By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: RPC
Na época, comprou duas calças em São Paulo. Era a última moda em Paris.
Ao voltar para a capital paranaense, ela contou que foi com uma amiga
passear no Centro. "Não tava fazendo nada de mal. Eu tava fazendo umas
coisas bem modernas, né?".
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Histórias das décadas de 30 e de 40
Ao encontrar com a equipe de reportagem da RPC,
Dona Elvira falou sobre as histórias que viveu nas décadas de 30 e de
40. Nos anos 30, entrou na faculdade de odontologia. Dona Elvira disse
que, durante um ano, ninguém conversou com ela.
"Eu fui me inscrever na faculdade. Ficamos num grupo, uma fileira. E
era só eu. O rapaz da frente começou a conversar comigo. Eu a única em
30 e poucos lá. O de cima, o de baixo falava comigo, o de cima chegou e
falou assim: 'não fale com ela! Porque ela é polaca, você está vendo que
ela é mulher, além disso ela é polaca, além disso o pai dela é
operário", disse.
Dona Elvira lembrou ainda no dia em que foi dar um cheque, depois de
ter se casado, e descobriu que precisava da assinatura do marido, para
que fosse aceito: "Eu fiquei tão brava".
Ela também contou sobre uma situação em que ergueu a voz, depois de
ouvir um homem lhe falar um comentário inapropriado no Centro de
Curitiba.
"Um rapaz mexeu comigo e me disse umas coisas bem feias. E eu parei. Eu
entrei no meio deles. Eu disse: 'Quem foi que disse umas coisas pra
mim? Ah, foi você? Você tem mãe, você tem irmãs? Coitadas! Os senhores
têm todos os direitos, todas as coisas, e nós nada! E eu tenho um curso
igualzinho aos dos senhores na universidade. Os senhores podem fazer a
sua vida... E nós não temos direitos, os direitos que os senhores têm.
Então, a nossa luta não é contra os senhores, é contra os seus direitos
que nós também queremos iguais aos seus".
Caminho a percorrer
Daquela época até os dias de hoje, algumas coisas já mudaram, mas
números mostram que há uma caminho a percorrer na luta pela igualdade.
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De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em 2017, o salário médio pago às mulheres foi apenas
77,5% do que foi pago aos homens.
Além disso, muitos homens tratam as mulheres como propriedade, e os
casos de violência seguem altos. Em 2017, foram abertos sete mil
inquéritos nas Delegacias da Mulher no Paraná. Em 2018, foram dez mil
casos.
Hoje, as mulheres votam. Porém, ainda é preciso ter mais
representatividade. As mulheres são apenas cinco 5 entre os 54 deputados
estaduais. Das 30 vagas paranaenses no congresso, cinco são ocupadas
por mulheres.
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