By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá – Imagem: Élio Kohut
(Intervalo da Noticias/Rádio Najuá)
A
proposta de construir o memorial do poeta, de acordo com Meroslava,
veio do Canadá – um país para onde a imigração ucraniana foi também
muito grande, tal qual em direção ao Brasil. Quem propôs foi o
presidente da Fundação Cultural Tarás Chevtchenko, Vassyl Ivanytskyj.
De
acordo com Meroslava, três anos antes, em 1986, Ivanytskyj trouxe um
grupo de turistas canadenses para conhecer Prudentópolis e um coral. Os
prudentopolitanos organizaram uma recepção para o grupo.
Na época, o presidente da Fundação Cultural propôs a construção do
memorial ao pároco Basílio Cembalista. O memorial fica situado ao lado
da paróquia de rito ucraniano São Josafat. Houve uma reunião convocada
pelo pároco e, conforme a ata da reunião, a população prontamente
aceitou e atendeu à proposta.
“Ao lado da
escolinha paroquial existia a praça onde estava colocada a bandeira do
Brasil. Era uma praça sem nome, porque o terreno era dos padres
basilianos”, conta a professora. Portanto, já existia o local para
acolher o memorial e se decidiu por montar um espaço cultural no subsolo
da praça.
Os recursos para a construção do
memorial foram angariados através de uma comissão canadense-americana,
criada pela Fundação Tarás Chevtchenko. Tais recursos custearam a
estátua de bronze do poeta que fundou a literatura moderna ucraniana. A
pesada estátua de bronze foi confeccionada na Alemanha. Já para a
construção da praça, os recursos vieram da comunidade ucraniana de
Prudentópolis.
O prefeito da época era Gilberto
Agibert Filho e teve o apoio da então deputada estadual Vera
Witchimichen. “O casal participou diretamente da construção, buscando
material”, atribui Meroslava.
Com festas
paroquiais e contribuições da comunidade, foram arrecadados recursos
para a construção do espaço físico. Tanto no memorial quanto na praça
existem placas onde constam relações com os nomes dos doadores que
contribuíram para a edificação dos monumentos.
Museu do Milênio
No espaço,
inicialmente, funcionou a rádio Copas Verdes e a Cooperativa
Ucraniano-Brasileira de Artesanato. Na época da inauguração, em 1989,
houve uma exposição temporária. Parte do acervo, que era da comunidade
de Prudentópolis, permaneceu no local.
Meroslava
cuidou do material que não foi recolhido por quem emprestou e, logo,
foram chegando mais peças para o acervo, incluindo lembranças da Ucrânia
doadas pela descendente de imigrantes ucranianos que mora no Canadá,
Maria Horban.
Nessa época, o já ex-pároco
Basílio estava no Canadá organizando campanhas, angariando material
relacionado à Ucrânia para montar o acervo. Esse material vinha sendo
estocado em Prudentópolis, até que em 1995, na comemoração do Centenário
da Imigração Ucraniana foi criada uma nova comissão e uma exposição
comemorativa, a exposição histórica da imigração ucraniana.
Tal
exposição teve sua organização orientada pelo COSEM – Conselho
Consultivo do Sistema Estadual de Museus, da Secretaria Estadual da
Cultura do Paraná. A exposição permaneceu aberta para visitação ao longo
de todo o segundo semestre daquele ano.
Desde
então, Meroslava permaneceu no local e tinha o apoio de Samuca, que
trabalhava na rádio Copas Verdes. “Ele saía comigo no horário em que não
trabalhava na Copas Verdes. Saíamos para o interior em busca de
materiais. Porque não era só o que o pessoal trazia. Fomos em busca de
material representativo da colonização ucraniana, da vida e dos
costumes”, conta.
Meroslava relata que o
memorial e o Museu do Milênio são bastante visitados na atualidade e
contam, além da exposição do acervo permanente da Igreja e da
comunidade, existem exposições temporárias. Uma delas foi organizada há
dois anos, por ocasião do bicentenário de Tarás Chevtchenko.
Ao fazer o levantamento de visitação para o relatório que precisa
encaminhar para os órgãos públicos, Meroslava observou que o memorial e o
museus receberam visitantes de mais de dez países diferentes.
“Não
é um volume grande de pessoas que nos visitam, mas são visitas
representativas, porque elas sabem o que procuram. É uma pena que o
prudentopolitano não conheça. São poucos que vêm nos visitar, a não ser
as escolas. Quanto ao pessoal que vem de fora, estão sendo feitos muitos
trabalhos de pesquisa, de mestrado e de doutorado em que se estudam
assuntos referentes à cultura ucraniana, à igreja, aos costumes, a
imigração e a própria Prudentópolis”, comenta.
O
local fica aberto à visitação de segunda a sexta em horário comercial,
nos sábados pela manhã e aos domingos à tarde. Visitantes de fora de
Prudentópolis que estiverem por tempo limitado na cidade, podem
telefonar para o número que consta na porta do Museu, que a coordenação
abre um horário especial para visitação tanto do Museu quanto da Igreja
São Josafat, tombada como patrimônio cultural paranaense.
Confira a entrevista e mais fotos:
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