By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (2) que tomará uma "providência" caso seja confirmada a participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, nas suspeitas de candidaturas de laranjas do PSL nas eleições de 2018.
Questionado se avalia mudar o comando da pasta, Bolsonaro respondeu que
é preciso ter "acusação grave" e com "substância" sobre a participação
do atual ministro no esquema de desvio de recursos de financiamento de campanhas políticas investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Eleitoral.
"Por enquanto tenho 22 ministros sem problema.
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Tem que ter acusação
grave, acusação com substância. Por enquanto não tem nada contra ele
ainda. Tem de assessor. Se o assessor falar e for confirmado que ele tem
participação, daí a gente toma providência", disse o presidente ao
chegar ao Ministério da Defesa, onde se reuniu com o ministro Fernando
Azevedo e Silva.
A Polícia Federal indiciou dois assessores e o ex-assessor do ministro que haviam sido presos durante a operação Sufrágio Ostentação.
Também foram indiciadas quatro candidatas a deputada estadual e federal
suspeitas de terem sido usadas como laranjas pelo PSL de Minas.
Foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, emprego ilícito do fundo eleitoral e associação criminosa:
- Mateus Von Rondon, assessor especial de Álvaro Antônio;
- Roberto Silva Soares, mais conhecido como Robertinho e um dos coordenadores da campanha de Álvaro Antônio à Câmara dos Deputados em 2018;
- Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro;
- e as candidatas Lilian Bernardino, Naftali Tamar, Débora Gomes e Camila Fernandes.
A investigação
Desde fevereiro, a PF e o MPE investigam o PSL, o partido de Bolsonaro,
pelo uso de candidatas de fachada para desvio de recursos do fundo
eleitoral.
Promotores veem indícios de fraude em caso de mulheres que receberam
volume considerável de dinheiro, mas tiveram poucos votos. A suspeita é
que elas não fizeram campanha e combinaram a devolução de recursos ao
partido.
A empresa do assessor Mateus Von Rondon aparece na prestação de contas
de quatro candidatas a deputada estadual e federal suspeitas de terem
sido usadas como laranjas pelo PSL de Minas.
Ao todo, Lilian Bernardino, Naftali Tamar, Débora Gomes e Camila
Fernandes declararam ter pago quantia de R$ 32 mil à empresa de Von
Rondon. De acordo com a PF, ao que tudo indica, a empresa foi criada só
para esta finalidade, pois foi fechada logo após as eleições.
O Ministério do Turismo disse que "é importante esclarecer que não há
qualquer relação entre a investigação da Polícia Federal e as funções
desempenhadas pelo assessor especial Mateus Von Rondon no Ministério do
Turismo. O órgão aguarda mais informações para se pronunciar sobre o
caso".
O PSL divulgou nota dizendo que as contas de campanha foram aprovadas
pelo TSE e que "tudo foi feito dentro da legalidade". "Todos os partidos
políticos do Brasil tiveram candidatas cujo resultado nas urnas foi
aquém da expectativa. Só podemos classificar essa como uma investigação
seletiva, com o objetivo de atingir o partido ao qual o Presidente da
República é filiado, embora ele não tenha nada a ver com isso."
De acordo com a defesa de Mateus Von Rondon, ele tem bons antecedentes,
residência e trabalho fixos, sempre esteve à disposição da Justiça e,
por isso, o pedido de prisão temporária com a finalidade única e
exclusiva dele prestar depoimento causou estranheza.
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