quarta-feira, 31 de maio de 2017

Serraglio recusa Ministério da Transparência e volta para a Câmara



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL Imagem: Divulgação



O ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) decidiu não aceitar o convite do presidente Michel Temer (PMDB) para assumir o ministério da Transparência. Dessa forma, Serraglio voltará para a Câmara e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado com uma mala de dinheiro pela Polícia Federal, pode perder o foro privilegiado.
Em nota, Serraglio agradece a Temer e diz que procurou "dignificar" o cargo. "Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Agradeço o privilégio de ter sido Ministro da Justiça e Segurança Público do nosso país. Procurei dignificar a confiança que em mim depositou. Volto para a Câmara dos Deputados, onde prosseguirei meu trabalho em prol do Brasil que queremos.
"No domingo (28), o Palácio do Planalto informou que faria uma troca de postos entre Serraglio e o então ministro da Transparência, Torquato Jardim. No entanto, desde então, Serraglio se manteve em silêncio e não confirmou que aceitaria a troca. Jardim assumiu a pasta da Justiça.
Segundo apurou a reportagem do UOL, Serraglio se reuniu nesta segunda (29) com o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (PMDB-SP). O objetivo de Rossi era convencer Serraglio a aceitar o ministério.
Entretanto, Serraglio teria ficado extremamente chateado com a forma como as negociações foram feitas entre a bancada do partido e o Planalto e, assim, recusado o "convite".
A confiança do Planalto de que Serraglio aceitaria a pasta era tanta que a Presidência chegou a confirmar Serraglio no novo cargo.
Logo após voltar de São Paulo, Temer seguiu para o Planalto, onde se encontrou com o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi. Rossi teria sido o responsável por articular a ida de Serraglio para a Transparência. Segundo apurou o UOL, o líder teria assegurado ao Planalto de que estava "tudo resolvido". Pela manhã, ele participou de evento empresarial em São Paulo.
Loures era suplente de Serraglio e, com a volta do ex-ministro a Câmara, perde o posto.
Uma saída política para que Rocha Loures não perca o foro privilegiado é convidar um deputado federal do PMDB do Paraná para o Ministério da Transparência ou o da Cultura, também vago. Dessa forma, ao assumir por ser suplente, Rocha Loures seguiria com uma cadeira na Câmara.
Pouco mais de 2 meses no Ministério da Justiça
A saída de Serraglio do Ministério da Justiça vinha sendo discutida há pelo menos um mês pela bancada do PMDB na Câmara junto ao Planalto e passou longe de ser amigável. Segundo apurou a reportagem do UOL, Serraglio foi considerado um ministro "fraco e incompetente" pelos aliados mais próximos de Temer.
"No primeiro mês já deu para ver que a escolha tinha sido totalmente errada. Com um mês, Serraglio já estava queimado. Ele ficou o quê? Menos de dois meses? Todo mundo sabia que ia sair. Já era esperado. O inesperado foi sexta [dia em que a presidente do BNDES, Maria Silvia, pediu demissão]", afirmou um assessor de Temer.
Serraglio, porém, acreditava contar com o respaldo do presidente e chegou a dizer a interlocutores recentemente que "se tem uma pessoa que não vai cair nesse governo, sou eu".
Temer deu posse ao ex-ministro da Justiça em 7 de março, data em que o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, gravou conversa com o presidente no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, onde Temer e a família moram.
No áudio, Temer supostamente não teria se oposto a crimes relatados por Batista e teria dado aval à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos na operação Lava Jato.Com a delação de executivos da JBS, da qual a gravação faz parte, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu abrir inquérito para investigar se Temer cometeu crimes de corrupção passiva, formação de organização criminosa e obstrução de Justiça, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Justificativas para saída
Algumas justificativas alegadas por assessores de Temer para a saída de Serraglio da Justiça são a ausência dele em reuniões sobre o Plano Nacional de Segurança no Planalto, o diálogo ruim com indígenas e o envolvimento dele na operação Carne Fraca - que apurou irregularidades em frigoríficos no país.
Além de não cuidar dos efeitos negativos na exportação de carnes, que tiveram de ser amenizados pelos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, Serraglio teve o nome citado na investigação da Polícia Federal. Foi interceptada ligação telefônica entre o ministro e Daniel Gonçalves Filho, fiscal agropecuário e superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, na qual Serraglio chama Filho de "grande chefe". Segundo a PF, Gonçalves Filho era "o líder da organização criminosa" que atuava no órgão. Serraglio teria tentando interferir em favor de uma empresa. Subordinada ao Ministério da Justiça, a PF, no entanto, afirmou que não viu indícios de ilegalidade na conduta do ministro.
A gota d'água para a saída de Serraglio teria sido a ausência dele nos encontros preparatórios para o protesto de quarta-feira (24) que transformou a Esplanada dos Ministérios em cenário de guerra. Embora a informação não conste na agenda oficial de Temer, Serraglio teria se reunido com o presidente pelo menos seis vezes na última semana, afirmam membros de sua equipe.
Na sexta passada, o então ministro da Justiça chamou os manifestantes de vândalos, mas não comentou o possível excesso da Polícia Militar do Distrito Federal, que foi flagrada disparando contra pessoas no local com armas de fogo. A entrevista coletiva, convocada pelo Planalto, foi encerrada por uma assessora de Temer antes que todas as perguntas feitas pelos jornalistas fossem respondidas.

OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.