sexta-feira, 8 de junho de 2018

Após terapia experimental, médicos dizem que mulher em estágio terminal está livre do câncer


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação


A vida de uma mulher com câncer de mama em estágio considerado terminal foi salva por um tratamento pioneiro, que consiste na aplicação de 90 bilhões de células imunológicas cujo objetivo é combater o tumor.
Segundo pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, o tratamento ainda é experimental, mas pode ter efeito transformador em todas as terapias de combate ao câncer.
A mulher em questão é a americana Judy Perkins, 49 anos, que havia recebido, dois anos atrás, o prognóstico de que teria apenas três meses de vida restantes. A moradora da Flórida tinha câncer de mama em estágio avançado, que estava se espalhando - já havia tumores do tamanho de uma bola de tênis em seu fígado e em outras partes do corpo - e não havia mais perspectiva com tratamentos convencionais. 
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Hoje, porém, não há vestígios do câncer em seu corpo, segundo médicos. E Judy tem aproveitado a vida viajando e praticando canoagem. 
Ela lembra que, ao fazer o primeiro exame após passar pelo tratamento, viu a equipe médica "saltitando de empolgação".
Foi quando ela soube que teria uma chance de cura.
'Droga viva'
O tratamento a que Judy foi submetido consiste em uma "droga viva", feita a partir das próprias células dela, em um dos centros de referência de pesquisa de câncer do mundo. 
A terapia ainda dependerá de uma grande quantidade de testes até que possa ser amplamente usada, mas começa da seguinte forma: o tumor do paciente é analisado geneticamente, para que sejam identificadas as raras mutações que podem tornar o câncer visível ao sistema imunológico do corpo – e que podem, portanto, ser formas de combater os tumores.  
No caso de Judy, das 62 anormalidades genéticas do seu câncer, apenas quatro eram potencialmente atacáveis pelo sistema imunológico.
Na verdade, o sistema imunológico já está, naturalmente, combatendo os tumores, mas está perdendo as batalhas.
Por isso, o passo seguinte dos pesquisadores é analisar os glóbulos brancos (as células imunológicas do corpo) para extrair as que são capazes de atacar o tumor.
Essas células serão, então, reproduzidas em enormes quantidades em laboratório.
Judy recebeu 90 bilhões de suas próprias células, junto com medicamentos que "retiram os freios" do sistema imunológico. 
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Com isso, "as mesmas mutações que provocam o câncer acabam se tornando seu calcanhar de Aquiles", diz Rosenberg.
'Mudança de paradigma'
Vale lembrar, porém, que os resultados animadores vêm por enquanto desse único caso isolado, e pesquisas em populações maiores serão necessárias para confirmar a validade do tratamento.
O desafio, até agora, na terapia imunológica contra o câncer é que ela às vezes funciona muitíssimo bem em alguns pacientes, mas sem beneficiar a maioria dos doentes.
"(O tratamento) é altamente experimental, e estamos apenas começando a aprender a aplicá-lo, mas potencialmente ele vale para qualquer câncer", afirma Rosenberg.
"Ainda há muito trabalho a fazer, mas há potencial para uma mudança de paradigma no tratamento de câncer - uma droga sob medida para cada paciente. É muito diferente de qualquer outro tratamento."
Os detalhes do caso de Judy Perkins foram publicados no periódico "Nature Medicine".
Para o médico Simon Vincent, diretor de pesquisas da organização Breast Cancer Now, os resultados são "extraordinários". 

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