quarta-feira, 3 de julho de 2019

Bolsonaro diz que, 'por enquanto, não tem nada contra' o ministro do Turismo no caso dos laranjas


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (2) que tomará uma "providência" caso seja confirmada a participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, nas suspeitas de candidaturas de laranjas do PSL nas eleições de 2018.
Questionado se avalia mudar o comando da pasta, Bolsonaro respondeu que é preciso ter "acusação grave" e com "substância" sobre a participação do atual ministro no esquema de desvio de recursos de financiamento de campanhas políticas investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Eleitoral.
"Por enquanto tenho 22 ministros sem problema. 
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Tem que ter acusação grave, acusação com substância. Por enquanto não tem nada contra ele ainda. Tem de assessor. Se o assessor falar e for confirmado que ele tem participação, daí a gente toma providência", disse o presidente ao chegar ao Ministério da Defesa, onde se reuniu com o ministro Fernando Azevedo e Silva.
A Polícia Federal indiciou dois assessores e o ex-assessor do ministro que haviam sido presos durante a operação Sufrágio Ostentação. Também foram indiciadas quatro candidatas a deputada estadual e federal suspeitas de terem sido usadas como laranjas pelo PSL de Minas.
Foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, emprego ilícito do fundo eleitoral e associação criminosa:
  • Mateus Von Rondon, assessor especial de Álvaro Antônio;
  • Roberto Silva Soares, mais conhecido como Robertinho e um dos coordenadores da campanha de Álvaro Antônio à Câmara dos Deputados em 2018;
  • Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro;
  • e as candidatas Lilian Bernardino, Naftali Tamar, Débora Gomes e Camila Fernandes.
Os dois assessores e o ex-assessor do ministro foram soltos pela Justiça. De acordo com a Justiça, como a prisão era temporária, ou seja, válida por cinco dias – o juiz optou por não renovar e determinou a soltura dos três.
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A investigação
Desde fevereiro, a PF e o MPE investigam o PSL, o partido de Bolsonaro, pelo uso de candidatas de fachada para desvio de recursos do fundo eleitoral. 
Promotores veem indícios de fraude em caso de mulheres que receberam volume considerável de dinheiro, mas tiveram poucos votos. A suspeita é que elas não fizeram campanha e combinaram a devolução de recursos ao partido.
A empresa do assessor Mateus Von Rondon aparece na prestação de contas de quatro candidatas a deputada estadual e federal suspeitas de terem sido usadas como laranjas pelo PSL de Minas.
Ao todo, Lilian Bernardino, Naftali Tamar, Débora Gomes e Camila Fernandes declararam ter pago quantia de R$ 32 mil à empresa de Von Rondon. De acordo com a PF, ao que tudo indica, a empresa foi criada só para esta finalidade, pois foi fechada logo após as eleições.
O Ministério do Turismo disse que "é importante esclarecer que não há qualquer relação entre a investigação da Polícia Federal e as funções desempenhadas pelo assessor especial Mateus Von Rondon no Ministério do Turismo. O órgão aguarda mais informações para se pronunciar sobre o caso".
O PSL divulgou nota dizendo que as contas de campanha foram aprovadas pelo TSE e que "tudo foi feito dentro da legalidade". "Todos os partidos políticos do Brasil tiveram candidatas cujo resultado nas urnas foi aquém da expectativa. Só podemos classificar essa como uma investigação seletiva, com o objetivo de atingir o partido ao qual o Presidente da República é filiado, embora ele não tenha nada a ver com isso."
De acordo com a defesa de Mateus Von Rondon, ele tem bons antecedentes, residência e trabalho fixos, sempre esteve à disposição da Justiça e, por isso, o pedido de prisão temporária com a finalidade única e exclusiva dele prestar depoimento causou estranheza. 

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