By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PORTAL TERRA – Imagem: Rodolfo Buhrer
"Não houve um acordo, mas sim um compromisso de uma agenda positiva", disse o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno.
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Ele disse que os representantes levaram
ao governo algumas questões que não eram de conhecimento das autoridades
e que em troca receberam o compromisso de que a tabela será de fato
fiscalizada. "Esse compromisso deve acalmar as bases e não deve haver
paralisação nesse momento", disse.
Outra questão que, segundo os representantes, teria sido fechada pelo
governo é a promessa de que a tabela será reajustada de acordo com as
mudanças do preço do diesel. O primeiro reajuste seria feito até o dia
29, de acordo com as alterações que o valor do combustível sofreu desde o
início do ano. Segundo Bueno, o governo ficou de calcular de quanto
será essa mudança. "A categoria está confiante nesse governo", disse.
Um dos líderes da categoria, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco,
afirmou que os próprios caminhoneiros deverão serem agentes de
fiscalização, levando denúncias de empresas que não estão cumprindo a
tabela à CNTA, que por sua vez repassará à Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) e governo. O ministério teria se
comprometido também a retirar multas a motoristas que fizerem as
denúncias.
Dedeco que participou da convocação de uma nova paralisação para o dia
29 de abril pediu que os caminhoneiros "se acalmem e esperem".
Confiante
Mais cedo, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo
Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não vê risco de uma
nova greve geral de caminhoneiros. "Ele (o presidente) está confiante de
que não haverá uma parada por parte dos caminhoneiros", disse.
Na semana passada, líderes dos caminhoneiros autônomos, insatisfeitos
com o pacote anunciado pelo governo e com o aumento de 10 centavos no
preço do diesel, agendaram uma paralisação para o dia 29 de abril. "A
expectativa do governo do presidente Jair Bolsonaro, que mantém
diuturnamente canal de ligação aberto com a categoria, é de que não há
motivos para essa paralisação", disse Rêgo Barros.
A avaliação do governo é que o principal problema dos caminhoneiros é a
falta de fretes, já que empresas começaram a montar a própria frota
para burlar a exigência de pagar o preço mínimo do frete, uma das
medidas adotadas pelo ex-presidente Michel Temer para colocar fim à
greve de maio do ano passado, que provocou uma crise de abastecimento no
País.
Segundo o porta-voz, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) faz
acompanhamento cerrado e análises de risco e há convicção do presidente
do "espírito patriótico" dos caminhoneiros. "Com base nesse espírito
patriótico que o presidente, somando-se ao acompanhemento realizado por
outros órgãos do governo, entende que no momento as condições para
estabelecimento dessa parada não se fazem presentes", relatou o
porta-voz.
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Ontem, lideranças de diversas regiões do País estiveram reunidas por
mais de três horas com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de
Freitas. A intenção dos representantes era cobrar do governo o
cumprimento da tabela de preço mínimo do frete, a fiscalização do
dispositivo e também a adoção de um gatilho que atrele reajustes do
diesel ao piso do transporte.
O risco de uma paralisação fez com que Bolsonaro ligasse ao presidente
da Petrobras, Roberto Castello Branco, e pedisse que suspendesse o
reajuste no preço do diesel. No dia, a petroleira teve perda de R$ 32
bilhões no seu valor de mercado porque o mercado reagiu mal ao que
considerou uma intervenção. Na semana passada, Castelo Branco anunciou
aumento de 0,10 centavos no litro do diesel. Horas antes do anúncio, o
Planalto anunciou uma série de medidas para a categoria, como linha de
crédito do BNDES para manutenção dos veículos e R$ 2 bilhões para
manutenção das estradas.
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