By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. De acordo com dados do Ministério da Saúde, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens.
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Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o
suicídio é a segunda causa de morte que mais atinge os jovens de 15 a 29 anos
no mundo. Além disso, só no Brasil, uma pessoa comete suicídio a cada 45
minutos. “Por isso, a prevenção é fundamental para reverter a situação. Entre
as causas, em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e
abuso de substâncias”, explica o psiquiatra Dr. Luiz Fernando Petry.No caso da depressão, de acordo com ele, o primeiro passo é entender que não se trata de tristeza e sim de uma doença. “Não é falta de força de vontade, preguiça ou frescura. Depressão é uma doença. Nesses casos, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos. Desaparece o interesse pelas atividades que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo possa ser feito para que seu quadro melhore. Em alguns casos, o paciente apresenta episódios de ansiedade com sudorese, palpitações e tremores. Outros, apresentam ainda dores pelo corpo, intestino preso e até gastrites. É importante que os familiares e amigos fiquem atentos aos sinais de depressão do paciente, que se não tratadas, podem ter consequências mais graves”, informa o médico psiquiatra.
Segundo a OMS, a depressão é considerada como “O Mal do Século”, uma vez que 300 milhões de pessoas sofrem do transtorno no mundo, um aumento de 18% em dez anos.
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“ O ideal é que o tratamento seja prescrito por um psiquiatra que irá
orientar se ele deve acontecer de maneira isolada ou combinada. Ao contrário do
que muitos pensam, no tratamento da depressão a medicação tem prioridade. A
psicoterapia, atividades terapêuticas e exercícios físicos podem ser usados de
maneira complementar ao tratamento medicamentoso”, avalia.Sobre a Depressão
A depressão é uma doença que tem origem no cérebro. As células que o formam são chamadas de neurônios e sua comunicação é feita por neurotransmissores. Ela acontece quando, por qualquer que seja o motivo, estes neurotransmissores são comprometidos e a comunicação entre os neurônios falha. Uma série de fatores pode causar estas alterações, como predisposição genética, personalidade melancólica, estresse, traumas, abuso de substâncias e algumas doenças cerebrais.
Tratamento
Dentre os tratamentos para a depressão, cerca de 60 a 70% dos pacientes diagnosticados com a doença respondem ao tratamento convencional com antidepressivos. Os quadros em que não há resposta são chamados de depressão refratária ou resistente.
Há alguns anos, uma substância chamada Ketamina vem sendo estudada e testada em casos de depressão refratária. “Ela age de forma diferente dos medicamentos tradicionais e, por isso, tem uma resposta mais rápida em pacientes com quadro depressivo grave”, explica Petry.
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A medicação tradicional age em dois neorutransmissores, a serotonina e a
noradrenalina. Ao ajustar os níveis destas substâncias, a medicação regula o
humor do paciente. Já a ketamina (um medicamento utilizado como anestésico,
desde 1960), tem ação em outro neurotransmissor relacionado a depressão, o
glutamato. Ela bloqueia a ação do glutamato no cérebro e restabelece as conexões
entre células que foram comprometidas.Para efeitos anestésicos, a Ketamina é usada em alta dose, para efeito antidepressivo ela é utilizada em dose reduzida e aplicada por via endovenosa lenta. Os efeitos da Ketamina são observados em poucos dias, por isso, além da depressão refratária ela é indicada para os casos de depressão grave e ideação suicida.
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