quinta-feira, 3 de novembro de 2016

No Senado, estudante Ana Júlia critica “repressão agressiva” de grupos contrários a ocupações



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B Imagem: Divulgação

A estudante Ana Júlia Ribeiro, que viralizou nas redes sociais após dizer que os deputados estaduais do Paraná “estão com as mãos sujas de sangue”, participou de debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado nesta segunda-feira (31). Desta vez ela disse ter visitado escolas de Brasília e criticou a agressividade de movimentos contrários ao dos estudantes.
“Sem sombra de dúvida somos contra essa repressão agressiva. Nós defendemos o direito que eles têm de serem contrários. Nós vivemos numa democracia e sabemos que é importante ter os dois lados. Mas a repressão violenta nós abominamos e vamos continuar abominando. Porque nós estamos lá pacificamente, lutando por uma educação pública de qualidade, na paz, conversando, priorizando o diálogo aberto”, afirmou.
A violência contra os estudantes também foi relatada pela presidente da União Brasileira dos Estudantes (Ubes), Camila Lanes. Ela afirmou que o Movimento Desocupa tem atacado as escolas com pedradas e ameaças. “Infelizmente, no Paraná, a gente vê casos como o atropelamento de um estudante em um ato. A gente vê casos, como na Bahia, de agressões físicas e ameaças feitas por membros desse movimento contra estudantes. A gente vê casos como aqui em Brasília, em que o Movimento Desocupa tentou invadir uma escola pelo telhado”, lamentou.
As ocupações dos estudantes protestam contra a medida provisória que promove mudanças no ensino médio em todo o país.
PEC 241
Ana Júlia contou ainda que ainda não entendeu por que sua fala teve tamanha repercussão e criticou também a PEC 241, que no Senado passa a ser PEC 55, que congela os gastos públicos por vinte anos. “Quem votar a favor, estará com as mãos sujas por vinte anos”, concluiu.
Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), se o Senado fizer um bom debate, a proposta não vai passar. Ela argumentou que o orçamento atual não é descontrolado, pois é o mesmo que se gastava em 2003 em termos de custeio e de folha de pessoal. E que o único setor em que houve aumento de gasto foi na área social. “E é justamente sobre isso que se querem diminuir as despesas”, afirmou.
Também nesta segunda, Gleisi sugeriu a realização de um referendo popular, caso a proposta seja aprovada pelos senadores. 
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