terça-feira, 9 de julho de 2019

Moro pede licença de cinco dias do cargo de ministro


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: VALOR ECONOMICO Imagem: Divulgação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, entrou com um pedido de afastamento do cargo para tratar de "assuntos particulares". Ele vai ficar ausente do cargo entre 15 e 19 de julho. A informação foi publicada no "Diário Oficial da União" nesta segunda-feira.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o afastamento do titular da pasta por cinco dias refere-se a um período de férias, previamente acertado com o presidente Jair Bolsonaro, e e não tem a ver com as mensagens que vêm sendo divulgadas pelo site "The Intercept Brasil" desde 9 de junho. Segundo o órgão, Moro não receberá salário pelos dias afastados e será substituído interinamente pelo secretário executivo Luiz Pontel.
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Moro deve viajar com a família, segundo a assessoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em janeiro, ele não pôde participar de uma viagem para a Europa com a esposa e os filhos porque teve que assumir o Ministério. "Na prática, o ministro não poderia tirar férias, por ter começado a trabalhar em janeiro. Então está tirando uma licença não remunerada, com base na Lei 8.112", disse a assessoria.
Alvo de novas reportagens sobre diálogos que teria mantido com integrantes da Força-Tarefa da Operação Lava-Jato, Moro se submeteu no último domingo a um teste de popularidade, indo ao estádio do Maracanã assistir à final da Copa América ao lado do presidente Jair Bolsonaro.Na última sexta-feira, a revista "Veja" divulgou uma troca de mensagens entre integrantes da Força-Tarefa em que o chefe dos procuradores da operação no Paraná, Deltan Dallagnol, transmite a uma colega um recado que teria sido dado por Moro, para acrescentar uma informação no processo que envolvia um ex-funcionário da Petrobras, Eduardo Musa, acusado de corrupção.
No último domingo, o jornal "Folha de S. Paulo" divulgou que Moro teria sugerido aos integrantes da força-tarefa tornar pública a delação da Odebrecht sobre propinas para o governo da Venezuela, em 2017. Tanto em um caso como em outro, as matérias foram feitas em parceria com o site "The Intercept", fundado pelo jornalista americano Glenn Greenwald, residente no Brasil.
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Em entrevista publicada também no último domingo pelo jornal "Correio Braziliense", Moro disse que as mensagens publicadas pela "Veja" foram obtidas por "hackers criminosos" e "podem ter sido adulteradas total ou parcialmente" e que terminou por absolver Musa da acusação citada na matéria, o que demoliria a suspeita sobre ter instruído a denúncia. A resposta à Folha veio por meio do Twitter, em que procurou desqualificar o material. 
"É sério isso?", indagou.
Pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada no último domingo revelou que a maioria (58%) dos entrevistados reprova a conduta de Moro com procuradores da Lava-Jato. Do total de entrevistados, 58% acham que a conduta de Moro foi inadequada, ante 31% que a aprova. Não sabem avaliar 11% dos ouvidos. Também são 58% os que dizem acreditar que, se comprovadas irregularidades, eventuais decisões de Moro na Lava-Jato devem ser revistas. Para 30%, o ganho no combate à corrupção compensa eventuais excessos cometidos.

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