadoras do grupo “300 do Brasil” que tem divulgado manifestos sugerindo o uso de táticas de guerrilha para “exterminar a esquerda” e “tomar o poder para o povo”. O nome é uma referência aos 300 de Esparta, história em quadrinho que virou filme baseado na batalha de Termópilas, em 480 A.C., em que 300 espartanos lutaram até a morte contra o exército persa. Criado no mês passado, quando a ativista começou a recrutar voluntários num grupo do aplicativo Telegram, o grupo hoje soma 3,2 mil participantes.
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Blogueiro Allan dos Santos
O blogueiro Allan dos Santos — apoiador de Jair Bolsonaro e pessoa próxima dos filhos do presidente — é dono do site "Terça Livre". Em março do ano passado, o site citou dois posts falsos, atribuídos à repórter Constança Rezende, do jornal "O Estado de S. Paulo", para atacá-la nas redes sociais com o objetivo de atacar a cobertura do caso que envolve o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, e o ex-assessor dele, Fabrício Queiroz. Os posts foram compartilhados pelo presidente Jair Bolsonaro, no Twitter, e desmentidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
O "Terça Livre" também divulgou trechos de uma conversa telefônica de Constança em inglês com traduções em português acompanhadas por acusações falsas. As publicações distorceram trechos da conversa para difamar o trabalho da jornalista, o que foi repudiado por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até pelo site francês "Mediapart", onde um de seus blogueiros fez a postagem original.
Allan dos Santos também chegou a ser convocado pela CPI das Fake News em outubro do ano passado. Ele é acusado de integrar o gabinete do ódio e de divulgar notícias falsas para a radicalização política, um grupo batizado de “gabinete do ódio” que também é alvo da CPI das Fake News.
Outros alvos da PF
Também são alvo da investigação Winston Rodriges Lima, conhecido como Comandante Winston, militar reformado da Marinha, candidato a deputado distrital em 2018 e coordenador de manifestações pró-Bolsonaro; Marcelo Stachin, militante bolsonarista que participou de manifestação de apoio ao presidente em Brasília e Bernardo Kuster, youtuber com 862 mil inscritos que costuma elogiar Bolsonaro e atacar adversários e a imprensa.
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Alvos de mandados de busca e apreensão:
  • Roberto Jefferson, ex-deputado federal (RJ)
  • Luciano Hang, empresário (SC)
  • Edgard Corona, empresário (SP)
  • Allan dos Santos, blogueiro (DF)
  • Sara Winter, ativista (DF)
  • Winston Lima, militar reformado e coordenador de manifestações pró-Bolsonaro (DF)
  • Bernardo Kuster, youtuber (PR)
  • Reynaldo Bianchi, humorista (RJ)
  • Eduardo Fabris Portella, ativista (PR)
  • Paulo Gonçalves Bezerra (RJ)
  • Edson Pires Salomão, chefe de gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) (SP)
  • Enzo Leonardo Suzi Momenti (SP)
  • Marcos Dominguez Bellizia (SP)
  • Otavio Oscar Fakhoury, investidor (SP)
  • Rafael Moreno (SP)
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP)

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