By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Em votação secreta, o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira
(25), por 68 votos a 10, a indicação de Augusto Aras para chefiar a
Procuradoria-Geral da República. Para ser aprovado, um indicado à PGR
precisa de pelo menos 41 votos. Dos 81 senadores, dois faltaram e um se
absteve.
Aras foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o sucessor de Raquel Dodge à frente do Ministério Público Federal. Com a aprovação do Senado, Aras ficará no cargo pelos próximos dois anos.
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No colegiado, recebeu 23 votos favoráveis e somente 3 contrários.
Com a aprovação no Senado, será marcada uma data para a posse de Aras como chefe do MPF.
Logo após a votação, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
assinou mensagem que, segundo o senador, seria “imediatamente”
encaminhada ao Palácio do Planalto, para comunicar ao presidente a
aprovação do indicado.
Ao lado de Aras, Alcolumbre cumprimentou o subprocurador e desejou
“êxito” ao aprovado. “Muita sorte na condução da PGR, para que possamos
juntos pacificar o Brasil”, disse o presidente da Casa.
Sabatina
Na sabatina, Aras ressaltou
que terá uma atuação independente no comando da PGR e que a operação
Lava Jato é um "modelo de excelência" e um "marco" na história do país,
mas deverá passar por "correções".
"A Lava Jato é um marco, traz boas referências. Mas é preciso que nós
percebamos que toda experiência nova traz dificuldades. Sempre apontei
os excessos, mas sempre defendi a Lava Jato. A Lava Jato é resultado de
experiências anteriores. Esse conjunto de experiências gerou um novo
modelo, passível de correções", afirmou Aras.
Vazamentos
Aras defendeu ainda, durante a sabatina, a “unidade institucional” do
Ministério Público e condenou o vazamento de informações sobre
investigações conduzidas pela instituição. De acordo com ele, os
vazamentos, que atingiram diversos políticos nos últimos anos, “violam a
privacidade e a dignidade da pessoa humana”.
O novo procurador-geral disse ainda que o MP não deve “condenar por condenar” nem “perseguir” na sua atuação.
Aras afirmou ainda ser favorável à prisão após condenação em segunda
instância porque, segundo ele, “o nosso processo civilizatório exige.”
Entretanto, defendeu o direito dos condenados a recursos e a habeas
corpus.
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O procurador-geral afirmou ainda que o MPF “tem o dever de zelar pelas
minorias”, mas também pelas “maiorias que são tratadas como minorias
porque são sub-representadas, como mulheres e afrodescendentes.”
Ele também defendeu o direito de índios explorarem terras demarcadas através de agricultura e mineração.
Perfil
Augusto Aras é subprocurador-geral da República, especializado nas
áreas de direito público e direito econômico. Tem 60 anos. Nasceu em
Salvador (BA), em 4 de dezembro de 1958.
Como entrou na carreira do Ministério Público Federal (MPF) em 1987,
antes da promulgação da Constituição Federal, Aras pôde optar por atuar
no Ministério Público e manter suas atividades como advogado.
Integrantes do órgão que ingressaram na carreira após a Constituição
não possuem esse direito. Se for aprovado pelo Senado, deverá devolver à
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a carteira de advogado.
Aras é doutor em direito constitucional pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (2005); mestre em Direito Econômico pela
Universidade Federal da Bahia (2000); graduado bacharel em Direito pela
Universidade Católica do Salvador (1981). Atualmente é professor da
Universidade de Brasília (unB)
Ingressou no MPF em 1987, como procurador da República e atualmente é
subprocurador-geral da República. Como subprocurador, atuou nas câmaras
das áreas constitucional, penal, crimes econômicos e consumidor.
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É o
atual coordenador da 3ª Câmara da PGR, que cuida de temas econômicos.
Função
Cabe ao procurador-geral da República chefiar o Ministério Público da
União por dois anos. O MPU abrange os ministérios públicos Federal, do
Trabalho, Militar, do Distrito Federal e Territórios.
O procurador-geral tem a função de representar o Ministério Público no
Supremo Tribunal Federal (STF) e, às vezes, no Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Também desempenha a função de procurador-geral eleitoral.
No STF, o procurador-geral tem, entre outras prerrogativas, a função de
propor ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) e ações penais
públicas.
Cabe ao procurador-geral, também, pedir abertura de inquéritos para
investigar presidente da República, ministros, deputados e senadores.
Ele também tem a prerrogativa de apresentar denúncias nesses casos.
O PGR pode ainda criar forças-tarefa para investigações especiais, como
é o caso do grupo que atua na Operação Lava Jato. Também pode
encerrá-las ou ampliá-las.
O PGR, contudo, não é o chefe no sentido clássico. Existe a
independência funcional dos membros, não sendo possível fazer um
controle hierárquico no âmbito do Ministério Público.
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